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quinta-feira, 24 de julho de 2014

Viagem na arva dos espíritos - 12 -

            E eis que surge a minha irmã Maria Luiza, Com o sorriso bonito, a cara morena e o cabelo azeviche  dos seus doze anos.
                 - Luiza! Que prazer, não foi possível despedir-me de ti quando partiste para esse outro mundo. E vejo que conservas as mesmas covinhas na face, quando, como agora, sorris!
                 - Não, não foi possível despedirmo-nos,  nem sequer foi possível despedir-me do meu filho e das minhas netas, vê lá! Mas enfim, não me posso queixar porque aqui estou muito mais contente que na maior parte do tempo que aí passei. Enfim, não são coisas para recordar, aqui só recordamos o bem e o bom que aqui passamos, tudo o resto esquecemos, mesmo que o queiramos recordar, não o conseguimos, sentimos eu e todos os que aqui estão, um certo desconforto quando ensamos do tempo que passamos na Terra. Vê tu que falo aqui com pessoas que deixaram há séculos, esse planeta onde vives,e que me dizem que aqui nunca passaram indisposições, arrelias, desgostos.
                   - Luiza, já falei com as outras nossas irmãs e, dos nossos irmãos só me falta falar com o José Manoel...
                   - Olha ele disse-me há momentos que amanhâ irá ver-te !   .
                   - Luiza, diz-me quem decide aí  quem e quando me irá ver ?
                   - Isso não sei, sei que com grande intensidade pensei que te iria ver hoje  e, de súbito, apareceste-me à minha frente, pensei que já te tinhas despedido da família e vindo para cá, Mas enquanto esperava ver-te, vi-me dentro duma neblina intensa onde tu surgiste, o que nunca me tinha acontecido com outras pessoas que aqui têm aparecido.
                    - Luiza, agora lembrei-me dum episódio. Quando tu tinhas catorze anos, e eu nove, um dia estavas penteando-te e disseste-me que invejavas o meu nariz porque o teu tinha aquela ondulação de que não gostavas, lembras-te?
                    - Lembro-me, lembro-me. E ainda tenho o nariz igual, o que aqui pouca importância tem. Olha,. , gostei muito, muito,  de te ver, Mas tenho que sair para outro  compromisso, aqui não existe a pontualidade mas todos estamos onde temos de estar, pode ser  incompreensível mas é assim, nem o sentimos. Estamos onde temos de estar. Um grande abraço!
           E a mana Luiza perdeu-se na neblina onde havia entrado para me ver.        
   .

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