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domingo, 30 de novembro de 2014

Choveu tanto que a minha sombra ainda anda de guarda-chuva.

sábado, 29 de novembro de 2014

Oportunidades

Aceito que a vida me dê algumas oportunidades
Não pretendo que sejam do género de desejos ao Aladino
De vida eterna, dos tesouros dos quarenta ladrões
Ou de sacos de pérolas, barras de ouro, diamantes
Todas essas coisas são ilusões, são desencontros,
Com a felicidade, com a sabedoria, com a alegria,
Que não permitem muitas vezes repararmos
No que nos rodeia, no bom à nossa volta, nos que nos amam






 Pretendo que a vida me dê  mais algumas oportunidades
Sentir uns silêncios  vagarosos que me deixem meditar
Ver um  bando de condores que me convidem a voar,
Surgir um cavalo lusitano que me deixe galopar
Dar-me força, saúde, leveza para entrar no mar
Tirar a tampa e penetrar  num jarro azul cheio de rosas
Meter-me sozinho naquele barco à vela a, navegar.
E encontrar-te de novo aqui, pela primeira vez.
                                   

Uma frase célebre

Não sei de quem é a frase proferida por pelo juiz Carlos Alexandre, numa recente entrevista: "quando o dinheiro fala a verdade cala-se".
Calar a verdade é um atentado à liberdade, ou não?
Então ? Nada se deve concluir sobre o dinheiro?
Sobre o dinheiro, começa a esboçar-se a verdade. Poucos passos faltam para começar a ser discutido !
Não tarda quem me acompanhe nesta cruzada ! (Sobre o dinheiro, claro)

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Se tenho falta de desejos, olho para o mar
Se hoje pouco pensei, mergulho no mar
Quando me abalam os sentimentos, sinto o mar
Quando estou ao pé de ti, saio do mar


E seco as lágrimas
Apago as dúvidas
Derreto as algemas
Abro  mil laços

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Abandonando

Encontro aqui, quando escrevo, de vez em quando,
Algumas palavras organizadas nalguns versos
Palavras que me surgem alinhadas pela rima
Ou desalinhadas por uma outra inspiração.
Mas com a riqueza que me dita o coração,
Sem a beleza, grandiloquência, a elevação
De palavras duras, raras, caras, cheias de esdrúxulo
Só entendidas pelos académicos, pelos mais sábios,
Pelos que mais se enfronham nos dicionários,
Pelos que mais apreciam a retórica e coisas quejandas
Pelos adoradores dos discursos etéreos, fascinantes,
Pelos amantes das coleções, do "bric a brac", das citações
Abandonando a vida que lhes resta bem viver    

Visita exemplar

Um sujeito viajando confortavelmente num carro topo de gama pertencente ao nosso pais, com segurança paga pelo nosso país, fora do horário estabelecido consegue visitar numa prisão,  outro sujeito. Uma senhora, chegando a pé pouco depois, à mesma prisão, não obtém autorização para visitar um preso.
Variante exemplar desta democracia.
Não interessa a identidade dos personagens, o que interessa é pensar se factos semelhantes são bons e recomendáveis para Portugal.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

A vida é curta

Não me importa o que vai acontecer àquele fulano, referido por tudo o que é imprensa, radio e televisão. A sério, pouco me importa. O que me importa é que o nosso país não sofra as consequências do que faz um qualquer sujeito, seja varredor, seja vigarista, seja outro qualquer artista, seja domador de pulgas, fotógrafo ou primeiro ministro. Que, como é natural pode ser amado, criticado, feroz ou meigo. Mas o que me interessa, é que não prejudique ou tenha prejudicado o nosso país, a nossa gente, o nosso meio. Como não me interessa o que faz qualquer individuo da nossa sociedade, desde que não prejudique ninguém, nem a sociedade, nem o país. Se procede mal, existem os tribunais e os juízes(não os juristas), para o condenar ou, se possível, para o emendar.
A vida é curta, curta a memória dos homens, e sem proveito todas as preocupações.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Mensagem aos fumadores
     Completam-se hoje 40, quarenta, QUARENTA anos que deixei de fumar. Porque, nesse dia, um médico ilustre da minha terra me disse:
- Está com bronquite quase crónica, se não deixa de fumar - e ele, fumando, o dizia - vai morrer como todos os homens da sua família têm morrido, mais ou menos aos sessenta e cinco anos.
- Olhe doutor, é para já e hoje o dia, da segunda revolução, também para o comemorar - decorria o dia 25 de Novembro de 1975 - hoje deixo de fumar .
- Sim, sim - respondeu-me ele, fumando - todos os fumadores dizem o mesmo, que hoje deixam de fumar.
Esse médico, um bom médico, competentíssimo, faleceu poucos anos depois, aos sessenta e cinco anos. Não era meu familiar.

Quanto

Quantas coisas por dizer
quanta coisa p'ra lembrar
coisas que não quero esquecer
que não consigo recordar !
Quantas praias bonitas
quantos vales verdes de encanto
quantos rios que parecem fitas
largadas pelos recantos.




Sem saber que quero dizer
Sem atender à razão
Olho mas não quero ver
Nem sentir o coração
Porque há pouco eu acordei
Sem sentir que estava aqui
E assim por fim fiquei
Contigo dentro de mim

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Do livro "Super cérebro "

Deepak Chopra e Rudolph E. Tanzi são os autores do livro "Super cérebro", editora Self Desenvolvimento Pessoal Editora. Respigamos, os seguintes conselhos:
       "- Não projete os seus sentimentos nos outros.
        - Não participe de negatividades.
        - Quando sentir "stress" no ar, afaste-se.
        - Não ponha a sua atenção na raiva e no medo.
        - Se tiver uma reacção negativa deixe-a fluir por um breve momento; depois, assim que puder,   
           respire fundo algumas vezes e observe a sua reacção,sem se comprazer nela.
        - Quando estiver a ter uma reacção, não tome decisões até mais tarde, quando estiver de
          novo centrado.
        - Nos seus relacionamentos não use argumentos para descarregar  ressentimentos.
          Discuta os seus problemas quando ambos estiverem calmos e razoáveis. Esta é uma maneira
          fácil de evitar desferir golpes desnecessários no calor do momento."   


    
    Um livro que aconselho. Um livro que nada tem de inútil.

24 de Novembro de 2014

O terceiro dia deste Novembro,sem nuvens !
O hibiscus, naquela varanda, resplandece,
A araucaria, lá ao fundo, está contente
A palmeira ali em baixo agradece
As parede têm mais brilho
As vizinhas levantam as persianas
Os maridos espreguiçam-se nas varandas
E de novo,"a poesia acontece" !

domingo, 23 de novembro de 2014

Quando se perderem as flores

Na minha praia
Por debaixo da linha do horizonte está o mar
Na minha frente
Por debaixo daquele prédio horrendo
Há uma flor no chão
E à sua volta, um vento agreste e a chuva
Arrancam-lhe as pétalas
Sempre que se perde uma flor
Perco um bocado da alma
Quando perdermos as flores
Perderemos  as almas

A notícia do dia de ontem

Pois eu, preciso de muita alegria para não me entristecer com a prisão dum ex-primeiro ministro do NOSSO país.

sábado, 22 de novembro de 2014

Aquele pássaro

Estou contente:
Aquele pássaro debica
Na consola dessa janela
O que satisfaz
A minha dose diária, obrigatória,
De alegria,
Ainda lá está,
Descobrindo, segundo a segundo,
Mais sustento,
Sempre atento, sempre astuto
Vigilante,
Não repara em mim, atrás dos vidros.
Mas não se preocupa,
Não se abespinha, nem se enraivece
Com a problemática do seu posto de trabalho,
Repete o mesmo caminho na consola,
Não profere reivindicações,
Não exige aumento de ordenado,
Vive do vento das suas asas,
Sem tormento pelo que ali se passa,
Não paga impostos,
Vive na rua,
Não tem horários,
Guia-se pelo sol,
E pela lua.
E o que eu gostaria,
Era  saber
O que ele pensa,
Do meu viver


Eu sou assim,
Tenham paciência.
Saem estas coisas
De dentro de mim!

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Tanta nuvem. E algum vinho.

 Já são demais os nimbos e os cumulos, catano. Há muitos anos que não tínhamos, aqui no Algarve, um novembro assim! Em vinte e um dias apenas dois, sem nuvens. Eu gosto das nuvens, por vezes gosto de me sentir dentro delas, ou de andar nelas, gosto imenso da sobremesa "nuvens", que os espanhóis também chamam de "islas flotantes" (não confundir com farofas, um acompanhamento de farinha de milho ou mandioca), acho muito bonitos os cumulo-nimbos, ao contrário dos aviadores que evitam sempre entrar dentro deles. tão luminosos, tão arredondados, não o redondo que dizem alguns vinhos terem, não sei o que é o redondo dum, vinho, redondo, dizem, é um vinho que não tem arestas, o quê? O vinho pode ter arestas, pode ser um cubo, um paralelepípedo. uma pirâmide?  Explicam dizendo que é uma metáfora, que um vinho sem arestas não tem um elemento sobressaindo e que um vinho é redondo quando o sente na boca e percebe todos os elementos de forma harmoniosa. Quando é suave e aveludado não é adstringente nem ácido e ainda, falando por metáforas, como se fizesse um circulo perfeito na boca, passando do aroma ao sabor, à textura( outro mistério dos vinhos) e com estrutura equilibrada. Pois, todavia, para mim, um bom vinho é o que me sabe bem, não me deixa a boca amarga depois de beber um golo. Não é o que tem escrito em metade dum rótulo todas essas características misteriosas da estrutura, do arredondado, da textura, das arestas, etc..E que nos ensina a falar dele por metáforas.
   Não quero que os leitores pensem que estou sempre agarrado ao vinho. Não, ao almoço um copo até dois decilitros, cai-me bem. E é salutar, na opinião moderna dos distintos clínicos.
   No tempo do vinho a pataco em que se vendia o vinho a dois tostões o litro, o mesmo que custava um pacote cheio de castanhas assadas, a propaganda nacional dizia: "beber vinho é dar de comer a um milhão de portugueses"( tantos os que trabalhavam nas vinhas). Hoje a propaganda baseia-se nas vantagens pr'á saúde, de dois decilitros por dia.

Sobre o meu irmão Afonso

Um meu irmão, Afonso Teles de Castro Quadros, irmão germano, passou a maior parte da sua vida em Moçambique - julgo que desde os dezassete anos de idade. Ali casou, ali criou dez filhos. Quase sempre no interior da colónia, apenas vivendo na capital nos últimos anos de vida. Tinha um caracter forte, era destemido, não se interessou muito pelas promoções na sua condição de funcionário administrativo, mantendo-se na categoria de chefe de posto até que foi colocado em Lourenço Marques( Maputo), nos últimos anos de carreira. Na última vez que esteve em Portimão, se não estou em erro, em 1972, confessou-me que nunca lhe interessou a promoção na carreira porque tinha uma família numerosa, o vencimento era muito escasso e tinha de o completar com a venda da caça. Contou-me algumas histórias. De caça, mostrou-me uma foto extraordinária de um leão, no ar, depois de ser baleado. E outra, de um dia, julgo que ofendido pelo que um metropolitano referia, sobre um cunhado, um metropolitano que fazia parte da comitiva dum visitante ilustre, ele, um defensor intransigente da família, não se conteve e atirou o ofensor ao mar, de cima do molhe que percorriam.
Mas e só hoje, conheci um outro facto importante da sua vida, relatado por uma sua filha a Isabel Quadros, no face-book,, do salvamento de trinta mulheres e crianças num rio de Moçambique: um batelão que atravessava o rio - infestado de crocodilos - virou-se. E o Afonso não hesitou, atirou-se ao rio e salvou toda aquela gente. Recebeu uma medalha pelo feito, mas muito mais importante que a medalha foi a coragem e abnegação que revelou.
             Não sei se imprensa da época relatou esse feito, mas hoje deveria ser recordado pela actual.

Assembleia municipal de Portimão

Os nossos concidadãos de Portimão deverão comparecer no próximo dia 28, às 21h 30m, no salão nobre dos Paços do Concelho, para participarem numa reunião da assembleia municipal de Portimão, por iniciativa da   Coligação SERVIR PORTIMÃO. O objectivo desta reunião é o de "extinguir a taxa de municipal de protecção civil" recentemente instituída. 

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Falei com o Yaga

Recebi há pouco uma mensagem do meu cão, o Yaga, que morreu atropelado por um tractor, há uns anos, com três meses de idade. Não estranhem, não fiquem admirados. A saudade faz destas coisas, é a varinha mágica que nos permite comunicar  com os que, com a morte, perderam o seu corpo aqui, na Terra.
O Yaga, um fila brasileiro nascido em Portugal, desta vez falou-me  da sua condição de cão. Das diferenças entre a sua e a humana.
             - Que, todos os da sua espécie, nunca esquecem o dono, mesmo aqueles que os abandonam ou entregam para abate.
             - Que além do faro apurado, muito superior ao dos humanos, tem outros sentidos que desconhecemos: p.ex. o que os leva a uma lealdade constante até à morte, para quem os adopta.
             - Que desconhecem, como todas as outras espécies de animais, exceptuando a dos humanos, o suicídio. Eu tentei explicar-lhe porque os homens, mais raramente as mulheres, se suicidam. Contra os argumentos que apresentei só me respondia que quem nos põe na Terra é quem tem esse poder, o de decidir a nossa morte.
             - Que, quando peguei nele após ser atropelado, e me lambia a mão pouco antes de morrer, que, o fazia para que não me esquecesse dele. Um gesto que em todas as espécies significa gratidão.(Ao contrário dos humanos. Nestes, esse gesto pode ter muitos significados, alguns dele pouco dignificantes).
             - Que as manifestações de alegria, em todos os animais, significam isso mesmo: alegria pura, contentamento sincero, prazer imenso. 
             - Que um cão, como todos os irracionais,  não mata por prazer. Só o homem e mais raramente a mulher, o faz. E por outras razões desconhecidas para as outras espécies: por avareza, por ódio, por paixão, pela fé em Deus, pela escravatura, por obsessões variadas (política, dinheiro, poder).   

Menos milhões para muitos, mais milhões para poucos

Que grande tragicomédia esta das vigarices que destruíram o Banco Espírito Santo. Mais uma vez, insisto, o dinheiro continua a sua acção maléficas. Quando surgirá o dia em que se comece a reconhecer que os prejuízos que os bancos acarretam, quando abrem falência, se devem ao sistema monetário a que estamos sujeitos?  E que poderá existir outro sistema monetário que evite esses males?
Vejam, com o BPN foram cinco ou seis mil milhões, com o BPP, não sei quanto foi, agora com o BES já lá estão cerca de quatro mil milhões. E todos esses milhões saem dos bolsos dos contribuintes.
E ainda ninguém foi preso! Mas o importante é o que acontecerá no futuro.
Será que ainda ninguém pensa nisto?

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Limpezas

Hoje passei duas horas entregue à esfregona, ao limpa-vidros, e à vassoura. Pelo meio da limpeza da escada e dos vidros das janelas a mente desconcentrou-se do balde e resolveu vaguear por outras paragens. Algumas conclusões a que me levou:
         - O trabalho doméstico é mal pago. (Não admira: desconhecemos, na prática, o trabalho dos outros)
         - Os homens, não dão o devido valor ao trabalho das mulheres.(Não admira: poucos limparam um prato, uma panela, uma escada, nenhuns pariram, o que é pena porque muito aliviariam as mulheres)
         - Nunca conheci uma empregada de limpeza eficiente, gorda, daquelas de mais de cem quilos.(Não admira: quase todas podem ocupar-se, ao mesmo tempo, de mais que uma coisa, o circular traz-lhes a esbeltez)
         - A esfregona ainda não foi contemplada com um premio Nobel.(Não admira: os que decidem a atribuição daquele prémio nunca pegaram numa esfregona, consta-me e não me custa acreditar).
         - No dia em que surja uma lei que obrigue os deputados a trabalho com a esfregona, na assembleia uma vez por mês, melhores leis serão propostas.(O que não admira: a esfregona fá-los-á meditar).
      Ainda obtive, no trabalho com o balde, a esfregona e a vassoura, outras ideias menos recomendáveis, que deixo ao raciocínio dos leitores desta mensagem.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Nalguns dias, nalgumas noites

Nalguns dias, nalgumas noites
Em que a mente nada me dita
Que enriqueça os meus versos,
Parece que perdi a riqueza
De expressar os meus sentimentos
Parece que me abandona a beleza
Não recordo uns bons momentos
Invade-me estranha tristeza








A chama que sinto por vezes
E que a alma me ilumina
Logo se traduz em verso
Que a memoria logo afina




Mas hoje não, hoje não
Não consigo versejar
Falta-me toda a inspiração
Será que nada tenho p'ra dar?
São dias, são noites assim,
Em que algo que seja bonito
Não sai de dentro de mim.
Serei pedra, serei granito?


segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Encontro-me dentro,comigo

Encontro-me dentro, comigo
Lá fora, por mais que eu tente
Não há dúvida, não consigo


Mas se existe possibilidade
Disso pronto acontecer
Fico demais perturbado


Não é necessário isolar-me
Deixar o mundo, o meu lar
Desse modo vou consolar-me


Porque lá fora, por mais que eu tente
Sempre encontro, contrariado,
Um mundo estranho, na frente.



domingo, 16 de novembro de 2014

Hoje apetece-me fazer algumas diabruras
Não, não vou comer carne negra, chocolate branco, manteiga amarela
Vou cometer outras travessuras
Pisar o risco, pintar a manta, andar sozinho num barco à vela


Que são travessuras em sentido figurado
Aproveitadas para passar este domingo
Pois que não aprecio nem me sinto inclinado
Nem para jogos de campo nem para o bingo


Se aproveito esta minha intenção, esta minha veia
Para preencher o meu bom descanso
É porque não tenho mais nenhuma ideia
Para ocupar-me durante o meu ripanço


E se vos comunico este meu arrazoado
Apenas quero, sempre pretendo,
Obter da vossa parte um sorriso grado
Reflexo da amizade que estou querendo

Quando tudo se acaba

Na opinião
De  muitos distintos sábios, ilustres doutores, grandes eminências
Tudo se acaba
Quando se acaba a vida, quando o corpo morre.
É a opinião,
Desses muitos distintos doutores, ilustres eminências, grandes sábios
Que pensam,
Que neles, só há carne, ossos, músculos, diversos órgãos
Bem dentro,
Dessas distintas eminências, ilustres sábios, grandes doutores
Pensam portanto,
Julgo eu, não sendo doutor, nem sábio nem eminência
Que em todos eles,
Da cabeça aos pés, em toda a consciência
Sem reticências
Só a carne pensa, os órgãos sentem, os músculos decidem,
Os ossos, amam,
Escrevem prosa, escrevem versos,
Têm paixões
E sentimentos

sábado, 15 de novembro de 2014

A espera

Eu nunca espero
Porque,  esperando,
Estou pensando
Vejo que p'ra muitos,
Isso de esperar
É bem atroz
Estão à deriva
Sem pensamento
Roendo as unhas
Sulcando lamentos
Perdendo a fé
E os sentimentos
Soltando raiva
E imprecações
Esquecendo  a vida
Perdendo ilusões
Mas, muitas vezes,
Por estar à espera
Ele até esquece
Desesperando
O que vai fazer.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Hoje não vou

Hoje não vou procurar dentro das coisas
As coisas que ninguém vê
Nem sequer vou gastar passos
Nas estradas não sei onde
Vou apenas ver se encontro
Tudo aquilo que não desejo
Porque aí sei que está o mistério
De tudo o que não existe


Sei que muitos não compreendem
Tudo isto e o mais que sinto
Mas enfim, eu bem lamento
Essas falhas de alegrias
Essa ausência de sentimentos
Essas vivências sem vida
Essas permanentes tristezas
Essas mentes sem riquezas


Nunca é hora de eu parar
Nunca me canso de viver
Sempre gosto de me virar
P'ra onde na bolha me der
E se alguém não apreciar
Isto que estou a escrever
Vá por outro caminho andar
Siga por onde quiser

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

O que pode estar dentro duma página

               Eu suponho que dentro duma página - não dum ou doutro lado dela - há muito que desvendar. Um sentimento, um desejo, uma fúria, um impulso, têm mais que as simples letras da palavra que os designa. E ao ler um dos lados da página se qualquer palavra ou frase se manifesta no nosso íntimo por reação favorável ou negativa em face do lido, a página enriquece-se ou avilta-se com o que entra para dentro dela. Vejamos: um armário de dimensões consideráveis, uns dois por quatro metros e meio de fundo,  carregado de vestimentas e outras utilidades, se o pudéssemos reduzir ás dimensões duma folha de papel, continuaria carregado das vestimentas e outras utilidades de forma semelhante reduzidas e microtransformadas, não visíveis senão ao microscópio electrónico, Da mesma forma julgo que electrões ou outros ões dos nossos pensamentos, desejos ou fúrias, se introduzirão dentro daquela folha cujo trecho vamos lendo. É fantasia, dirão alguns, um contrassenso, gritarão outros, uma insensatez proferirão outros que pensam que já sabem tudo. Mas é um facto que muitos poderão aceitar, muitos poderão sentir, outros a memória  profere a concordância, alguns haverão sentido o mesmo: que por vezes, quando abrimos um livro, aviva-se-nos a lembrança dum acontecimento, salta uma luz da nossa memória para um facto, uma situação, que nos desagradou ou não e que está por vezes relacionado com o tema do livro.
           Coincidência  ?
           Não será que todas as coincidências têm uma razão no passado?
           Ou que as coincidências do passado nos trazem a razão do presente?    

Vidas

Durante muito tempo pensamos que não nos atingem  as doenças, as más, as que não desejamos de saber nos amigos, porque as boas(a sorte, a virtude, a paixão), essas nunca lhes prestamos a atenção devida, sim, devida é a palavra apropriada, devida indica o mesmo que da vida, sim, também há doenças boas, doença dizem os da medicina é um padecimento causado por uma alteração fisiológica ou bla bla bla, que me importam a mim as alterações eu não me altero com a saúde, julgo que pouco me altero com a doença, lá vêm os críticos do costume, os poucos que leem o que escrevo entendem o que estou dizendo, são inteligentes q. b. , os outros, os que não me estão lendo, que se entretenham com assuntos mais elevados e que os transportem aos pontos mais altos da fantasia ou da estupidez humana, sim, porque estas também têm altos e baixos, não há nada que não os tenha, só, pelo que dizem os que já viram e perscrutaram  a luz ao fim do túnel, que eu quero é ver o arco-íris ao fim do túnel, não me interessa ver outra coisa senão um belo duplo ou triplo arco-íris que eu possa cavalgar, tenho cavalgado tanta coisa durante a vida, já cavalguei o luar, já cavalguei a brisa que corria no pomar ao nascer do sol,  já cavalguei a ambição, estou cavalgando a resignação.
         E hoje, a notícia mais importante foi a de que um amigo dum amigo meu, que fala impecável doze línguas. de modo corrente, todas as quartas-feiras vai de manhã a Londres frequentar uma aula de chinês arcaico e volta no mesmo dia para casa onde o espera a esposa ansiosa por conhecer o que o marido aprendeu.
        Deixem-me ir cavalgar no chuveiro.    

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Suborno

Tenho muitas mensagens escondidas
Estão bem guardadas e defendidas
De plagiadores cheios de cerimónia
De falsificadores prenhes de boas intenções
De artistas, amigos inveterados das imagens
De misericordiosos, hipócritas beneméritos
De fiscais subornados com benesses
E de cavalheiros, administrando bens roubados


Todavia, eu também me sinto subornado
Por essa dor, por essa saudade,
Que faz suavizar as rugas da tua face
Brilhar com esse fulgor nos teus olhos
Rasgar com encanto a tua boca
Entregar tanta elegância ao teu andar
Vestir-te com as cores mais audazes
E ouvir-te encantado pela tua voz
Hoje escreverei mais.
Depois de limpar as minhas velas, afinar o carburador, a caixa mágica e encher o depósito com o pequeno almoço. Querem acompanhar-me? Às nove da manhã de hoje. Não precisam de trazer nada, mas um presunto pouco salgado, uma garrafa de tinto do Dão e uns acepipes daqueles bem finos faziam-nos jeito. Não se admirem, continuo descarado, mas é do coração que necessita de conforto.
On y soit qui mal y pense

domingo, 9 de novembro de 2014

Gorduras

Quero aprender a tirar as gorduras
Acumuladas com vagar, no meu corpo
Provenientes dos petiscos, das frituras
Dos bons pratos. das boas sopas
Mais à frente vou tirar o curso
De sacar gorduras das panelas
E obter o enorme recurso
De as saber limpar das janelas


Há outras gorduras importantes
Que preocupam muita gente
São economistas garantes
Que o país vá para a frente
Outros dizem que as gorduras,
São prejudiciais à saúde
Não sendo mais que torturas
De qualquer dieta bem rude


A saber se alguns políticos
Muito  dados a diabruras
E que dos costumes são críticos
Não gostarão das gorduras
Que pretendem separar,
Porque sendo interesseiros
Logo irão  as colocar
Ao dispor desses cavalheiros

Humor

Que é isso do sentido de humor
É sentido  sem sentido
É relato sem valor
Que a pouco ou nada se inclina?
Será breve tentação
De quem discute e opina
Enfronhado nessa ilusão
Pensando que a verdade refina?






Sou pouco dado a manias
Não sou pasto de alguns vícios
Curso um pouco a gelotologia
Da qual emprego uns resquícios
Mas por vezes bem insisto
Em meter-me nalguma alhada
Só para provar que existo
E que aos costumes digo nada












sábado, 8 de novembro de 2014

Na crise

Perante uma crise, das nossas relações, da nossa economia, da nossa situação, que podemos fazer? Que nada podemos contra, que é o destino, azares circunstanciais, que vamos de mal a pior, que sabíamos que isto ia acontecer, etc.? Ou devemos antes pensar que é um problema ou conjunto de problemas que devemos analisar, procurar soluções, resolver? Procurar quem possamos consultar, procurar alguém que tenha resolvido com êxito problemas semelhantes, ainda, buscar no mais fundo, entro de nós, as soluções?
Desde os primeiros anos de vida que a mulher e o homem defrontam problemas, situações que lhes parecem difíceis, encravanços na vida. E quanto mais novos somos mais fácil nos parece a resolução, menos importância damos às dificuldades, com mais rapidez encontramos as soluções. E, se não conseguimos, procuramos ajudas - se ainda não temos complexos de vergonha, de inferioridade ou outros - ou levamos os  problemas  aonde os  possamos resolver.
E é então quando somos jovens que o nosso caracter se afina, se firma e se define em qualidades  que se manterão pela vida fora.
Porque trouxe este tema para o blog? Os leitores têm inteligência suficiente para descobrir a resposta.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Chegaram os tempos

Chegou o tempo de não me entreter com algumas coisas fúteis:


Parar o despertador
Vigiar a caldeirada
Pensar na morte daquela bezerra
Procurar donde vem o sueste
Consultar uma mansidão
Reparar num cumulo-nimbo
Voltar-me do avesso
Afofar o travesseiro
Dizer que não à maldita
Discutir com quem não aparece
Vibrar com a tua beleza
De pé ficar sentado
Construir uma ilusão
Desprezar qualquer tormento




Chegou o tempo de regressar ao que é mais importante:
Voltar a ter, de ti,  saudade.

Enquanto

        Enquanto aguardo o almoço, vou enganando a fome surripiando pensamentos ao meu bestunto, divagando sobre as subtilezas do destino como as ligadas ao apetite, entrelaçadas com as desditas que a crise insiste em perturbar-me através dos comentários pessimistas de muitos conceituados jornalistas. Enquanto já não aguardo, agora que comi parte dum belo empadão de salmão que a minha filha apresentou, a nossa mesa, filha que liga os seus dotes de professora catedrática de flamenco à bela imaginação de soberbos cozinhados, adquiridos prontos a ir ao forno esclarecedor das suas virtudes culinárias. Após a solene e não dolorosa digestão, aqui apresento o fraco resultado dos meus pensamentos, pouco prenhes de ideias sublimes, ricas,elevadas e ainda menos merecedoras de encómios, elogios ou manifestações de agrado.
          Mas enfim, deu-me pr'áqui, menos mal que não me deu para outra coisa mais irritante, desagradável ou ofensiva para os olhos dos que se dignaram e talvez se arrependeram de dar o passo de passar a vista sobre esta mensagem.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Quanto irá demorar

Um artigo de ontem do "Público" intitulava-se "Emissões de CO2 têm de parar já, dizem cientistas".
Acompanhem a imprensa e verão quanto irá demorar o "já".

Insisto, não desisto

               Lembro aos distintos visitantes do meu blog: continuo esperando as vossas críticas. Espero que não se defendam com a atitude dum distinto comentador político-económico da TV7( que eu muito aprecio embora lamentando que não exponha qualquer argumento, dúvida, discordância sobre a alternativa que defendo para substituir o atual sistema monetário), que no seu programa declarou que a minha alternativa - acabar com o dinheiro - não merecia qualquer atenção no seu espaço televisivo. Julgo que também a mim se referia quando declarou, após responder a alguns comentários dos telespectadores, que a outros comentários não respondia porque eram irrespondíveis, lunáticos irrealistas, etc..
              Essa também é uma opinião. Mas que, em minha opinião, mais não representa que apenas um certo grau de incomodidade de quem a propaga e publica
              Penso que no século dezanove, quando se levantou o problema da escravatura, quando surgiram as primeiras vozes contra esse mal da humanidade, quando os americanos lançaram ideias livres sobre o assunto e até as defenderam com uma guerra civil que lhes custou muitos milhares de mortos, nessa época também existiam distintos cavalheiros que declaravam tal assunto indigno das suas preocupações, sem valor para o futuro do seu país, não merecedor de atenção ou discussão. E hoje, digam-me cá: o dinheiro não contribui de forma sorrateira, silenciosa, permanente para a escravatura de muitas mulheres e homens?
              Tal como a escravatura, talvez o dinheiro também provoque uma guerra, essa não limitada a um país mas assolando a muitos. Há indícios, rumores,  provocações, nesse sentido. O que impede que os Estados Unidos e a China, discutam, estabeleçam acordos, aliem-se num projeto e numa ação que vise diminuir as ameaças que dia a dia mais se adensam sobre as modificações climáticas que poderão alterar o equilíbrio em que vivemos no único planeta que temos para habitar? O que impede tal acordo é a riqueza que esses países disfrutam e a ambição que muitos outros têm, de aumentar as suas.
               Só no dia em que a mulher e o homem compreendam, concordem e aceitem que no atual sistema monetário, caminhamos para o abismo e se decidam a pensar numa forma diferente de viver, só então poderemos sossegar, começar a agradecer. Um modo diferente de viver, que nos situe em condições de sermos alheios ao dinheiro, dependamos apenas  dos nossos méritos  e aproveitemos os recursos naturais para vivermos, alimentando os nossos corpos sem pobreza e os nossos espíritos sem qualquer espécie de relutância ou de escravatura.
                Há muito a conversar, dialogar, discutir sobre isto. Não será mais importante essa discussão do que o orçamento, o "deficit", a culpa deste ou daquele capitalista, o administrador que não sabe porque é administrador, a Tôrre e Espada no peito daquele cavalheiro que trabalhou muito e engordou tanto?   

domingo, 2 de novembro de 2014

Insatisfações

                Sempre que me encontro insatisfeito, medito. Procuro ver a origem da insatisfação, o que a provocou o que a alimenta, o que a faz progredir. Encontro e analiso de seguida as soluções encontradas. E que dificuldades apresentam, as impeçam, as possam anular. Lembro-me da vela, que se mantem se tiver alimento, que se apaga se um fator estranho a  atinge. Mas que sempre nos retribui com a luz.
               Mas primeiro, que a insatisfação não me ofusque nem me tire o juízo, não me impeça o discernimento, não me perturbe a razão. Até no meio do fogo além do calor se deve sentir o espírito, o instinto livra-nos dos primeiros perigos mas só a tranquilidade nos permite usar a razão, iniciar o raciocínio tomar a decisão mais justa e apropriada e sair incólume. E há caminhos da mente, entre eles algumas insatisfações, que nos levam ao fogo de maus passos na vida.

sábado, 1 de novembro de 2014

Meditar

Uma pessoa amiga perguntou-me:
         - Diz-me cá, quantos anos queres viver mais?
         - Olha, isso não posso dizer-te. O que quero é viver o dia de amanhã tão bem como estou vivendo o dia da hoje!
         - Mas, o que fazer para viver tão bem de saúde, como vives?
         - Não é segredo, sigo o que recomendam as últimas investigações. Todos os dias medito meia hora.
         - Tretas. Os indianos fazem muito  yoga, meditam muito e não vivem mais do que nós. Mas  a que investigações te referes.
         - À investigação neste momento muito avançada e relativa à longevidade das células. Está provado que a longevidade das células humanas depende do desgaste maior ou menor do topo dos cromossomas. E provaram que a meditação diminui esse desgaste.
       Essa pessoa amiga  continua de boa saúde.