Sou um mensageiro empedernido, sagaz e contundente
Embrenho-me nos espaços da minha ausência
Dou gargalhadas eliminando o tédio
E coleciono vaga-lumes nos meus bolsos
Mas antes abro uma garrafa dum bom carrascão
E desfaço todas as teias dos meus pesares
Caminho descalço pela areia da minha praia
Aspiro a brisa quente que o mar me oferece
Apanho algumas conchas de cores suaves
Leio a história daquele ser que a habitou
Nela escrita pelas ondas, pela areia, pelos ventos
E afago-as, tateando-as dentro dos meus bolsos
Sento-me e tento traduzir os sons do mar
Que o vento me traz com o seu olor forte
Fecho os olhos e reparo no passado
Que ele me revela, dessas conchas
Na garrafa, meto algumas delas e deito-a ao mar,
Quem tem saudade delas talvez as possam encontrar
Sem comentários:
Enviar um comentário