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domingo, 13 de julho de 2014

Como realizar uma fortuna

Uma entidade financeira abre sucursais na Suiça, no Luxemburgo, além das que ´possui em Portugal. Instala-se naqueles países como entidade privada com  intensa propaganda baseada no prestígio que possui . Através dos contactos dos seus administradores, contacta e convence particulares possuidores de fortunas, a investir na sucursal da Suiça, onde oferece forte remuneração para os capitais ali depositados e enviados pela empresa mãe onde os particulares possuem as suas fortunas, que ali rendem menos de um por cento e com um imposto forte, de mais de vinte por cento do juro obtido. Na Suiça, a filial financeira oferece juros muito superiores, isentos de impostos em Portugal. Mas, na Suiça, para a conta do investidor, o capital enviado começa a sofrer erosão, de cinco, dez ou mais por cento do capital depositado. Mas as informações para o cliente continuarão sempre a referir o capital enviado mais os juros prometidos. Em seguida a filial envia o capital já erosionado para o Luxemburgo e a parte desviada para um off-shore em nome do administrador que iniciou a operação. Na filial do Luxemburgo o processo repete-se e noutra filial, em Portugal, da entidade financeira mãe, repete-se o processo. Desta forma todas as filiais podem e vão manifestar nos seus relatórios a existência dos capitais recebidos, na cadeia financeira, embora não os possuam. E na filial de Portugal na realidade apenas existe uma percentagem do capital inicialmente enviado para a Suiça. E o cliente continua a receber das filiais onde depositou a sua poupança, relatórios convincentes e satisfatórias para a sua ganãncia.  E, se algum cliente pede o retorno do seu capital e dos juros prometidos, a filial em Portugal tem o suficiente para a devolução. Claro que os clientes, em particular os mais abastados têm de ser sempre e a qualquer hora, muito informados pelo estado das suas contas. Mas quando soa o alarme, dá-se o mesmo que se deu com a "Dona Branca" e com o funfo Madoff.
              A dona Branca não sei se ainda está presa ou se desapareceu. O Madof está na prisão, parece-me que condenado a 150 anos de prisão - porque não a prisão perpétua? Tal vez porque os 150 anos poderão ser reduzidos paulatinamente, se não os foram já reduzidos, passados seis anos. E aqui, há negócios semelhantes, há prisão, há julgamentos, sequer há constituição de arguidos pela existência de tais negócios ?
               Se a banca inglesa não conseguiu prender um dos maiores ladrões que a defraudaram em centenas de milhões de libras...


Nota: o processo pode mesmo ser iniciado doutra forma: com o capital do depositante e sem a sua autorização para tal. Nos relatórios que recebe, o seu capital e os juros,  estão intactos - são apenas números!

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