Farto-me de pensar no mesmo quando não penso
Olho para tudo quando nada vejo
Tenho pretensões de lá chegar aqui ficando
E ficar preso, soltando-me do meu desejo
Escrevendo com uma caneta daquelas antigas,
Uma pena duma pomba aguçada numa ponta
E usando como tinta um pouco do meu sangue
Que eu tirei duma borbulha das muitas que tenho em conta
Coçando, coçando, até chegar o ardor .
Provocado pela unha aguda, do dedo indicador.
E tudo isto pela usual e velha pretensão
De escrever alguns versos originais
Que só serão originais na condição
De saírem bem de dentro do coração
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