Já cá estou, pairando, flutuando, submergindo-me com o ímpeto dum submarino nuclear, por entre o emaranhado do futuro, do meu futuro dentro do futuro do mundo. O ar está límpido. o azul domina, a brisa diz-me que tudo isto , afinal, é real., não é sonho, porque num sonho nunca pensamos se estamos a sonhar, num sonho nunca emendamos os erros que pespegamos na mensagem. Continuo a ver as mulheres que saem e entram na praça, aquela gorda do terceiro esquerdo que rebola atravessando a rua, qualquer dia...olha, olha um tipo que se cruza com ela consegue pará-la, segreda-lhe um sorriso e da bola sai um braço que afaga a cara do tipo, com uma carícia. E eu, vestido e apinocado com cheviote e gravata verde feno, sento-me no meu carro eléctrico e arranco. Sei para onde vou, vou para a apresentação do meu segundo livro, ainda não há um ano foi a apresentação do primeiro, que já começa a ser comentado, com críticas e apreciações desde duas linhas de indiferença até artigos de coluna inteira,, não sei se intentando alguma polémica construtiva ou por simples obrigação profissional e sem a tendência imposta pela política do periódico.
No futuro será sempre assim, encontramos realizados, os nossos desejo passados ? Seria um futuro muito simples, muito fácil. Não, não é assim, nem simples, nem fácil, os imprevistos continuam, felizmente, a suceder. E eu, de súbito entrei num deles e...
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