Hoje uma filha nossa perfaz a linda idade de cinquenta anos. Eu sinto que Deus fez o mundo, o mundo das relações entre pais, filhas e filhos, com pormenores curiosos. Que nós, os papás, só entendemos quando as filhas e os filhos passam dos cinquenta. Não, Há uma diferença que devo mencionar. As mães apercebem-se muito mais cedo. Porém, diplomatas como todas as mulheres são, nunca o referem aos maridos. Aqui para nós, machos entradotes, não o queremos reconhecer, não nos deixamos resignar, nem perturbar. Trata-se da dificuldade que os machos homens têm de lançar os seu afectos nas filhas e nos filhos, não como o pescador que atira o anzol ao mar na mira de apanhar um peixe menos cauteloso, mas sim como um ser humano que conseguiu por fim largar a vergonha, o preconceito, a dúvida , a hesitação, a tristeza e a severidade de forma a que o abraço saia expontâneo, a lágrima não se arrependa de aparecer e um grande sorriso acompanhe tudo isso. Sem cautelas de qualquer espécie.
Aprendi, com alegria, a não me arrepender de nada disso.
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