Em vida dos autores, coisa rara é o elogio das suas obras. Por inveja, pela fraca avaliação das mesmas, por falta de visão. E uma obra que impede a degradação da natureza, que compõe a paisagem e, ao mesmo tempo, torna agradável o que antes era triste e irritante de ver, merece ser reconhecida e, prosseguida, se é útil a sua continuação.
Vem isto a propósito daquele trecho da encosta, na Praia da Rocha, logo a seguir à fortaleza, avenida que ali se inicia. Há uns cinquenta anos, quem caminhava por ali, via a encosta nua, com vegetação rala e avançada erosão.. O que acontecia e ainda acontece por toda a encosta ao Norte dessa praia e das que se lhe seguem, para oeste.
Nos anos sessenta do século passado, um presidente do turismo regional, o dr. Pearce de Azevedo, por sua iniciativa, apresentou um projecto de revestimento vegetal e arbóreo dessa encosta. E conseguiu que fosse executado. A obra lá está para quem a queira ver. Agrada à vista, evitou uma maior degradação da encosta, compôs a paisagem.
Mas, para minha surpresa, após o 25 de Abril, quem substituiu, na presidência do turismo regional o dr.Pearce de Azevedo, não prosseguiu essa obra, pela encosta. Até hoje o único revestimento ali feito foi uma revestimento horroroso num pequeno trecho com reboco de cimento, junto ao mirante que se situa por cima do Buraco da Avó. Vão lá e comparem. Como seria hoje essa encosta se se houvesse feito obra semelhante, revestindo apenas cinquenta metros de encosta, por ano, pelo menos por cada dois anos, ao longo das praias, Toda a encosta até ao Vau, a praia a seguir à Praia da Rocha, estria revestida de cobertura vegetal e arbórea, evitando-se, como aconteceu, a erosão e alguns prejuízos, por ela motivados, como a destruição duma das descidas para a praia.
Esta democracia que temos ainda não impõe aos governantes que sigam os bons exemplos, venham donde venham..
Sem comentários:
Enviar um comentário