Meninas, embarquemos!
- Clarissa, fecha a tampa da arca, às claras os espíritos pouco aparecem !
- Abuelo - disse a filha da Clarissa - que olor tan agradable, a cânfora, no?
- Sim Clarissita, é o cheiro da madeira duma árvore, o canforeiro, as tábuas de madeira dessas árvores exalam esse bom cheiro durante muitos anos. Duma parente próxima dessa árvore extrai-se a canela. Mas vejam, a viagem começa a animar-se, penso que vamos sair desta escuridão, parece-me que ´distingo uma figura e o seu espírito, o da tua bisavó Rosa de Lima, que assim se chamava porque a sua madrinha era uma das suas avós, a mãe do meu avò Frederico. Vejam com que sorriso bonito e bondoso se mostra a minha Mãe, como ela também sorri para vocês ! E está começando. devem ouvi-la como eu a oiço, a cantar uma ária de ópera, duma das muitas que ela cantava, tocando piano. E vejam, vejam: lá atrás está o meu Pai acompanhando-a ao piano, ele irá aparecer mais tarde, de certeza que vos quer conhecer melhor!
- Avó Rosa - perguntou a Clarissa - ainda pinta os seus malmequeres? - deve ter ouvido a resposta porque logo a seguir vi a minha Mãe pintando uma parede da sala de jantar na casa da Rocha.
- Bisavó Rosa - disse a Clarissita - me dijo mi madre que pintaba barcos, dibujaba caras de niños, tenemos en Catapilco um desenho suyo muy bonito, de una cara de niño...
A minha Mãe sorriu-nos, com aquele sorriso que envergava, sempre cheio de bondade, fixando muito o seu olhar em todos nós. Enviou-nos beijos, despedindo-se.
A arca de cãnfora parecia muito maior, não distinguíamos as paredes, o ambiente ficara perfumado com o perfume da minha Mâe.
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