Há não muito tempo um deputado brasileiro propôs uma constituição meritocrática para o seu país.
Por base, essa ideologia seria um sistema de governo que considerasse o mérito como o atributo principal e fundamental para o exercício de qualquer cargo ou profissão e ao mesmo tempo a razão principal para se atingir qualquer posição desde a mais inferior até ao topo. E portanto que na hierarquia as posições de cada trabalhador teria assento no merecimento comprovado pela educação, moral e habilidades específicas de cada um para cada actividade.
Seriam estabelecidas escalas de valores para todas as profissões e a entrada para os interessados seria obtida através de concursos ou por exames.
Muitos países, como Singapura e a Finlândia utilizam a meritocracia, embora não de forma pura mas misturada com outros padrões de análise. E todos continuam a utilizar o sistema do dinheiro como forma remuneratória do trabalho e de outras actividades - compra de acções, créditos, etc,,
Mas em nenhum ainda se levantou a discussão sobre os malefícios do dinheiro, desde que existe e sobre a possibilidade da substituição desse sistema, por outro menos maléfico.
Outro sistema em alternativa, poderia usar o mérito como valor para pagamento de serviços e de todos os artigos necessários à vida na Terra.
Eu penso isso possível. Talvez só dentro de muitos anos se realize. Mas é possível. E vejo a possibilidade desta forma:
- O mérito seria a futura expressão de todos os pagamentos e recebimentos.
- Todos os artigos e serviços seriam avaliados em méritos, estabelecendo-se de início um valor correspondente, por exemplo um euro. para cada mérito, no início da adopção do novo sistema.
- Não se trata doutra moeda, porque não existiria um meio físico para o expressar. Apenas constituiria um meio a memorizar.
- Os méritos seriam armazenados na memória duma máquina, semelhante a um computador. Que armazenaria na sua memória os dados de cada indivíduo, incluindo as impressões digitais de cada um.
- Esse computador registaria, através das impressões digitais, as compras e vendas de artigos e os valores dos serviços prestados e adquiridos, nas memórias dos compradores e vendedores. O mesmo que acontece actualmente com os cartões de crédito e com os cheques. E cada indivíduo poderia obter em qualquer dia, um extracto da sua conta de movimentos, bem como o seu saldo.
- Mediante certas normas qualquer cidadão poderia obter um empréstimo de méritos, com garantias fixadas, pagando um juro baixo, juro que reverteria para a comunidade
- Não seriam necessários os bancos, uma das causas, desde há muitos anos, do empobrecimento de muita gente pela falência dessas instituições motivada pelos roubos de seus administradores, de outros roubos, ou pela sua má gestão.
- Esses computadores, com o número de cópias julgado suficiente e pela cópia diária da sua memória, manteriam a integridade das memórias respectivas.
- A corrupção ligada ao dinheiro, como hoje se verifica em inúmeras actividades, não existiria, salvo raras excepções, em geral não ligadas ao sistema monetário actual.
- No tempo de transição para este sistema, resolver-se-ia o problema das fortunas actuais.
O dinheiro continuaria a existir e os impostos sobre as fortunas não adquiridas por mérito, em poucos anos terminaria com ele. E os governos, com esses impostos, resolveriam com maior ou menor demora, todos os problemas originados, como o desemprego e outros.
- Não existiria a usura. E o aproveitamento dos recursos naturais passaria, num prazo
curto para as mãos de empresas da comunidade dirigidas por mulheres e homens de mérito próprio e com responsabilidade bem definida.
- Não haveria desemprego: o aproveitamento de todos os recursos naturais, o combate à poluição, a defesa do ambiente, entre outras actividades, daria trabalho a todos.
Tudo isto é de execução difícil, talvez muito demorada.
Mas digam-me : não é possível?
E outro sistema poderá também ser imaginado.
PORQUE NÃO SE DISCUTE OU SE DEBATE TUDO ISTO?
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