De dentro da arca ouvi, no sonho de hoje, que poderia fazer um teste de viagem, gratuito. Aproveitei. Entrei na arca e quem me aparece no primeiro ponto que fixei? O meu Pai, que logo me disse, enquanto dávamos a volta de teste, pela Europa, que a bisneta Clarissa Mingo Valderrabano não tinha herdado dele o costume dos atrasos. E contou-me aquela história de um dia em Lisboa, (tinha de vir para Portimão e partia sempre de casa uma hora antes da hora da partida do Terreiro do Paço) um dia tomara o eléctrico, ao chegar à avenida da Liberdade o trânsito estava parado porque numa carruagem puxada por cavalos, tinha-se partido uma roda, a carruagem voltara-se sobre a linha dos eléctricos, atraso de meia hora. Ao chegar aos Restauradores, passava um desfile militar de homenagem aos mortos da grande guerra , o transito interrompido, atraso. Na rua do Ouro um eléctrico saíra dos carris, atraso. E tive de fazer o resto do percurso a pé até ao Terreiro do Paço, quando entrei no barco já iam retirar as pranchas de embarque. Mas enfim, ainda consegui não perder o barco para o Barreiro. Eis a lembrança que justificava a razão para partir de casa sempre uma hora antes da hora da partida.
Quando o meu Pai acabou de contar esta história, disse-me: olha, avisam-me que o teu teste par a viagem aqui na arca, terminou.
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