Há gestos, atitudes, declarações de amigos ou de pessoas desconhecidas, que me afectam. Fico como se tivesse uma colher de sôpa mexendo cá dentro de mim e revolvendo-me o espírito. Não, não são os actos desagradáveis, falações maldosas ou mexericos sem fundamento levantados por quem nada mais de interessante tem para fazer : porque a isso sou resistente, o Criador dotou-me ou deixou que me revestisse a minha esperança e optimismo com uma armadura de indiferença tão forte que nem sinto as beliscaduras e os agravos. O que me revolve e agita o corpo e o espírito, que, resumindo, me emociona, é tudo o que, exemplificando, se passa com os meus filhos, netos e bisnetos e, claro, com a minha espôsa. É uma muito maior riqueza que a dos zeros da conta bancária, que a do que normalmente se considera como riqueza. Do dinheiro, das casas. das quintas, das joias,etc.. Não trocaria nada disto, nem um grande prémio do euro milhões pelos sorrisos dos meus filhos, netos e bisnetos, pelas palavras que eles nos dizem, pelos gestos naturais que têem connosco.Sou insubornável.
Há poucos dias, na época da Páscoa o meu neto Tomaz(de treze anos !) disse à mãe ( nossa filha) que teria de comprar um ôvo de Páscoa, grande, bem recheado, que não se devia perder a tradição familiar. Emocionou-se a mãe e emocionei-me eu, quando m'o contaram. Outro nosso neto, com oito anos de idade ao ouvir falar sobre um quadro pendurado na nossa sala de estar, disse : " quem pintou esse quadro foi o vô Beto que é um grande pintador ! "
Já compreendi porque também se morre com as boas emoções,,,
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