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domingo, 1 de janeiro de 2017

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Eu tenho curiosidade, mas não sou curioso, no vulgar sentido
Tenho essa coisa da curiosidade, esse sentimento estranho:
Porque nasci?
Porque nasci aqui?
Porque tenho de morrer?
Porque tenho de viver?
Porque tenho de escrever o que estou escrevendo?
E pensar o que estou pensando?
Mas se há tantas coisas ditas curiosas de que eu não sinto curiosidade
A quadratura do círculo, a fórmula do vinho, os mistérios do presente
E outras universal e tontamente aceites como curiosas
Mas onde eu não encontro essa tal da curiosidade
Onde só encontro outros motivos que encontro naturais
Naturais e para mim por completo,  sem a tal da curiosidade
Como a bondade, a lealdade, o amor
Que deveriam ser normais e não objectos curiosos
Para muitos desprezíveis, sem valor nem préstimo, puras fantasias
Mas para mim, de valor imenso, geradoras de tantas alegrias
E que eu encaro com a mesma devoção,

Sem curiosidade, com o amor
Com que encaro uma flor.

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