A rapariga ajeitou a bolsa debaixo do braço e olhou para trás, há quatro ou cinco minutos que ouvia passos, ao mesmo ritmo que os seus. Apressou um pouco o andamento, fazia-se noite, a rua deserta, a iluminação ténue, a esquadra da polícia três quarteirões adiante. Dentro da bolsa o telemóvel soou. Não parando, abriu-a um pouco nervosa, sacou o aparelho e atendeu, depois de observar no mostrador a proveniência da chamada:
- Fernando, estou a chegar a casa, já te ligo.
- Escuta Manoela, é urgente, volta já para a igreja, não entres em casa!
- Fernando estou mesmo a chegar, já é noite, mas por que diabo é que não posso entrar na minha casa ?
- Não, não, não entres, eu estou aqui na igreja, recebi há poucos minutos um telefonema da tua mãe pedindo-me para vir à igreja. Volta se fazes favor, , não entres, volta já !
Ela parou, olhou à sua volta. Que teria acontecido, estivera com o Fernando de manhã, ele esteve muito alegre. contou-lhe o seu último projeto . Voltou para trás, seguiu um pouco contrariada para a igreja.
Fernando esperava-a e recebeu-a com um grande abraço.
- Ora diz-me lá porque é a urgência, porque me fizeste voltar ?
- Espera, está aqui uma pessoa que quer ver-te.
Manoela olhou para a porta e disse:
- Mãe, vieste para a igreja, que aconteceu.?
E a mãe com alegria respondeu-lhe:
- Filha, é uma surpresa, os pais do Fernando acabam de pedir-nos, a mim e ao teu pai, que está lá dentro conversando com eles e com o senhor padre, acabam de pedir-te em casamento, para que cases com o Fernando, Aceitaram, claro, espero que estejas de acordo!
Dantes era assim que sucedia. Quase sempre.
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