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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Aquela salamandra

Na realidade detesto o inverno. Tenho nos genes os gosto pelo calor, o frio gela-me o pensamento, contrai-me as ideias, cai-me a neve no espírito, foge-me a inspiração para a lareira em busca de afago. Aproximo as mãos, esbranquiçadas pelo frio, do tampo de ferro bem quente e penso naquela salamandra cilíndrica, a petróleo, da casa dos meus pais que pregava inúmeras partidas ao que a acendia. Era a torcida que estava baixa, era a torcida que estava alta, era a torcida que estava queimada, sei lá o que era que se passava mais na torcida. Mas por fim lá se resignava, no meio da casa de jantar, a temperar um pouco o ambiente.

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