Pertenço àquela classe de indivíduos que não se cansam de aprender. Alguém disse, parece-me que foi Sócrates(o grego não o P. de Sousa), alguém disse que aprender é recordar o que está na memória da alma. Eu acredito. Porque só assim se justifica que aprendamos muito mais facilmente umas matérias que outras, e que algumas as memorizamos com muita facilidade. Quando fiz as cadeiras de Matemáticas Gerais e de Cálculo, admirava-me a facilidade com que compreendia tudo, todos os teoremas, como decifrava com facilidade os problemas que o professor Carvalho Araujo(um neto do célebre oficial da nossa marinha de guerra, agrónomo e doutorado em Matemáticas em Inglaterra), nos apresentava nas aulas práticas, e a rapidez com que decifrava algumas charadas matemáticas. A ponto de por vezes, depois de eu responder, me dizer: o Quadros já conhecia esta charada? Com a honradez dos meus dezasete ou dezoito anos eu respondia-lhe que não e, se já conhecia a resposta, antes que ele perguntasse pela solução eu dizia-lhe: "essa já eu sei, senhor engenheiro."
Daquele volumoso calhamaço, a "sebenta" da cadeira de Cálculo Integral e Diferencial, pouco consigo recordar. Mas o que nunca mais esqueço é a forma como aquele professor nos dava as aulas, explicando para que servia todo e qualquer
daqueles teoremas, toda aquela teoria matemática, para a nossa futura profissão de engenheiros agrónomos. Com exemplos práticos, e referencias úteis.
E todos compreendemos porque era tão exigente no conhecimento das bases dos programas daquelas cadeiras.
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