Estou adquirindo o hábito, que me parece muito bom, de todos os dias meditar um pouco, ajudado pela chama duma vela que arde lentamente à minha frente. Quase sempre me surge alguma ideia para o blog do dia, uma recordação mais completa dum momento do meu passado.
Mas hoje foi estranho o que me apareceu. Bem nitidamente, sentindo bem todo o ambiente à minha volta, vi-me a conduzir um táxi pelas ruas duma pequena cidade americana. Transportava uma senhora de idade incerta, difícil de avaliar, de feições vulgares, loura, com um pequeno chapéu preto e vestido simples, acastanhado, liso e sem colar nem anéis nos dedos o que reparei quando, olhando pelo espelho retrovisor, a vi compondo o penteado com os dedos das duas mãos. Entrei no estacionamento do pequeno aeroporto da cidade, saí do carro e tirei a mala da senhora que entretanto saía do táxi, abria a carteira e me entregava uma nota de dólares, não vi qual o valor da nota, só sei que a senhora me pediu, numa voz desconhecida, para que eu lhe levasse a mala para dentro do aeroporto - e quando levava a mala lá para dentro, de repente vi de novo a vela da meditação a bruxulear diante de mim.
O que mais me impressionou foi o realismo da situação, a condução normal e segura do táxi, e mais que tudo a sensação do "deja vu" quando conduzia, aliada ao pensamento de que iria voltar para casa e satisfazer a fome que sentia.
Sem comentários:
Enviar um comentário