Apresentei hoje de manhã a
minha demissão do Governo
ao primeiro-ministro.
2. Com a apresentação do
pedido de demissão, que é
irrevogável, obedeço à minha
consciência e mais não posso
fazer.
3. São conhecidas as
diferenças políticas que tive
com o ministro das Finanças.
A sua decisão pessoal de sair
permitia abrir um ciclo político
e económico diferente. A
escolha feita pelo primeiroministro
teria, por isso, de ser
especialmente cuidadosa e
consensual.
4. O primeiro-ministro
entendeu seguir o caminho
da mera continuidade no
Ministério das Finanças.
Respeito mas discordo.
5. Expressei, atempadamente,
este ponto de vista ao
primeiro-ministro, que,
ainda assim, confirmou a sua
escolha. Em consequência,
e tendo em atenção a
importância decisiva do
Ministério das Finanças,
ficar no Governo seria um
acto de dissimulação. Não é
politicamente sustentável, nem
é pessoalmente exigível.
6. Ao longo destes dois
anos protegi até ao limite
das minhas forças o valor da
estabilidade. Porém, a forma
como, reiteradamente, as
decisões são tomadas no
Governo torna, efectivamente,
dispensável o meu contributo.
7. Agradeço a todos os meus
colaboradores no Ministério
dos Negócios Estrangeiros
a sua ajuda inestimável que
não esquecerei. Agradeço aos
meus colegas
de Governo,
sem
distinção
partidária,
toda a
amizade e
cooperação.
Comparem esta carta com a do dr. Vitor Gaspar. Lembrem-se quem atraiçou o dr. M.Rebelo de Sousa, dr. Monteiro, mais recentemente D.Barroso e agora o dr. Passos Coelho e Portugal.(pelas complicações que pode gerar na economia, etc..)
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