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segunda-feira, 5 de abril de 2010

              Apresento algumas ideias, sem nada cobrar, sobre a agricultura em Portugal,  cuja recuperação me parece impor-se. Mercê de alguma demagogia, desconhecimento da actividade de muitos técnicos, substituição de muitos deles  após o 25 de  Abril em saneamentos selvagens, em geral.apenas por motivos políticos, e por  muitas outras causas, o que é um facto bem visível é que a agricultura, no nosso pais, tem vindo a sofrer um atraso progressivo. Mas vamos às ideias, umas resultantes da experiência de quem escreve neste blog,(sou eng. agrónomo formado no Instituto Superior de Agronomia, situado em Lisboa),outras resultantes da observação do que se tem passado e outras ainda por ouvir e ler as opiniões de muitos políticos e técnicos portugueses.
                    lª idéia.- Exceptuando o quintais familiares, de dimensão reduzida, com áreas de uma centena ou pouco mais  de metros quadrados,em diversas zonas agrícolas do nossos pais, os solos cultiváveis encontram-se  divididos em propriedades de reduzidas, tão reduzidas dimensões, que a  sua exploração agrícola é anti-económica. O resultado desta situação tem sido o abandono progressivo destas propriedades. Nas zonas onde existe alguma floresta, em povoamento desordenado, o mesmo acontece. Um projecto de emparcelamento sério, no sentido de se obterem propriedades de exploração económica, é uma ideia já antiga para este problema.Mas apoiado em legislação que permitam o emparcelamento em pouco tempo, como p.ex. os espanhois o fizeram na Galiza há trinta anos.
                     2ª ideia.- Sobre a floresta : logo após o 25 de Abril  o meu colega Azevedo Gomes iniciou um projecto de plantação de novas florestas, começou na serra de Monchique, fez obra , que muito beneficiou o concelho e os proprietários rurais daquela zona. Quando deixou a sua secretaria de Estado, pouco tempo depois essa obra findou. Nunca vi publicada a justificação para se terminar com esse fomento florestal que seria continuada, segundo sei, no Alentejo e noutra províncias. Se êsse projecto continuasse em execução, ao fim destes passados  trinta anos, Portugal contaria decerto com mais alguns milhões de hectares de floresta. Portanto a segunda ideia  que apresento é a dum novo projecto de nova floresta, criando muitos postos de trabalho e contribuindo para a diminuição da importação de pasta de papel, e para o aumento das
exportações.
                   3ª ideia,- Fomento de novos regadios.Começando por um programa intenso para aproveitamento da água disponível nas barragens existentes.Que não se continue construindo primeiro as barragens - como sucedeu com a de Alqueva - e só depois fazendo os projectos para as redes de distribuição da água  e muito depois, a sua construção. A albufeira de Alqueva encheu se não estou em êrro, há três anos, e só existe rega a partir da bombagem directa da água por alguns proprietários portugueses e espanhois, nas duas margens. Canais condutores da água para os regadios, nenhum. E os alentejanos, que tanto lutaram pelo Alqueva pouco reclamam, não sei quais as razões.  Porque fiz o meu tirocínio e tese na Direcção Geral de Hídráulica e Engenharia Agrícola, sei bem que, naquele tempo, quando se fazia uma barragem para armazenar água para regadio, terminada essa obra, a rede de rega estava pronta para  levar a água para os regantes. E não se diga que não temos culturas para fomentar nos novos regadios. Basta ver o que se importa.(pex., de trigo).    
      E para não me alongar mais, eis outras idéias base:
                 - Projecto e execução dum plano para produção de outros produtos agrícolas,com estudos económicos para a planificação dessas produções e selecção das regiões do pais com as melhores condições.
                 - Incentivos ao fabrico de estufas permitindo expansão de culturas nas melhores épocas do ano.
                 - Incentivos à constituição de empresas agrícolas para a produção,distribuição em Portugal e exportação. Condição primeira, uma boa formação dos agricultores no que cultivam e na gestão de empresas.
                 - Apoios aos produtores de gado, iniciando-se sempre pela análise económica das explorações existentes.
         De tudo isto já se faz um pouco em Portugal. Mas leva muitos anos, como a justiça.
         Se aparecer algum comentário demonstrando interesse pelo desenvolvimento destas ou de alguma destas idéias, estou ao vosso dispor.

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