Vou fazer de conta
Que estou na vida dum tigre
E que o que conta
É que eu daqui emigre
Meteram-me numa jaula
De varões grandes de ferro
Estou apertado nesta mala
Ninguém escuta o meu berro
Esses outros animais
Que me olham lá fora
Não entram jamais
Nesta ou noutra jaula melhor
Que fiz eu para aqui estar
Aqui vivo só para crescer
Deixei há muito de chorar
Tenho saudades de viver
De viver em liberdade
No meu antigo território
De conhecer a verdade
Antes do meu velório
Quando veremos afinal
Que qualquer mala ou jaula
Nunca conterá um animal
Roubando-lhe a liberdade ?
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