Sinto também que já fui malvado
Ladrão, corrupto, egoísta, vendilhão
E por vezes até com artes de camaleão
Usando a vida em caminho incerto
Acertando o relógio pelas minhas conveniências
Usando o lixo de alguma cultura
Dando tiros no escuro sem reticências
Raro me lembrando da minha pouca altura
Não é uma confissão perfeita a que me estou dando
Nem descrição sucinta dos meus defeitos
É uma vontade infrene a que por vezes me entrego
Sem laivos de pudor ou de vaidade hipócrita
Apenas tratando de expulsar e triturar o mal
A que nalguns dias a vontade me arrasta e grita
E noutros que uma triste e soberana indiferença
Me leva a revelar o que então escondia
E compenso, indo à praia e vendo o mar
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