Um jornalista quando resolve adotar a profissão que lhe está ligada, começa por relatar factos ocorridos na sua área. Se o seu chefe aprcia os seus primeiros trabalhos entrega-lhe outros mais importantes. Pouco tempo depois, se estudou um pouco dos segredos da profissão, começa a ornamentar as notícias que relata com pormenores que as tornam e se apresentam dia a dia mais interessantes para quem as lê. Após alguns meses ou anos nessa labuta, a experiência acumulada, as sugestões dos amigos, e o desejo íntimo de originalidade, levam-no a tentar publicar um conto ou até um romance. É o caminho que seguem talvez a maioria dos grandes escritores e dos escritores de sucesso nas vendas (que nem sempre são grandes),
Quando eu tinha dezassete anos, eu e os meus condiscípulos que frequentavam o sétimo ano liceal, fizemos um teste orientado pelo Instituto de Orientação Profissional, para conhecer as tendências de cada um para a sua futura vida profissional. As conclusões, na maioria, foram pouco condizentes com a vontade de quase todos e em muitos casos até caricatas: a um dos meus colegas, que chegou a general de cavalaria, o teste aconselhou a profissão de carteiro, a outro que ambicionava entrar para a escola naval e que se reformou como almirante, o conselho foi de que deveria cursar marcenaria e ainda a outro que pensava cursar medecina, só falava em médicos e receitas, e que, como médico cirurgião subiu à direção dum hospital militar, o conselho foi a economia. Mas, no meu caso, que considerei na altura igualmente obsoleta, e recomendação foi de que deveria abraçar o jornalismo.
Hoje reconheço que no meu caso a solução do teste foi correta. Tenho pena de não ter ponderado mais, quem me aconselhasse melhor e experimentado esse caminho, dando os primeiros passos como periodista e começando, algum tempo depois, a publicar contos e romances. Teria talvez uns primeiros anos de mais dura vida profissional mas muito mais cedo haveria gozado a imensa satisfação que sinto quando escrevo.
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