Como dois autómatos, ele e ela caminham, olhando apenas para o que está à frente dos seus passos, sem nada dizerem. porque nada têm a dizer , porque nada mais têm para dizer, porque nada mais conseguem dizer. Os gestos do costume , a expressão de todos os momentos inúteis das suas vidas, o mesmo ar abstracto, nem de resignação, nem de preocupação, nem sequer de alguma curiosidade. Escravos quase permanentes dos sentidos, vão para onde decidiram antes da caminhada, o corpo agora obedecendo apenas aos sentidos e à decisão tomada. Saíram da vida em muitos desses momentos, a alma não se sabe por onde vagueia, os passos só orientados pelos sentidos
Olhando para eles e para outros que passam debaixo da minha janela, penso na razão porque Deus encenou todo este teatro, uma parte do teatro da vida.
Será que ele nos pôs neste mundo apenas para se divertir ou para investigar o que poderá fazer mais connosco ?
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