Contar anedotas é um vício como outro qualquer. Quem gosta de as contar tem os seus motivos. Que podem ser de vária ordem:
- Por vaidade, por gabarolice, por desejo íntimo de ser notado entre os ouvintes e apontado depois como grande comunicador, como indivíduo simpático, insinuante e popular.
- Pela necessidade de se impor pela graça, pela chalaça, ou mesmo pela pornografia.
- Pela inveja suscitada pelo êxito momentâneo que algum dos presentes está obtendo com o que diz, sobre o que fala, sobre o que comenta.
- Pelo interesse em impressionar em particular algum ou alguma dos ou das assistentes.
Um contador de anedotas em geral é possuidor de boa memória. Tal como um contador de histórias. Mas difere muito deste último porque é sempre muito pouco ou nada profundo no que diz, na anedota que conta. O que conta uma história é sempre, no fim mais apreciado: o que conta pode ser um relato dum acontecimento, pode ser o relato duma vida, poderá ser apenas uma descrição dum objeto, duma pintura, duma paisagem. E que será tanto mais valiosa, mais apreciada, mais recordada se contem análise de caracteres, diálogos interessantes, opiniões fundamentadas.Uma anedota não é enriquecedora de nada, é sempre igual, as palavras são sempre iguais ou de igual significado. o seu relato poderá ser mais ou menos extenso, mas não passa do sempre igual desfecho anedótico, embora por vezes nos divirta um pouco..
Por isso esquecemos com facilidade a anedota que nos contaram e que só nos tocou pelo riso ou sorriso que nos despertou. O que já não é mau.
Pelo menos, é melhor que o bla bla bla demagógico ou a retórica quase sempre inútil de muitos discursos que ouvimos com frequência.
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