Quando nos ameaçam com chantagem, com argumentos sem prova nem consistência, apresentando propostas imbuídas de motivos políticos, de corrupção, ou apenas acenando com cautelas escusadas, só cedemos se a covardia nos vence. Aconteceu com as gravuras de Foz Côa, perderam-se muitos milhões na obra de parte da barragem já feita, muitos milhões nas indemnizações ao empreiteiro por cortar a finalização da obra, muitos milhões na electricidade que deixou de se produzir na barragem do Côa, cuja construção foi suspensa. E havia solução. Que custaria uma pequena percentagem do que se pagou e perdeu: as gravuras poderiam ter sido cortadas e colocadas num museu, lá por cima do rio.Tal como sugeriu um arqueólogo e cuja opinião até hoje não vimos contestada sequer de forma sofrível.Se se corta o granito, se se cortam os mármores e outras pedras que se retiram dos montes, porque não se cortaram aqueles xistos com as gravuras? Talvez porque estas eram falsas. Se sulcos talhados em granitos,se esbatem ao fim de algumas dezenas de anos, os sulcos gravados em xistos resistem a 5000 anos?Talvez o tempo acabe por provar quem tinha razão.Mas nessa altura, o que foi construído, daquela barragem (e que lá continua) já não poderá ser aproveitado. E alguém será responsabilizado ?
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