Ficam por fazer todos os projectos sonhados e por construir todos os palácios que o meu eu menino começou, ficam por anunciar todos os milagres que a pobreza de todo este mundo está exigindo a gritos e que as riquezas desperdiçadas e inertes nos cofres de todo este mundo, apodrecem sem sentido nem utilidade alguma. Ocupam espaço, num silêncio atroz, enchem paredes e prateleiras, apenas servem para despertar a cobiça dos funcionários que lá entram. A moedas em sacos e as notas em pilhas muito bem arrumadinhas aguardando a chegada de mais irmãs, fabricadas à pressa, cheirando às tintas e às máquinas mamãs que as deitaram para a circulação. Para nada mais servem, quando muito para circular de mão em mão, para irem para dentro duma gaveta, doutro cofre, para acenderem um charuto, ou para dentro dum colchão. E a isto chamam dinheiro!
Mas por vezes um ladrão dum sinaleiro desvia-as para outro destino.
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