Gosto.Gosto de estar aqui, na minha terra, em Portimão, na minha rua, na minha casa. Aceito que outros gostem mais de estar em Lisboa. Como os de Freixo de Espada à Cinta gostarão de lá estar. Vivi em Lisboa cerca de catorze anos.Outros tempos. Menos gente, menos espectáculos, menos vedetas estrangeiras, menos entretenimento que agora. Agora há muito mais gente, levam, como dantes, umas horas para ir e vir do emprego. Mas Paris. Londres, N.York, têm tudo o que tem Lisboa e muito mais, e eu prefiro viver aqui. Parece que não aceitam o maior argumento que dou : que viver em qualquer lado depende muito de um estado de espírito, de outros valores mais importantes que os espectáculos, as ricas lojas, os restaurantes luxuosos, os festivais e foguetórios para os habitantes permanentes e para os turistas. O mesmo tempo que aqui perco com os meus blogues, com os meus livros, na biblioteca desta cidade, com o sono, com as refeições, com a família, perderia se vivesse noutro sítio. Tempo que é a maior parte de cada dia. E esses outros valores cada vez me tornam mais independente dos tais espectáculos, festivais, etc..Tudo isso é lindo, lindo. Mas não preciso nem o troco pelo bem que aqui me sinto.Quando quero, vou a Lisboa ver a filha e os netos que lá vivem, como gostaria de ir ao Chile, sempre que me apetecesse ir ver os a filha, os netos e os bisnetos que lá vivem. Mas, não preciso nem gostaria de lá viver. Como Platão dizia ao passar por uma montra : ".que lindas coisas que eu não preciso de comprar".
. Enquanto grudados a outros valores, o que respeito, é difícil pensar e sentir como eu penso e sinto.
O corpo é a máquina real mais perfeita que existe.Com a excepção do espírito, que é a máquina irreal da alma. . .