Há alguns anos, quando alguem entrava nos domínios da chamada pouca sorte, eu ouvia dizer "tenho que ir ao endireita" que se entendia pelo mesmo que "ir à bruxa" , "fazer figas" ou o gesto de bater na madeira com os nós dos dedos ou ainda a mais antiga imprecação "t'arrenego belzebu". Pois cá para mim isso da pouca sorte,azar,"mala pata", não existe. Para mim não passa duma manifestação egoista e grosseira de reacção ao que é usual acontecer. Uma insofismavel prova de ignorância. Não ? Pensemos. (Desculpem a exigência). Pisarem-te um calo, dares uma martelada num dedo, tropeçares numa pedra ou num buraco, são acidentes que,como todos outros se poderão considerar azares ou considerar acontecimentos normais ou até favoráveis e instrutivos, enchendo o armazem da experiência. Uma criança passa por milhares dessas experiências, umas vezes chora, outras ri, outras fica indiferente e continua a tentar, a experimentar, sem temer o belzebu.
A maioria dos homens e das mulheres temem o belzebu, não acreditam que as coincidências e os acasos podem acertar em nós. E que jamais acontecem quando os procuramos com sofreguidão, esquecendo tudo o resto que está ali ao lado.
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