As últimas páginas do meu livro (situado 19 lugares antes dos vinte que hei de escrever,é uma promessa)fizeram-me lembrar a fase final dum parto:pode ser lenta e demorada,ou rápida, o bébé pode sair a jacto e ir aterrar no linóleo da enfermaria,como sucedeu com o nosso filho gerado em beleza pela minha esposa há cincoenta e quatro anos. De igual forma espero que as palavras do final do meu livro, saiam a jacto lá de dentro do emaranhado de idéias que pululam(gostais ,não gostais do pulular ?)cá dentro do meu craneo.Entre o receio do plágio disfarçado na esperança da ignorância do leitor e a insatisfação pela qualidade da obra, ora me apetece atirar para o balde do lixo o computoescrito do livro ora o meu eu me pede respeito pelo feito, desfraldando-me a vaidade e criticando-me a modestia.
Quando entro numa livraria e pego num livro que me atrai pelo título,pela capa,pelo autor, costumo ler algumas páginas no princípio,no meio e ou no fim.E compro-o se gosto da idéia,se me encanta a prosa,se sinto ganas de continuar a lê-lo.Pretendo que a prosa do meu seja simples,que o início atraia pelo inusitado e pela fantasia, e que o final ofereça alguma coisa de consistente e de vital : uma contribuição para um provável sentido da vida.
1 comentário:
Pai, acabas de escrever o que poderia ser um óptimo prólogo ou contracapa para o teu livro. A tua melhor prosa é esta que vem directamente do coração, cheia de música e beleza. Um homem brilhante que foi aprendendo com a vida a deixar ver toda a ternura da sua alma. Gostei muito.
Beijinhos querido pai.
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