Não preciso de sair à rua para andar na rua
Para ver as gaivotas e as andorinhas revoluteando
Não gosto ter de andar de carro para chegar a Paris
Nem entrar num transatlântico para encontrar o mar
É uma qualidade esta que se entranhou em mim
Sem necessidade de organizar os desejos
Sem sentir as obrigações mais obrigatórias
Deixando, qual andorinha no voo, revolutear as ideias
Tenho à minha frente o atlântico, meu amigo oceano
Tão meu amigo que contraria contra toda a lógica,
Nesse ondular pacífico, calmo, bacano,
As previsões pessimistas do serviço meteorológico
Dadas por aqueles senhores das têvês, das rádios
Que do Algarve só conhecem as amendoeiras
Só vindo até cá para gozar as praias
Tostar os corpos e encontrar outras brincadeiras
Aqui vou deixando parte da vida que sinto.
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