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segunda-feira, 2 de junho de 2014

Não lhe chamo sorte - chamo-lhe vida

            Nunca me queixo da sorte. Se por sorte se entende o que de bom ou favorável a vida, as circunstâncias, os acasos nos concedem, não posso nem devo queixar-me. Ando de boa saúde, escapei dum grande acidente, curei um enfarte, tenho um coração bem recuperado, segundo me dizem os especialistas para mais vinte anos, as artérias desentupidas, possuo uma mente activa que não cai no tédio, no marasmo do banco do jardim  vivo bem com o que tenho, estou casado, bem feliz e bem acompanhado por minha esposa, tenho quatro filhos com provas dadas de amor, tenho uma casa que me abriga e defende com comodidade, ocupo todo o meu tempo com agrado, escrevo com regularidade - escrevi três livros os dois  últimos em 2012 e 2014, a minha reforma, vai sendo suficiente para vivermos e disfrutarmos da nossa vida - que mais quero da chmada sorte, que mais pretendo desta vida?
           E se um dia me sair o euromilhões, declaro que oferecerei metade a uma instituição de benemerência, ou fundarei uma fundação, sem vencimento para mim, com  objectivo semelhante.    
           Não lhe chamo sorte, não sei bem o que é isso. Talvez que se chame vida. 

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