Nos anos quarenta do século passado
No jardim de Portimão plantado ao pé do rio
Nas noites de verão, quem não ia ao cinema
Ia aos cafés ou passear no jardim
Os rapazes saltavam, riam, brincavam
As mamãs e as meninas
Passeavam, sempre às voltas no jardim
E os homens, nos cafés,
Sentavam-se e conversavam.
Mais tarde, nos anos sessenta
Nas noites de verão, quem não ia ao cinema
Já pouco ia ao jardim
Os rapazes casavam e namoravam
As mamãs já tinham televisão
E nos cafés, os poucos homens
Que ainda conversavam
E nasceu o novo século
Baptizado de vinte e um
O jardim ainda lá está
Mas rapazes, mamãs e meninas
Nenhum.
E homens que conversem nos cafés,
Poucos
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