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domingo, 7 de dezembro de 2014

Ao almoço

Em qualquer hora consigo dispensar
Tormentos, dúvidas, ansiedades, suspeitas,
Procuro apreciar a sardinha assada, um vinho,
Brindado a quem me ama, a quem me acompanha
Para eludir a fome, como para viver,
Vezes sem conta esqueço-me da hora de almoçar,
Aprecio mais a conversa que uma omelete
Mais o sorriso dum amigo que um bom salmonete.


Mas sem querer, no ardor da discussão amigável
Cai um pouco do salmão no tapete.
E no meio da galhofa, após um bom argumento,
Derramo o copo cheio desse bom vinho tinto,
Na toalha de estimação com bordado fino.
Ao mesmo tempo, que num gesto brusco,
Resposta a uma diatribe dum convidado,
Salta o pudim flan para o seio, da vizinha a meu lado  

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