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sábado, 7 de junho de 2014
Julgo
Julgo que a vida me aceita como sou
Dou muitos passos que não necessito
Entro na escuridão quando me enganam
Os sinais ténues das minhas ilusões
Nunca me sinto ao lado de favores
De incompreensões, de maus olhados
Abro sempre as portas sem receios
De encontrar o meu passado traiçoeiro
Mas também julgo o que não encontro
As nuvens que desejo, os ócios perdidos
E afasto-me com indiferença dos biombos
Que separam os ódios, os desprezos, as sensaborias
Dos cretinos, mal aventurados, dos encarniçados
Analfabetos do amor, vaidosos de paixões
Ricos de vácuo, de prosápia, de intrujices
Sempre sedentos de praticar a dor
Sigo em frente, aceitando a luz
Caminho sem sentir a cruz
Que trago às costas, indelével
Mas que me regula todo os passos
Que me orienta o pensamento
Que me ilumina sem qualquer cansaço
Que me deu esta vida, esta mente
Que me impele sempre ao que faço
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