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terça-feira, 15 de julho de 2014
No que me perturba
No que eu penso, no que me perturba, no que me situa dentro do que já foi, por fora das estrias do meu querer, está a razão deste existir, estará a justificação destes incómodos ou foi uma simples e alegre partida do destino?. Não do meu destino, não do destino do que eu já fui, não do futuro doutra vida que já vivi. Quando os sinos tocam na igreja da minha cidade, o que sempre me perturba é o toque dos sinos que faltam na torre que falta nessa igreja. Se esses sinos estivessem lá, será que eu me teria casado nessa igreja? Os sinos desaparecidos da igreja desaparecida onde me casei, agora substituída por um horrendo caixote de apartamentos, se agora ainda lá estivessem, será que não me teria casado ali? São interrogações que parecem estapafurdias, incongruentes, fantasiosas. Mas nunca podemos adivinhar nem saber qual seria o futuro dum passado diferente. Nem sequer podemos afirmar que esse futuro não se realizou.
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