Saíu-me o primeiro prémio do euro milhões do dia dez de Fevereiro próximo, por isso regressei depois de amanhã do cruzeiro de luxo no iate que adquiri em Março deste ano. Distribui metade do prémio por todos os pobres desta cidade ficando por isso condenado a pagar um imposto em duplicado sobre esse valor. E vou mandar um presente valioso a todos os que não lerem esta mensagem aguardando a vossa resposta em carta que devolverei por falta de selo. Podem pedir-me qualquer empréstimo com juros a pagar do meu bolso. A todos enviarei um carro eléctrico movido a água, com um depósito de dez metros cúbicos e uma autonomia de quatro voltas à terra por terra, duas voltas pelos mares e três voltas pelos ares.
O piloto é de confiança, fica em casa com o salário mínimo da Grécia.
comentários, poemas, situações e circunstâncias da vida, escrtos e da autoria do que escreve neste blog
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sábado, 31 de janeiro de 2015
quinta-feira, 29 de janeiro de 2015
terça-feira, 27 de janeiro de 2015
Alzheimer
Não sou médico.Mas do que que tenho lido e ouvido sobre essa enfermidade ainda não vi notícia ou artigo que a encare sob um ângulo diferente.
Os sintomas estão bastante definidos embora parece-me que ainda falta descobrir alguns. P.ex.como se diagnostica a diferença de duração da enfermidade ? um padecente de Alzheimer pode sobreviver,dois ou três até quinze anos,ou talvez mais.Um amigo meu não resistiu pouco mais que dois anos. Outro,há mais de quinze dez anos apresentou os primeiros sintomas e ainda resiste. Não sei se a genética ou alguns exames ao sangue ou ao cérebro podem definir esse tempo, talvez até defini-lo seja um gesto pouco humanitário e discutível.Há diferenças marcadas com a demência senil mas a perda de faculdades mentais é semelhante : perdas de memória,incapacidades diversas da mente.E ambas as enfermidades terminam de forma semelhante, estado terminal numa vida vegetativa sem prazo,o cérebro reduzido à sua expressão mais simples : controle básico do coração e das actividades respiratória e digestiva.
Refiro tudo isto porque tenho interesse em saber como vai progredindo a investigação neste domínio, se há alguma esperança. Li por exemplo que o café pode ser um bom antídoto para essa doença degenerativa.
Os sintomas estão bastante definidos embora parece-me que ainda falta descobrir alguns. P.ex.como se diagnostica a diferença de duração da enfermidade ? um padecente de Alzheimer pode sobreviver,dois ou três até quinze anos,ou talvez mais.Um amigo meu não resistiu pouco mais que dois anos. Outro,há mais de quinze dez anos apresentou os primeiros sintomas e ainda resiste. Não sei se a genética ou alguns exames ao sangue ou ao cérebro podem definir esse tempo, talvez até defini-lo seja um gesto pouco humanitário e discutível.Há diferenças marcadas com a demência senil mas a perda de faculdades mentais é semelhante : perdas de memória,incapacidades diversas da mente.E ambas as enfermidades terminam de forma semelhante, estado terminal numa vida vegetativa sem prazo,o cérebro reduzido à sua expressão mais simples : controle básico do coração e das actividades respiratória e digestiva.
Refiro tudo isto porque tenho interesse em saber como vai progredindo a investigação neste domínio, se há alguma esperança. Li por exemplo que o café pode ser um bom antídoto para essa doença degenerativa.
A investigação sobre todo o corpo humano tem progredido imenso nos últimos anos. Nos últimos cinquenta anos a esperança de vida subiu mais de vinte, em muitos países, Portugal incluído.
A medicina, nos diagnósticos, nas especialidades, na investigação, nas técnicas e nos sucessos, deu passos de gigante. E devemos afirmar que muito lhe devemos e que por vezes se ouvem ou se lêem acusações muito injustas. Dos que, por vezes e pouco mais tarde, vêem a sua estadia na vida prolongada devido aos cuidados médicos e hospitalares. Seria curioso e instrutivo saber quantos doentes,depois de curados, agradecem aos que contribuirão para a sua cura.
O ângulo diferente deveria ser uma maior,mais aprofundada investigação sobre a protecção do cérebro a partir dos quarenta anos de idade ou talvez até menos. Poderia começar por um inquérito às famílias, em particular aos seus membros de mais de quarenta anos : os hábitos,a actividade mental e física,a alimentação,as maiores carências,os excessos.
É provável,oxalá que isto e muito mais já esteja a ser feito.
Mas se alguém quiser ajudar-me nesta cruzada,informem-me e desculpem a opinião e este arrazoado de um leigo.
.
O ângulo diferente deveria ser uma maior,mais aprofundada investigação sobre a protecção do cérebro a partir dos quarenta anos de idade ou talvez até menos. Poderia começar por um inquérito às famílias, em particular aos seus membros de mais de quarenta anos : os hábitos,a actividade mental e física,a alimentação,as maiores carências,os excessos.
É provável,oxalá que isto e muito mais já esteja a ser feito.
Mas se alguém quiser ajudar-me nesta cruzada,informem-me e desculpem a opinião e este arrazoado de um leigo.
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segunda-feira, 26 de janeiro de 2015
Um profeta na minha terra
O Antuunes era conhecido pelo poderes extraordinários que possuía: da adivinhação, da previsão do futuro, da imaginação e espírito criador.
Na sua comunidade não houve quem não se espantasse quando ele anunciou que em todos os meses os dias quinze se sucediam sempre aos catorze e antecediam os dezasseis. O presidente da câmara local propôs que lhe fosse estabelecido um vencimento fixo, igual ao do vice-presidente, e sem horário obrigatório, um profeta não tem de ter hora marcada para o seu trabalho. E o Nunes, no pleno conhecimento das suas capacidades, comunicou aos seus conterrâneos a última advinha de sua autoria: que nessa manhã, quando se levantou às oito horas soube e teve completa consciência de que ainda não eram nove horas. O que deixou os patrícios espantados com tal profecia, relatada com pormenores minuciosos pelos meios de comunicação social.
O Antunes, laico, relatou a previsão magnífica de que toda a sombra desapareceria com o cair da noite, excepção que ocorreria se se acendesse algum foco potente incindindo no objecto possuidor de sombra invisivel.
Mas a mais sensacional previsão de Antunes, que deixou toda a gente cheia de esperança, foi que no dia seguinte confirmaria a previsão anunciada no dia anterior de que todos os habitantes ficariam ricos e cheios de saude.
domingo, 25 de janeiro de 2015
Mais um meu palavrório
Vou começar a divagar sobre o concreto e a concretizar sobre o inefável utilizando os ventos favoráveis em tufões de arrependimentos hipócritas e inauditos utilizando argumentos do arco da nova política europeia baseada no snifar os ventos da mudança, do investimento e da castanha assada. Partilharei com entusiasmo esfusiante, fumegante e rotativo as agruras e desditas que não me quiserem permitir, não me deixem envaidecer, nem cautelosamente equilibrar o orçamento familiar, agora desequilibrado pelo euromilhões que me contemplou com um prémio único daqui a quinze dias. Esta mensagem foi escrita dez dias depois do dia de hoje, não provocou corrida de amigos à minha porta nem avisos das finanças do imposto a pagar não sei quantos por cento sobre o prémio, dado que já o descontaram em tempo devido.
Disse.
(Para que não me acusem só de que uso essa expressão final apenas nos areópagos nacional e internacional)
Disse.
(Para que não me acusem só de que uso essa expressão final apenas nos areópagos nacional e internacional)
sexta-feira, 23 de janeiro de 2015
O meu terceiro livro
Fico esperando que os meus amigos e amigas me chamem para agradecer tudo o que eu não lhes tenho dada - dinheiro, palácios, aviões, acepipes variados - e para festejar comigo os bons momentos que nos uniram, Porém antes de tudo, convido-os para o lançamento do meu terceiro livro em data a confirmar e informar. Como o segundo, terá pensamentos que agora presumirão de elevados, versos livres que vos farão adormecer e alguns contos curtos que vos despertarão apetites vários, entre eles o de me agr3edirem com o exemplar que vos oferecer. Enfim será mais um livro útil para passar os momentos obrigatórios da casa de banho.
Todavia aqui para nós, em segredo vos confesso: cada novo livro dá-me pelo menos um ano de vida mais. Pelo que espero que sigam o meu exemplo e me ofereçam também um exemplar do que escrevam., acompanhando-me na minha longevidade.
Todavia aqui para nós, em segredo vos confesso: cada novo livro dá-me pelo menos um ano de vida mais. Pelo que espero que sigam o meu exemplo e me ofereçam também um exemplar do que escrevam., acompanhando-me na minha longevidade.
Cumprimento
Eu já fiz os dias e os anos que tinha de cumprir não , cumprir não , há muitos anos que não cumpro nada, cumprimentar sim, tenho cumprimentado muita tente nos últimos tempos. a memória é minha amiga ajuda-me a descobrir quem devo cumprimentar, condói-me de não poder cumprimentar muita gente que desapareceu da minha vista, da minha vida da minha terra, mas que continuo a saudar em espírito encarando-os ou encarando-as com a mesma vontade e a mesma desfaçatez com que posso encarar um belo bife de lombo que atirarei ao primeiro cachorro que me passe à porta pela simples e inadiável razão de que sou vegetariano excepto nos dias em que provo a carne que um familiar insiste que eu prove, que está muito boa, um petisco com um molho melhor ainda mas que me repugna provar, não me esqueço que é um bocado de um cadáver e apesar do que dizem que guardado está o bocado etc. eu não quero nem me agrada guardar um pedaço de cadáver. inclino-me mais para peixe que é um parente muito mais longínquo e portanto que difícil será vingar-se. Enfim eu espero e aguardo com impaciência que a evolução da espécie me coloco outra vez aqui na terra bem evoluído e bem preparado para suportar com grande estoicismo os cumprimentos de quem não me agrada cumprimentar.
terça-feira, 20 de janeiro de 2015
Lembra-te
Quando te zangas sem razão, quando provocas grande alarido por um incómodos leves, quando recusas e deitas fora a sopa porque está ligeiramente salgada não te esqueças daqueles pobres que já viste e continuas a ver abrindo um contentor ou um saco de lixo abandonado rebuscando lá dentro uma côdea ou um osso com farrapos de carne.
Nova profissão
Estou conseguindo uma profissão que ninguém tem, para a qual não há desemprego. Para frequentar o curso a habilitação mínima é a de doutor MD,PHD, MHD, MUD ou MOD, ser natural do local onde nasceu, idade cronológica mínima de oitenta anos e biológica de mais ou menos cento e trinta e cinco. Necessita ainda de exame médico à pele, do negativo a cores duma fotografia a três dimensões e um certificado comprovativo de que não tem cartas de condução de bicicleta, mota, veículos de quatro, seis ou oito rodas ou de lagartas e de que tem os cursos de IPAD,IPOD, INÂOPODE. Deverá ainda trazer um certificado em papel selado passado pela presidência da república de que tem quatro anos de frequência dum curso de culinária bem como as facturas respeitantes à compra dos ingredientes necessários para um jantar de trinta pessoas, além dum presidente da república centro africana, dois deputados morenos e quatro fiscais das finanças.
Essa nova profissão vai permitir-me descobrir o que está por debaixo do tapete, descobrir a fórmula que transforma qualquer lixo numa parcela do PIB ou, em alternativa, a que transforma o nada em coisa nenhuma.
E deverá permitir o uso da pistola ao examinador, no exame final dos diplomados.
Essa nova profissão vai permitir-me descobrir o que está por debaixo do tapete, descobrir a fórmula que transforma qualquer lixo numa parcela do PIB ou, em alternativa, a que transforma o nada em coisa nenhuma.
E deverá permitir o uso da pistola ao examinador, no exame final dos diplomados.
segunda-feira, 19 de janeiro de 2015
Tempo breve
A ventania agitava a porta, pensei que o vento me chamasse, e saí. Promoveu-se a brisa, depois de eu dar alguns passos. Deixou de agitar e levantar as folhas secas, fez-se silêncio, a passarada acabou a discussão, caia o véu da noite de lua ausente, o restolhar da passarada abrandou, um ou outro pio deveria provir do sonho duma ou doutra daquelas aves.
Entrei no silêncio que me convidava à imobilidade física. Mas a mente começou na especulação, como se estivesse seduzida por um farol. Contudo o silêncio seguia de braço dado com a penumbra etérea, banhando-me a face com um roçagar provocado e aligeirado pelo perfume que vinha da terra a meus pés, misturado com o perfume suave que se evaporava das folhas meio mortas misturado, com o da humidade da terra e com o da brisa que se mantinha ligeira.
As horas eram minutos breves, o senhor tempo fazia das suas, pregava-me outra partida, adiantou-se ao relógio, saltou de súbito chamando a claridade do amanhecer e os protestos da passarada.
Entrei no silêncio que me convidava à imobilidade física. Mas a mente começou na especulação, como se estivesse seduzida por um farol. Contudo o silêncio seguia de braço dado com a penumbra etérea, banhando-me a face com um roçagar provocado e aligeirado pelo perfume que vinha da terra a meus pés, misturado com o perfume suave que se evaporava das folhas meio mortas misturado, com o da humidade da terra e com o da brisa que se mantinha ligeira.
As horas eram minutos breves, o senhor tempo fazia das suas, pregava-me outra partida, adiantou-se ao relógio, saltou de súbito chamando a claridade do amanhecer e os protestos da passarada.
Ia tomar uma bica
Na secção de emprego :
- Nome?
-José da Silva Acabrunhado
- Nome do pai?
- José Baixo Acabrunhado
- Nome da mãe»
- Alina Triste Acabrunhado
- Naturalidade ?
- Acabrunhada de Baixo
- Idade ?
- Não sei, já tive trinta anos
- Data do nascimento ?
- Ora, senhor, foi no dia em que nasci !
- Ocupação?
- O que é isso, senhor ?
- Homem, em que é que trabalha?
- Nunca mais tive trabalho desde que acabei aquele trabalho em casa do meu avô Francisco
Acabrunhado.
- Mas então o que é que sabe fazer?
- Ora, sei fazer o que acabo por fazer e que fica sempre mal feito as coisas que...
- Não interessa, homem, diga-me em que é que se quer empregar.
- Senhor eu quero empregar-me onde eu possa fazer alguma coisa bem feita, o que a minha
mãe e o meu pai...
- Oh homem, que profissão tem?
- Ora meu senhor, profissão, profissão não sei se tenho alguma lá em casa.
- Mas no seu trabalho usa as mãos?
- Qual acha que eu uso, uso as duas!
- Olhe senhor Acabrunhado espere só um instante,
O funcionário abandonou o "guichet" , bebeu um copo de água da máquina, levantou as sobrancelhas e inclinou a cabeça para a direita dirigindo esses sinais de resignação para um colega sentado a uma secretária ao lado da máquina que ali sortia a água. E voltou ao trabalho:
- Então senhor José Acabrunhado, lembra-se o que faz com as mãos?
- Lembro, lembro-me que aquilo que faço com as mãos nunca fica bem feito, é o que diz a minha mãe, ela também faz tudo mal feito, o meu pai é que quando se põe a fazer...
- Não é isso que lhe pergunto, homem ! Pergunto-lhe se o senhor é pedreiro, carpinteiro, manobrador de alguma máquina.
- O meu pai também me diz que faço tudo mal feito mas ele ainda ontem quando matou o porco...
- Bem faço-lhe a pergunta doutra forma: onde é que o senhor costuma trabalhar?
- Onde ? Pois umas vezes trabalho sentado num banco, outras vezes em cima duma escada, outras tenho de agachar para ...
- Olhe senhor Acabrunhado parece-me que não tenho trabalho para si.
- Mas eu não quero o seu trabalho, guarde-o bem guardado para si eu não vim cá para lhe roubar o trabalho, eu...
- Então o que veio cá fazer ?
- Pois eu passei por aqui, queria tomar uma bica e como vi aqui tanta gente...
- Próximo, se faz favor!
domingo, 18 de janeiro de 2015
Obter a paz
Uma amiga pessimista argumentou contra as minhas opiniões sobre a vida chamando-me um grande sonhador.
Antes havia-lhe pedido que imaginasse uma balança, no prato da esquerda pondo todos os problemas, todas as dificuldades, todos os maus momentos passados, todos os desastres que nos estão assolando na economia, com a corrupção, com a conspurcação terrestre, nos mares e nos ares, toda males que assolam a humanidade. E que depois pensasse no prato da direita e ali pusesse tudo o que de bom lhe tinha acontecido e que estava acontecendo, a bondade de tanta gente, as boas obras que tanta gente beneficiam, os progressos que contribuem para a nossa felicidade, etc..E quando me falou dos maus tempos que correm pedi-lhe que se lembrasse o que se passou com a inquisição, com as ditaduras, com a escravatura. Que se um seu antepassado do século dezasseis agora aparecesse a conversar consigo o que diria dos maus tempos daquele século e das boas condições que aqui observasse.
Não consegui, essa minha amiga sempre voltava ao seu pessimismo, mesmo após soltarmos gargalhadas por qualquer frase que diziamos. E após alguns minutos dessa discussão amigável, chamou-me sonhador. Por ser optimista. Porque eu dissera que o certo, para mim, é olhar sempre em frente, largando o passado, encarando o desagradável como passado. Portanto fácil, para mim, de esquecer.
Qualquer pessoa que viveu largas dezenas de anos, como aquela minha amiga, teve altos e baixos durante a vida, alegrias e tristezas, dias de grandes problemas com consequências difíceis de suportar e de esquecer. E eu aceito e compreendo que o suportar e acumular durante a vida de muito mais agruras e dificuldades do que bons momentos, contribui para sedimentar um tecido de pessimismo que ensombra de forma permanente e contundente, a mente. Mas a dificuldade está em evitar essa acumulação, na memória imediata, sempre presente, de todos os infortúnios, apagando da memória imediata, tudo o que de bom acontece e que tenha acontecido.
Hoje sabe-se que todas as células do nosso organismo contribuem para o estabelecimento na memória e na mente de paradigmas favoráveis ou de normas prejudiciais. E tudo dependerá da forma e do espírito com que se encaram os acontecimentos que nos atingem, os bons e os maus. Se quando algo de mau nos atinge, um mal físico, uma ofensa dum amigo ou dum familiar, um percalço na profissão, se a nossa reacção é de perturbação, de acabrunhamento, de revolta pelo que a vida nos está dando, então esse pessimismo transmite-se a todas as ´células do nosso corpo, e o que aconteceu grava-se a fogo na memória. Se, pelo contrário, encaramos o que nos passa com serenidade, com um sorriso até onde possamos sorrir mesmo depois da dor, se, seguimos o programa racional que antes já estabelecemos para resolver qualquer problema e que nos dá a calma constante para encontrarmos a solução, programa com um primeiro passo igual, passo que consiste em pensar: vamos encontrar a solução para este problema. Então, se assim procedemos, ficamos em paz, continuamos optimistas, porque a solução encontrada demonstra sempre que o mal ficou para traz sem nos atingir no futuro. E esse optimismo transmite-se a todas as células do nosso corpo e conservamos a paz e a boa disposição para enfrentar o que a vida nos traga.
Antes havia-lhe pedido que imaginasse uma balança, no prato da esquerda pondo todos os problemas, todas as dificuldades, todos os maus momentos passados, todos os desastres que nos estão assolando na economia, com a corrupção, com a conspurcação terrestre, nos mares e nos ares, toda males que assolam a humanidade. E que depois pensasse no prato da direita e ali pusesse tudo o que de bom lhe tinha acontecido e que estava acontecendo, a bondade de tanta gente, as boas obras que tanta gente beneficiam, os progressos que contribuem para a nossa felicidade, etc..E quando me falou dos maus tempos que correm pedi-lhe que se lembrasse o que se passou com a inquisição, com as ditaduras, com a escravatura. Que se um seu antepassado do século dezasseis agora aparecesse a conversar consigo o que diria dos maus tempos daquele século e das boas condições que aqui observasse.
Não consegui, essa minha amiga sempre voltava ao seu pessimismo, mesmo após soltarmos gargalhadas por qualquer frase que diziamos. E após alguns minutos dessa discussão amigável, chamou-me sonhador. Por ser optimista. Porque eu dissera que o certo, para mim, é olhar sempre em frente, largando o passado, encarando o desagradável como passado. Portanto fácil, para mim, de esquecer.
Qualquer pessoa que viveu largas dezenas de anos, como aquela minha amiga, teve altos e baixos durante a vida, alegrias e tristezas, dias de grandes problemas com consequências difíceis de suportar e de esquecer. E eu aceito e compreendo que o suportar e acumular durante a vida de muito mais agruras e dificuldades do que bons momentos, contribui para sedimentar um tecido de pessimismo que ensombra de forma permanente e contundente, a mente. Mas a dificuldade está em evitar essa acumulação, na memória imediata, sempre presente, de todos os infortúnios, apagando da memória imediata, tudo o que de bom acontece e que tenha acontecido.
Hoje sabe-se que todas as células do nosso organismo contribuem para o estabelecimento na memória e na mente de paradigmas favoráveis ou de normas prejudiciais. E tudo dependerá da forma e do espírito com que se encaram os acontecimentos que nos atingem, os bons e os maus. Se quando algo de mau nos atinge, um mal físico, uma ofensa dum amigo ou dum familiar, um percalço na profissão, se a nossa reacção é de perturbação, de acabrunhamento, de revolta pelo que a vida nos está dando, então esse pessimismo transmite-se a todas as ´células do nosso corpo, e o que aconteceu grava-se a fogo na memória. Se, pelo contrário, encaramos o que nos passa com serenidade, com um sorriso até onde possamos sorrir mesmo depois da dor, se, seguimos o programa racional que antes já estabelecemos para resolver qualquer problema e que nos dá a calma constante para encontrarmos a solução, programa com um primeiro passo igual, passo que consiste em pensar: vamos encontrar a solução para este problema. Então, se assim procedemos, ficamos em paz, continuamos optimistas, porque a solução encontrada demonstra sempre que o mal ficou para traz sem nos atingir no futuro. E esse optimismo transmite-se a todas as células do nosso corpo e conservamos a paz e a boa disposição para enfrentar o que a vida nos traga.
sexta-feira, 16 de janeiro de 2015
Num lago, em São Miguel
Hoje, a vela trouxe-me à memoria um lago que visitei na ilha de São Miguel, Açores.
Voltei hoje a sentir o silêncio que ali imperava. E a sentir o mesmo que naquele dia, ali.
O lago ocupa uma ´área inferior a meio quilómetro quadrado, tem a forma duma elipse voltada a sul e nas encostas, uma floresta de criptomérias, árvores lindíssimas. Olhando para o cume à volta do lago, desde este até ao cimo todo o terreno ocupado com as criptomérias.
Escutando aquele silêncio, parecia-me ouvir o sussurro das árvores, a sua conversa, as mensagens que aqueles milhares de árvores lançavam no espaço. Ali, à beira do lago, ficámos suspensos, pendurados naquele silêncio, atordoados com tanta beleza, estasiados com tanta serenidade.
Não senti o tempo que ali passámos. Eu, senti-me transportado para o meio daquela floresta, senti com se estivesse diluindo-me, confundindo-me com aquelas árvores, quase ouvindo as mensagens que trocavam, sentindo a brisa que a agitação dos seus ramos me ofereciam, aspirando os seus mil aromas, ouvindo algumas vozes da fauna que sempre povoa as florestas. Não sai do mesmo lugar, à beira do lago, mas hoje lembro-me que me senti percorrer, ali suspenso,. toda a floresta.
Até que o guia que nos acompanhava, nos veio chamar para seguirmos viagem. Havia passado ali uma hora e um quarto, só acreditei quando olhei para o relógio.
Voltei hoje a sentir o silêncio que ali imperava. E a sentir o mesmo que naquele dia, ali.
O lago ocupa uma ´área inferior a meio quilómetro quadrado, tem a forma duma elipse voltada a sul e nas encostas, uma floresta de criptomérias, árvores lindíssimas. Olhando para o cume à volta do lago, desde este até ao cimo todo o terreno ocupado com as criptomérias.
Escutando aquele silêncio, parecia-me ouvir o sussurro das árvores, a sua conversa, as mensagens que aqueles milhares de árvores lançavam no espaço. Ali, à beira do lago, ficámos suspensos, pendurados naquele silêncio, atordoados com tanta beleza, estasiados com tanta serenidade.
Não senti o tempo que ali passámos. Eu, senti-me transportado para o meio daquela floresta, senti com se estivesse diluindo-me, confundindo-me com aquelas árvores, quase ouvindo as mensagens que trocavam, sentindo a brisa que a agitação dos seus ramos me ofereciam, aspirando os seus mil aromas, ouvindo algumas vozes da fauna que sempre povoa as florestas. Não sai do mesmo lugar, à beira do lago, mas hoje lembro-me que me senti percorrer, ali suspenso,. toda a floresta.
Até que o guia que nos acompanhava, nos veio chamar para seguirmos viagem. Havia passado ali uma hora e um quarto, só acreditei quando olhei para o relógio.
quinta-feira, 15 de janeiro de 2015
As lareiras que tenho
Continuo atiçando o fogo da minha lareira
Não aquela que aquece a sala onde estou
Mas a que acalenta os meus projectos, os meus anseios
E que ilumina a minha vida com o amor dos meus
Trago para junto ás lareiras a lenha que tenho
A que ontem comprei ao meu fornecedor
E a que Deus me oferece sem nada me exigir
Apenas me dando em troca, a minha vida
A lareira que aquece a sala é de ferro
A lareira que me aquece a alma é de bondade
A lareira que dá calór é dura, inerte
E a que me envolve o espírito é leve e suave
A primeira apaga-se, se lhe falta a lenha
A segunda aviva-se se se ilumina a mente
A primeira arde e combate o frio
A segunda brilha, o brilho da vida, em mim.
Não aquela que aquece a sala onde estou
Mas a que acalenta os meus projectos, os meus anseios
E que ilumina a minha vida com o amor dos meus
Trago para junto ás lareiras a lenha que tenho
A que ontem comprei ao meu fornecedor
E a que Deus me oferece sem nada me exigir
Apenas me dando em troca, a minha vida
A lareira que aquece a sala é de ferro
A lareira que me aquece a alma é de bondade
A lareira que dá calór é dura, inerte
E a que me envolve o espírito é leve e suave
A primeira apaga-se, se lhe falta a lenha
A segunda aviva-se se se ilumina a mente
A primeira arde e combate o frio
A segunda brilha, o brilho da vida, em mim.
quarta-feira, 14 de janeiro de 2015
- Desci no paraquedas da minha fantasia e aterrei no mar da minha alegria.
- Não compreendo: os degraus da escada rolante desaparecem lá em cima para lugar incerto.
Não há dúvida, tenho de tirar o curso de andar nas escadas rolantes.
- Aquela rapariga bonita da fotografia fita-me com ar convidativo, Tentei, vendo a foto doutro ângulo e nada, ela não desistia de olhar-me agora parecendo-me com um ar sarcástico. Até que consegui parar detrás da foto e aí sim, livrei-me dos olhos da môça, que me pareciam ameaçadores.
- Se uma página dum jornal ou duma revista apresenta um anúncio que não me agrada ver nem procuro, viro a página, passo para a seguinte. Na televisão, se não gosto de ver publicidade, mudo de canal. Porque a série de publicidade por vezes dura um quarto de hora, outras vezes muito menos, arrisco-me a perder uma parte do programa seguinte que me interessa seguir. O que prefiro, não gramo as catadupas de publicidade que me estão sempre a impingir.
- Quando antes vou pensando. Quantos quilómetros fiz sem dar pela distância que percorri.Mas os meus neurónios andaram mais que da Terra à Lua.
- Os comboios tradicionais continuam caminhando sobre os "rails". Os mais modernos andam suspensos por força magnética servindo os "rails" de guia, poucos centímetros abaixo. não têm rodas nem eixos, sendo portanto muito mais seguros a 5oo quilómetros por hora, que os actuais a 100 klm/h. Quando descobrirá o homem a forma de aproveitar o magnetismo terrestre para andar sem esforço.
- Certa vez tomei um comboio estranho. No fim da viagem parou na estação de donde partíramos. Fiz a reclamação e o chefe da estação disse-me para tomar outro comboio porque aquele que havia tomado só andava para trás e portanto voltava sempre à mesma estação.
- Após o vinte e cinco de Abril/74, já lá vão mais de quarenta anos, nada se fez tão belo como o estádio nacional, no Jamor, em Lisboa, inaugurado em 1940. Inaugurando-se no mesmo dia, a primeira autoestrada portuguesa, nove quilómetros, de Lisboa até àquele estádio. Em 1966 foi inaugurada a ponte sobre o Tejo, então chamada ponte Salazar(hoje insistem em chamá-la ponte 25 de Abril, o que será motivo do riso no futuro e já o é para muitos: pergunta-se, por exemplo, então a ponte foi inaugurada no dia 25 de Abril de 1966?). Foi inaugurada seis meses antes do prazo previsto e foi paga pelo preço acordado, cerca de onze milhões de euros. A ponte Vasco da Gama, projectada para um custo de cerca de trezentos milhões de euros, foi inaugurada em 1998, e o seu custo elevou-se a mais de 900 milhões de euros, parte do custo encoberto por contratos especiais com os construtores e cerca e um terço com encargo da união europeia.
- Não compreendo: os degraus da escada rolante desaparecem lá em cima para lugar incerto.
Não há dúvida, tenho de tirar o curso de andar nas escadas rolantes.
- Aquela rapariga bonita da fotografia fita-me com ar convidativo, Tentei, vendo a foto doutro ângulo e nada, ela não desistia de olhar-me agora parecendo-me com um ar sarcástico. Até que consegui parar detrás da foto e aí sim, livrei-me dos olhos da môça, que me pareciam ameaçadores.
- Se uma página dum jornal ou duma revista apresenta um anúncio que não me agrada ver nem procuro, viro a página, passo para a seguinte. Na televisão, se não gosto de ver publicidade, mudo de canal. Porque a série de publicidade por vezes dura um quarto de hora, outras vezes muito menos, arrisco-me a perder uma parte do programa seguinte que me interessa seguir. O que prefiro, não gramo as catadupas de publicidade que me estão sempre a impingir.
- Quando antes vou pensando. Quantos quilómetros fiz sem dar pela distância que percorri.Mas os meus neurónios andaram mais que da Terra à Lua.
- Os comboios tradicionais continuam caminhando sobre os "rails". Os mais modernos andam suspensos por força magnética servindo os "rails" de guia, poucos centímetros abaixo. não têm rodas nem eixos, sendo portanto muito mais seguros a 5oo quilómetros por hora, que os actuais a 100 klm/h. Quando descobrirá o homem a forma de aproveitar o magnetismo terrestre para andar sem esforço.
- Certa vez tomei um comboio estranho. No fim da viagem parou na estação de donde partíramos. Fiz a reclamação e o chefe da estação disse-me para tomar outro comboio porque aquele que havia tomado só andava para trás e portanto voltava sempre à mesma estação.
- Após o vinte e cinco de Abril/74, já lá vão mais de quarenta anos, nada se fez tão belo como o estádio nacional, no Jamor, em Lisboa, inaugurado em 1940. Inaugurando-se no mesmo dia, a primeira autoestrada portuguesa, nove quilómetros, de Lisboa até àquele estádio. Em 1966 foi inaugurada a ponte sobre o Tejo, então chamada ponte Salazar(hoje insistem em chamá-la ponte 25 de Abril, o que será motivo do riso no futuro e já o é para muitos: pergunta-se, por exemplo, então a ponte foi inaugurada no dia 25 de Abril de 1966?). Foi inaugurada seis meses antes do prazo previsto e foi paga pelo preço acordado, cerca de onze milhões de euros. A ponte Vasco da Gama, projectada para um custo de cerca de trezentos milhões de euros, foi inaugurada em 1998, e o seu custo elevou-se a mais de 900 milhões de euros, parte do custo encoberto por contratos especiais com os construtores e cerca e um terço com encargo da união europeia.
domingo, 11 de janeiro de 2015
Lembrando e tendo em conta
Todo este clamor, justificado, á volta do massacre dos jornalistas franceses deverá ser complementado por uma análise ponderada. Lembrando e tendo em conta:
- O aumento da população em certos países do mundo.
- A ausência desse aumento ou até diminuição noutras países, em particular na Europa.
- Os fluxos de imigração e emigração em aumento neste século
- A mentalidade dos terroristas sempre ligada a uma formação mental inferior, incompleta, deficiente e nem sempre ligada ao meio em que vivem.
- A ausência dum acordo nacional, regional e mundial para as bases dessa formação
- A análise profunda, isenta e criteriosa de quais são os maiores males que assolam a humanidade, quais as populações mais atingidas.
-A poluição da Terra por muitos, pouco combatida e pouco sentida por quase todos.
- A ambição de riqueza quando riqueza inútil de acumulação de valores. Não confundindo ambições egoístas com iniciativas e realizações favoráveis para outros.
E, principalmente:
- O cultivo e propaganda da bondade
- O aumento da população em certos países do mundo.
- A ausência desse aumento ou até diminuição noutras países, em particular na Europa.
- Os fluxos de imigração e emigração em aumento neste século
- A mentalidade dos terroristas sempre ligada a uma formação mental inferior, incompleta, deficiente e nem sempre ligada ao meio em que vivem.
- A ausência dum acordo nacional, regional e mundial para as bases dessa formação
- A análise profunda, isenta e criteriosa de quais são os maiores males que assolam a humanidade, quais as populações mais atingidas.
-A poluição da Terra por muitos, pouco combatida e pouco sentida por quase todos.
- A ambição de riqueza quando riqueza inútil de acumulação de valores. Não confundindo ambições egoístas com iniciativas e realizações favoráveis para outros.
E, principalmente:
- O cultivo e propaganda da bondade
Ódios e ganância
Não quero sentir que nada eu sinta
Não quero ficar na chamada paz de alma
Nem quero ficar aguardando o ódio
Como esse escritor que odiava tudo
Odiava a paz, odiava amigos, odiava o seu país
E quando mais não tinha que odiar
Nada mais encontrou, senão a Biblia,
Para mais odiar, para blasfemar.
Não interessa quem foi, perder-se-á nos tempos
Tanto valeu o seu ódio como o de tantos outros
Não foi para odiar que nos deixaram na Terra
Nem para blasfemar que a Terra nos deram
Os únicos animais vivendo connosco aqui
Os únicos seres que ferem pela palavra
São os mesmos que agridem a Terra
Poluindo os ares, conspurcando os mares
Quem nos pôs cá, quem nos deu tudo
Entregando-nos uma joia de valor imenso
Sem exigência nem qualquer condição,
Vai permitindo que lhe tiremos o brilho.
Segue observando toda esta incúria,
Toda a injúria à beleza que nos foi dada
Toda a indiferença com que agredimos
Com tanta rudeza a joia oferecida.
Mas o que mais, decerto, espanto lhe causa
É o motivo desse desaforo e grande desafio
É a razão para essa tanta ingratidão
É o motivo para tanta indiferença
De tão poucos, pelo mal que causam a tantos,
Motivo apenas fundado na ganância,
Na avidez e nas ansias de mais riqueza
Quase sempre construída com o mal de outros
Não quero ficar na chamada paz de alma
Nem quero ficar aguardando o ódio
Como esse escritor que odiava tudo
Odiava a paz, odiava amigos, odiava o seu país
E quando mais não tinha que odiar
Nada mais encontrou, senão a Biblia,
Para mais odiar, para blasfemar.
Não interessa quem foi, perder-se-á nos tempos
Tanto valeu o seu ódio como o de tantos outros
Não foi para odiar que nos deixaram na Terra
Nem para blasfemar que a Terra nos deram
Os únicos animais vivendo connosco aqui
Os únicos seres que ferem pela palavra
São os mesmos que agridem a Terra
Poluindo os ares, conspurcando os mares
Quem nos pôs cá, quem nos deu tudo
Entregando-nos uma joia de valor imenso
Sem exigência nem qualquer condição,
Vai permitindo que lhe tiremos o brilho.
Segue observando toda esta incúria,
Toda a injúria à beleza que nos foi dada
Toda a indiferença com que agredimos
Com tanta rudeza a joia oferecida.
Mas o que mais, decerto, espanto lhe causa
É o motivo desse desaforo e grande desafio
É a razão para essa tanta ingratidão
É o motivo para tanta indiferença
De tão poucos, pelo mal que causam a tantos,
Motivo apenas fundado na ganância,
Na avidez e nas ansias de mais riqueza
Quase sempre construída com o mal de outros
quarta-feira, 7 de janeiro de 2015
O que ontem me saíu
Ontem saiu-se-me a escrita para aquelas barbaridades, sem nexo, sem harmonia, sem rima, sem sintaxe, sem semântica. sem gramática. Mas por vezes penso que é salutar deixar-se ir pelo mar da fantasia, do paradoxo, fora da rotina, das convenções, do "assim é que é bonito", entrar nas inconveniências, sair dos lugares comuns, beber uns tragos do inusitado, mudar de clima, entrar naquela nuvem onde nunca entrei, se não entrasse nesse momento nunca mais poderia entrar nela, essa nuvem, que afinal mais não é que poeira do tempo expressa em palavras.
Como a minha Mãe, que todos os anos se mascarava pelos carnavais, até ao último no ano em que morreu e ia "intrigando" quem encontrava, tinha uma voz bonita, tocava e cantava inúmeras áreas de ópera, de fado, de muitas canções nacionais por isso, como dominava bem a voz, ninguém a reconhecia quando falava, mascarada, num dos seus tons de falsete.
Como o meu tio-avô João que volta e meia se saía com uma das suas brejeirices, pouco apreciadas no meio familiar, porque eram "inconveniências que não se deviam dizer às criancinhas".
Como o meu Pai que contava aos amigos as suas façanhas através dos mares por ele navegados e que ainda hoje há gente aqui que o recorda pela sua arte de conversador, uma das mais belas artes que existe.
Para quem gosta e tem sentido de humor.
Como a minha Mãe, que todos os anos se mascarava pelos carnavais, até ao último no ano em que morreu e ia "intrigando" quem encontrava, tinha uma voz bonita, tocava e cantava inúmeras áreas de ópera, de fado, de muitas canções nacionais por isso, como dominava bem a voz, ninguém a reconhecia quando falava, mascarada, num dos seus tons de falsete.
Como o meu tio-avô João que volta e meia se saía com uma das suas brejeirices, pouco apreciadas no meio familiar, porque eram "inconveniências que não se deviam dizer às criancinhas".
Como o meu Pai que contava aos amigos as suas façanhas através dos mares por ele navegados e que ainda hoje há gente aqui que o recorda pela sua arte de conversador, uma das mais belas artes que existe.
Para quem gosta e tem sentido de humor.
terça-feira, 6 de janeiro de 2015
Entendam-me, se quiserem:
Aprende-se tudo o que não se pretende desaprender
Vira-se a casaca quando se despiu as calças
Pinta-se melhor a parede quando a parede não existe
Tempera-se a sopa com o prato dentro da panela
Enche -se o copo com a água do vinho
E vaza-se o copo quando não tem nada dentro
Vamos fazer um cruzeiro num barco encalhado na rocha
E parte-se um prato para conversar com os cacos
Lemos um livro que conserva as páginas em branco
E viajamos no tempo parando o relógio
Cantamos uma ária que não tem partitura
E somos eleitos sem contar os votos
Partimos de avião ficando no chão
Chegamos a Paris porque Lisboa ficou com o Tejo
Meto dois dedos no nariz, apanho um choque eléctrico
E fecho a torneira da água da fonte
Prometo muito subindo à laranjeira
Colhendo lá em cima alface, coentros e piri-piri
Faço figas a uma galinha dentro da banheira
Roubando os ovos de dentro daquele armário
Acerto a conta dos partidos e dos que estão inteiros
Desfraldando a bandeira e rindo às bandeiras despregadas
Correndo e largando os calções na pista
Enquanto tu sorrias e me davas alpista
Vira-se a casaca quando se despiu as calças
Pinta-se melhor a parede quando a parede não existe
Tempera-se a sopa com o prato dentro da panela
Enche -se o copo com a água do vinho
E vaza-se o copo quando não tem nada dentro
Vamos fazer um cruzeiro num barco encalhado na rocha
E parte-se um prato para conversar com os cacos
Lemos um livro que conserva as páginas em branco
E viajamos no tempo parando o relógio
Cantamos uma ária que não tem partitura
E somos eleitos sem contar os votos
Partimos de avião ficando no chão
Chegamos a Paris porque Lisboa ficou com o Tejo
Meto dois dedos no nariz, apanho um choque eléctrico
E fecho a torneira da água da fonte
Prometo muito subindo à laranjeira
Colhendo lá em cima alface, coentros e piri-piri
Faço figas a uma galinha dentro da banheira
Roubando os ovos de dentro daquele armário
Acerto a conta dos partidos e dos que estão inteiros
Desfraldando a bandeira e rindo às bandeiras despregadas
Correndo e largando os calções na pista
Enquanto tu sorrias e me davas alpista
Aproveitando os recusros naturais
Pensem que estão numa ilha, sem poder comunicar com alguém e que tenham uma mala carregada de ouro e outra de dinheiro. Estão ali sem mais ninguém e apenas tem os recursos naturais: frutos, vegetais, peixe, marisco. Para que vos serve o ouro e o dinheiro? Não será possível, fora da ilha, viver igualmente apenas com os recursos naturais do planeta? Será difícil discutir isto? Pensemos que os recursos naturais chegariam para todos, que não haveria fome nem pobreza.
Existe uma comunidade em Venus, cidade da Florida, onde está em curso essa experiência.
Existe uma comunidade em Venus, cidade da Florida, onde está em curso essa experiência.
domingo, 4 de janeiro de 2015
O que mais me interessa
O que mais me interessa são as coisas desinteressantes,
Desinteressantes para quase toda a gente
Como o oscilar duma folha da minha amiga palmeira
Como o intervalo entre as gotas da chuva
O que lá está, se serão os meus pensamentos ou os teus ódios
Porque a vida dos humanos deve ser uma coisa interessante
Para qualquer ser imenso daqueles que nos observam
E que por ser tão imensos não conseguimos vê-los.
Uma folha daquele hibiscos é um mundo vivo
Uma folha duma araucaria tem vida intensa
São mundos diferentes, noutra dimensão
Que ali estão sem nos perturbar, sem nos ofender
Só o homem, muito menos a mulher,
Encontra prazer em ferir, decepar, matar,
Outros seres que aqui estão no nosso planeta,
Com o mesmo direito de aqui estar, que todos temos
Mas o criador de todos os universos
Decerto teve esta ideia das vidas diferentes
De todos os seres que aqui connosco colocou
Conjugada com a ideia de climas diferentes
Dos que decidiu para outras estrelas e planetas
Não sei se terá chegado a algumas conclusões
Porque os milhões de anos para ele, dono do tempo,
São segundos pelo relógio do seu tempo
Todavia, estou dia a dia possuído de mais curiosidade
Por essas tais de grandes, divinas conclusões
Que provavelmente serão apenas confirmações
Do que sempre soube, sem necessidade de mais saber
Mas entre tudo o que ele criou em todos os universos
Entre as naturezas que implantou nas galáxias
Admiro-me que continue com toda a serenidade
A ver o filme que o ser humano aqui tem inscrito.
Desinteressantes para quase toda a gente
Como o oscilar duma folha da minha amiga palmeira
Como o intervalo entre as gotas da chuva
O que lá está, se serão os meus pensamentos ou os teus ódios
Porque a vida dos humanos deve ser uma coisa interessante
Para qualquer ser imenso daqueles que nos observam
E que por ser tão imensos não conseguimos vê-los.
Uma folha daquele hibiscos é um mundo vivo
Uma folha duma araucaria tem vida intensa
São mundos diferentes, noutra dimensão
Que ali estão sem nos perturbar, sem nos ofender
Só o homem, muito menos a mulher,
Encontra prazer em ferir, decepar, matar,
Outros seres que aqui estão no nosso planeta,
Com o mesmo direito de aqui estar, que todos temos
Mas o criador de todos os universos
Decerto teve esta ideia das vidas diferentes
De todos os seres que aqui connosco colocou
Conjugada com a ideia de climas diferentes
Dos que decidiu para outras estrelas e planetas
Não sei se terá chegado a algumas conclusões
Porque os milhões de anos para ele, dono do tempo,
São segundos pelo relógio do seu tempo
Todavia, estou dia a dia possuído de mais curiosidade
Por essas tais de grandes, divinas conclusões
Que provavelmente serão apenas confirmações
Do que sempre soube, sem necessidade de mais saber
Mas entre tudo o que ele criou em todos os universos
Entre as naturezas que implantou nas galáxias
Admiro-me que continue com toda a serenidade
A ver o filme que o ser humano aqui tem inscrito.
sábado, 3 de janeiro de 2015
Tristezas
A tristeza que por vezes nos ataca tem muitas causas. Algumas remotas, que se conservam à beira da revelação no subconsciente, outras presentes. Os ataques de tristeza imediata, se nos afectam, resultam porque não temos defesas suficientes, em ordem, presentes também no subconsciente. Defesas que provêm da experiência, do raciocínio, da sabedoria de cada um. E até da maldade ou da bondade de todos, mesmo que aquela provenha de alguns que sejam amigos ou familiares. E da resolução formada e tomada de não ceder ao impulso momentâneo, quase senão sempre insensato. Resolução bem assente, bem definida bem encastrada na mente, Tão firme como o amor pela pessoa amada, tão intensa como o valor da liberdade, tão forte como o desejo de justiça.
Dessa forma de encarar a tristeza resulta que é fácil substitui-la. Dando lugar, pouco depois, à sensatez, à constância do gosto de viver, a pensamentos menos sombrios.
Tristezas assumidas e em permanência, atraem mais tristezas. E, como diz o povo, não pagam dívidas.
Dessa forma de encarar a tristeza resulta que é fácil substitui-la. Dando lugar, pouco depois, à sensatez, à constância do gosto de viver, a pensamentos menos sombrios.
Tristezas assumidas e em permanência, atraem mais tristezas. E, como diz o povo, não pagam dívidas.
sexta-feira, 2 de janeiro de 2015
Assim somos, os humanos
Quando eu tinha sete anos, derramou-se o açucar em ponto que estava numa panela. Ainda tenho, muito ténues, as cicatrizes, nas duas pernas. Nunca pensei que fosse o azar, maldição, praga que me rogassem. Não. Sempre pensei que a culpa foi da minha inexperiência, jamais sequer pensei em atribuir as culpas a qualquer das pessoas que assistiram ou não assistiram, a esse episódio da minha vida.
Durante a vida tenho reparado na tendência de muita gente para culpar outra pessoa do mal que lhe acontece, em atribuir à pouca sorte algum infortúnio, perdoar e esquecer a culpa própria dum sucesso infeliz que lhe aconteceu, atenuar o defeito que manifestou e que lhe trouxe consequências desagradáveis, esquecer os antecedentes em que se envolveu e que resultaram mal. Os culpados são sempre os outros, os defeitos são sempre dos outros, os problemas vêm sempre dos outros. E o que observo sempre é que tais indivíduos revelam, nas suas atitudes perante os outros, na sua reacção diante da adversidade, na decisão que tomam ou nas palavras que proferem, revelam um egoísmo indiferente, constante e frio .
Mas não me perturbo, penso sempre que a natureza humana até conduz por vezes, as pessoas mais bondosas a actos menos dignos, sempre penso que o que conservamos de animal inexperiente resulta por vezes inesperadamente em actos irreflectidos, por defeitos da nossa formação. É o que comentamos quase sempre dizendo "perdeu a cabeça". Porém, o que importa é a atitude que enverga a seguir a esse momento de insensatez.
Quando matamos uma mosca pensamos que ela estava ali talvez por nossa culpa? Que uma mosca incómoda poderá ali estar a voar com alguma utilidade ? (*) Que tudo o que existe na Terra tem o mesmo Criador ?
* - Descobriu-se que o esvoaçar duma mosca, em zig-zag, representa o movimento da mosca alimentando-se da poeira. E que só aparecem moscas quando nas proximidades existem condições para o seu nascimento.
Durante a vida tenho reparado na tendência de muita gente para culpar outra pessoa do mal que lhe acontece, em atribuir à pouca sorte algum infortúnio, perdoar e esquecer a culpa própria dum sucesso infeliz que lhe aconteceu, atenuar o defeito que manifestou e que lhe trouxe consequências desagradáveis, esquecer os antecedentes em que se envolveu e que resultaram mal. Os culpados são sempre os outros, os defeitos são sempre dos outros, os problemas vêm sempre dos outros. E o que observo sempre é que tais indivíduos revelam, nas suas atitudes perante os outros, na sua reacção diante da adversidade, na decisão que tomam ou nas palavras que proferem, revelam um egoísmo indiferente, constante e frio .
Mas não me perturbo, penso sempre que a natureza humana até conduz por vezes, as pessoas mais bondosas a actos menos dignos, sempre penso que o que conservamos de animal inexperiente resulta por vezes inesperadamente em actos irreflectidos, por defeitos da nossa formação. É o que comentamos quase sempre dizendo "perdeu a cabeça". Porém, o que importa é a atitude que enverga a seguir a esse momento de insensatez.
Quando matamos uma mosca pensamos que ela estava ali talvez por nossa culpa? Que uma mosca incómoda poderá ali estar a voar com alguma utilidade ? (*) Que tudo o que existe na Terra tem o mesmo Criador ?
* - Descobriu-se que o esvoaçar duma mosca, em zig-zag, representa o movimento da mosca alimentando-se da poeira. E que só aparecem moscas quando nas proximidades existem condições para o seu nascimento.
Sobre o dinheiro - continuamos com esta saga
E continuamos subjugados ao dinheiro, a este sistema monetário, aos bancos. O que cada um faz e realiza só se traduz em dinheiro, em moedas e em papel de notas, continuam a avaliar os homens e as mulheres em notas e moedas, nada mais, depois da realização o que interessa considerar é o que vale no metal das moedas no papel das notas, mais ou menos difícil de copiar. Quando um espertalhão ou chico esperto descobre a maneira de fabr...icar nota falsa até esse contribui para maior pobreza, pela inflação que ocasiona. Houve há tempos, notícia de um homem que conseguiu fabricar uma nota de mil libras em cada ano. Não sei se ainda é vivo mas deve-se-lhe tirar o chapéu, não só pela habilidade como pela contenção manifestada - contenrava-se com uma nota por ano. Mas no fim de contas, se bem analisamos o sistema monetário a que estamos sujeitos,, a falsificação de notas e moedas não deveria ser condenada: tal como o rei lítio que inventou a moeda para explorar grátis os seus súbditos, pelas mesmas razões os estados que usam moeda e notas no seu sistema monetário não deveriam condenar os falsificadores, esses estados estão sempre a explorar o povo, principalmente os mais necessitados, pelas mesmas razões que o tal rei dos lítios. deveria ser condenado Essa exploração, agora pela união europeia através do seu banco central, traduz-se no empobrecimento dos estados mais pobres, nas crises que se verificam periodicamente, na austeridade que são impostas a esses países, nas restrições a que os submetem, etc..
Até quando? Quando será que o mérito substitui o sistema monetário, terminando a exploração dos mais necessitados, a corrupção, as loucuras de quem governa e decide sobre o actual sistema monetário ?
E não me venham com a cantilena de que tal não é possível. É, e o primeiro país que o adopte ficará na história.
Até quando? Quando será que o mérito substitui o sistema monetário, terminando a exploração dos mais necessitados, a corrupção, as loucuras de quem governa e decide sobre o actual sistema monetário ?
E não me venham com a cantilena de que tal não é possível. É, e o primeiro país que o adopte ficará na história.
quinta-feira, 1 de janeiro de 2015
Suavisa esse rosto
Tira as rugas da cara que miras, abre-lhe os olhos na tua mente, desaperta-lhe os lábios, humedece-os com a tua boca esquecendo o passado, inclina a cabeça desafiando o futuro e deita-te ao lado aguardando ansioso pela saudade.
E volta, volta ao teu espírito, não lamentes o tempo perdido
E volta, volta ao teu espírito, não lamentes o tempo perdido
Este primeiro dia do 2015
Há um silêncio invulgar, lá fora, na cidade, cortado a espaços por música rápida que parece cantiga de ventos breves enquanto o sol dardeja nos prédios, na rua, na minha amiga palmeira, tudo parecendo agradecer o seu calor, a luz que essa estrela nos oferece. Pelo meio desses sons vai a minha mente colhendo imagens, sons, reverberações, sinfonia da natureza pelo meio da aventura em que me embrenho. Não aparecem pássaros, nem sequer as gaivotas, paralisadas pelo frio, pouco atraídas pelo mar, pela praia, pelas rochas. Parece que o tempo se abre, que descobre os seus segredos, não fora os sons extemporâneos de algumas viaturas, sons que quebram esta placidez do primeiro dia do ano. Simplesmente diferente de todos os passados, sente-se que quer ser diferente de todos os futuros, dando-nos um presente que não parece querer ser passado nem vir do futuro.
Esta manhã tão curiosa do primeiro dia de 2015 !
Esta manhã tão curiosa do primeiro dia de 2015 !
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