Enquanto aguardo o almoço, vou enganando a fome surripiando pensamentos ao meu bestunto, divagando sobre as subtilezas do destino como as ligadas ao apetite, entrelaçadas com as desditas que a crise insiste em perturbar-me através dos comentários pessimistas de muitos conceituados jornalistas. Enquanto já não aguardo, agora que comi parte dum belo empadão de salmão que a minha filha apresentou, a nossa mesa, filha que liga os seus dotes de professora catedrática de flamenco à bela imaginação de soberbos cozinhados, adquiridos prontos a ir ao forno esclarecedor das suas virtudes culinárias. Após a solene e não dolorosa digestão, aqui apresento o fraco resultado dos meus pensamentos, pouco prenhes de ideias sublimes, ricas,elevadas e ainda menos merecedoras de encómios, elogios ou manifestações de agrado.
Mas enfim, deu-me pr'áqui, menos mal que não me deu para outra coisa mais irritante, desagradável ou ofensiva para os olhos dos que se dignaram e talvez se arrependeram de dar o passo de passar a vista sobre esta mensagem.
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