Vestindo o seu roupão branco, coçado e enxovalhado, a vizinha do 1º esq limpa com cuidado indiferente, a cadeira de plástico enquanto um "ficus" amarelado, resignado ao vaso impróprio e ao vizinho bambu, condenado à sombra do canto da "marquise", tenta apanhar algum sol. O marido continua lá dentro mastigando o pequeno almoço melhorado por ser domingo.
Continuam no mesmo silêncio entre os dois, silêncio interrompido na noite passada, pelo sono agitado pela tosse e apneia, pelo ressonar e pelas palavras desconexas de sonhos agitados.
Aquelas paredes limitam a luz e desfazem qualquer intento de palavra, de expressão ou de idéia.
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