Sim porque às vezes não estou para aí virado, gosto do preto, gosto do branco, não gosto do cinzento, este parece-se com as palavra escritas só pela metade, que por vezes têm um significado inserido ou não na trama do texto. Por vezes queremos escrever sintomas e fica apenas o sin no papel, que nem sequer é uma palavra portuguesa embora se pronuncie com a intenção duma afirmativa. Isto tem um nome, que não recordo, não é possível recordar tudo o que li, nem sequer tudo o que aprendi. A memória não tem limites mas como tantas outras coisas, vai-se diluindo. Eu fui apresentado, durante a vida a 38.764 indivíduos, parece-me que mais do sexo feminino que do outro, o macho. E só me lembro p´'á'i duns 17.364 . Mas, voltando ao cinzento, que vem de cinza, que é una outra coisa, é aquilo a que a mim, a ti ou a outro nos reduzirão se um dia o nosso corpo for cremado ou se um incendio nos apanhar a dormir dentro duma floresta ou dentro doutra coisa menos poética, de modo igual redutível a cinza, que é uma das formas que a natureza tem de nos reciclar. Mas, pensem o que quiserem eu antipatizo com as cinzas, antipatizo com todas as situações que podem ser mais ou menos, falando à maneira dum matemático, que tendem para o limite superior do preto ou para o limite inferior do branco, num intervalo de incerteza que sempre me parecerá fútil. E para mim, em minha opinião - como dizem agora os políticos que não se querem comprometer mas que estão ávidos da fama intelectual - na minha opinião, o cinzento nunca se define, nunca se revela com propriedade concreta, nunca opta, fica sempre pelo meio, pelo quarto ou três quartos ou por outra fracção do branco ou do preto.
Mas eu, que sou de pele castanha e mente incerta, onde me situam?
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