Quando as palavras me saltam dos dedos
Quando o que os meus dedos escrevem é diferente
Do que eu sinto, do que eu penso, do que eu pratico
Julgo que uma mão irmã afável e caridosa os guia
Talvez seja o meu anjo da guarda que me auxilia
Ou talvez seja uma origem que eu não suspeito
Ou outra coisa forte, permanente, que me assalta
Ou ainda mais não seja que uma suave aragem
Doutro espírito meu parente ou doutro que eu já fui
Que me persegue sempre firme e persistente
Que me assalta nos momentos de tédio ou de loucura
Que me perturbam e me eliminam toda a solidão
Não rasgo os papeis que contam toda a história
Desta vida plena que vou tendo e disfrutando
Sei que todos são conservados, catalogados e ordenados
Em lindas encadernações e soberbas estantes de régias salas,
Dum palácio desencantado e obtido do fim da memória
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