Durante a vida, tive tentações malévolas, desejos perversos, intenções impróprias. No colégio, talvez influenciado pelo ambiente pouco simpático dos primeiros anos, talvez por tendência pessoal herdada não sei de quem, talvez por simples revolta, desejei por vezes que um ou outro camarada sofresse. Na universidade lembro-me de desejar que outros colegas de curso fossem mal classificados, reprovados, eliminados do curso.Sendo companheiro, tinha por vazes atitudes menos nobres para com os colegas, para com uma ou outra namorada, para com alguns familiares.Embora tudo não passasse de intenções, de atitudes ou de algumas palavras sem consequências. Sentia sempre, alguns momentos depois, a injustiça dos meus desejos, a inutilidade das minhas atitudes, a revolta contra mim mesmo.A Mari, minha esposa, não sofre nada disso, é a senhora duma bondade de factos e de intenções, à prova de bala.
Agora parece-me - julgo que sim, o tempo encarregar-se-á de m'o provar - parece-me que vou conseguindo estirpar e eliminar de vez essas manifestações, que são, julgo, revelações ignóbeis e negativas duma dupla personalidade
. Que, se Deus me ajudar, combaterei até à minha morte.
2 comentários:
Somos simplesmente humanos! As lutas internas serão sempre constantes!
mais do que um exame de consciência, estimado Alberto Quadros,
estas suas linhas
são o mais belo acto de contrição que já li.
bem haja.
Enviar um comentário