Não posso abstrair do meu pensamento as ideias insensatas que me afluem, que me transportam a paraísos desconhecidos, que me elevam a cumes esplendorosos, que me perturbam pela gritaria dentro de mim pelo que sinto de revolta, de asco, de tédio na solidão encontrada pela ausência de companheiros que me acompanhem e que partilhem do que encontro onde chego. As entranhas revoltam-se-me pela fatuidade desta procura, vejo-me perseguido pelas cores que odeio, o vermelho e o cinzento e vejo ao longe arcos-íris incompletos, só de verdes, azuis e amarelos que se me escapam por mais que lance os braços para os agarrar e arrancar do céu.
Por vezes tudo isto acontece no meu deserto.
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