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terça-feira, 30 de setembro de 2014

Dizer a verdade aos seus

Quando aparecerá uma geração de políticos que pretenda dizer a verdade ao povo do seu país? Numa família que sucede se o chefe da família esconde a verdade? Se aumenta as dívidas para valores que levarão dezenas de anos a pagar, se se desculpa com circunstâncias externas, se afirma que a situação está boa, mas se continua a impor sacrifícios, mais sacrifícios, enquanto ele próprio enverga,  boa roupa, frequenta os melhores restaurantes, desloca-se em carro de luxo?
Que sucederá? 

domingo, 28 de setembro de 2014

Eleição dentro dum partido

Assistimos nos últimos dois ou três meses à maior operação de propaganda e " marketing" político. O tempo de antena, as folhas de todos os periódicos e semanários, das rádios, ocupados com esse assunto - a escolha dum dos candidatos dum partido político para ser o  candidato nas próximas eleições legislativas, ao lugar de primeiro ministro - foi imenso, talvez maior que  qualquer das eleições anteriores a que concorreram todos os partidos políticos
Um dos candidatos, eleito entre os camaradas do partido, em conjunto com os  simpatizantes que se inscreverem para dar o seu voto, venceu com maioria absoluta, cerca de dois terços dos votos.
Entretanto, os problemas que assolam o nosso país foram quase totalmente esquecidos, E nas entrevistas e nos debates em que entraram  aqueles dois senhores, propostas concretas para o "deficit", para o desemprego, para a saúde, para a educação, não foram sequer referidos, por qualquer dos dois intervenientes.
Um deles, o que perdeu a eleição, de falar sereno, pausado, sem demagogia, dizendo-se o candidato da mudança, da inovação, da gente nova. O outro, o que ganhou, preparando-se de forma deficiente para os debates, mas usando e abusando do falar alto. contundente e demagógico, e tendo o apoio dos bonzos do partido, seguindo a mesma cartilha antiga  e igualmente sem propostas concretas
Estou convencido que o que ganhou dificilmente vencerá a próxima eleição legislava..
Veremos.

sábado, 27 de setembro de 2014

Vou

Vou passando pela vida
E contemplo
Vou atingindo o futuro
E continuo
Vou ouvindo a tua voz
E encanto-me
Vou lendo a tua carta
E sorrio
Vou, caminhando
E sempre, sempre contigo.

Mensagens

No meu vício(ou virtude? Ou defeito?)de. quando abro o meu blogue, ver o "blogue seguinte", de parei hoje com mais um preguiçoso que desde 12 de Novembro não cria nem nos contempla com nova mensagem. Mas reparei agora, lendo esse blogue, que o seu autor iria casar-se dois dias depois. Que me desculpe, teve toda a razão para não se lembrar do blogue nesse dia.
Dois dias antes de me casar nem me passaria pela cabeça escrever e enviar qualquer mensagem por  qualquer meio à nossa disposição - nesse tempo, há mais de sessenta e dois anos - a Google estava no universo dos impossíveis, ainda se escreviam cartas, se trocavam mensagens de amor, de traição, de críticas ou de simples amizade, pelo meio mais comezinho do correio e dos carteiros.
Mas era muito menos complicado conservar as mensagens que se recebiam: bastava sermos possuidores duma gaveta e duma caixinha que se metia na gaveta, dum móvel da nossa casa e que permitia recordar as mensagens recebidas mediante simples passos dentro de casa. Só um incêndio poderia destrui-las, só um imenso desleixo poderia esquece-las, só grande perda da memória pessoal ou da família, poderia abandona-las.
Agora a memória do computador, duma "pen" ou dum gravador presta-nos serviço idêntico. Com algumas desvantagens: o computador, as "pen" e os gravadores avariam ou passam de moda, trocam-se por coisa mais moderna onde esquecemos de colocar o espólio da memória antiga, etc. haverão diversos fatores que poderão contribuir para que as mensagens se percam, a idade por vezes prega-nos dessas partidas, enquanto que a gaveta sempre aguarda pacientemente a nossa visita ao espólio que contem.
Os computadores trouxeram-nos imensas vantagens sobra a antiga tecnologia mas, tal como as gavetas, também ardem com os incêndios. E, nesse caso, poluem muito mais a atmosfera.
E mais: uma gaveta, sempre dura mais que um computador. Hoje a evolução da tecnologia em poucos meses se torna obsoleto qualquer dessas máquinas que adquirimos. Que, pouco tempo após a sua aquisição é destruída, os seus materiais pouco ou nada reciclados,  a sua destruição poluindo muito mais que a  destruição dum pedaço de madeira ou de papel.
Isto tudo para escrever sobre um dos meus vícios. Não restam dúvidas que sempre tentamos esquece-los.

Reflexos ou reflexões - 4 -

- Nunca me sento á mesa do orçamento. Não gosto do cozinheiro, é pouco higiénico..
- Jamais pensamos na prudência quando estamos na casa de banho, Ou quando o amor nos assalta.
- Para perdermos a virtude, a saúde, o dinheiro é preciso que os possuamos. Para perdermos a vaidade, a ambição, a crueldade basta que sintamos saudade.
- As discussões inúteis com frequência levam muita gente ao cemitério.
- Quem quer descansar, deve merece-lo.
- Falando muito, pouco se escuta.
- Pisando, lembra-te quando te pisaram.
- Não peças desculpa. Compensa.
- Se pedes emprestado lembra-te o que sentiste quando te pediram emprestado.
- Respeita o Sol mas não te aproximes muito.

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Vivemos tempos de preocupações, de incertezas, de egoísmos. De preocupações, como sempre, de incertezas pelo como governamos o país, de egoísmos, por não nos lembrarmos dos que nos seguirão, das nossas descendentes e dos descendentes dos nossos amigos.
As preocupações são conhecidas e sentidas por todos. Do emprego, da saúde, do ensino.
As incertezas só não assaltam os pobres de espírito.
Os egoísmos, o principal dos quais é a insensibilidade pela poluição, pela distribuição da massa verde no planeta, pelo aumento da pobreza.
Li algures, não sei, não me lembro se o que li tem fundamento sério: que a produção de oxigénio, pela massa verde do planeta, por outras fontes menos importantes, que essa produção é inferior ao consumo. Se não houver, no futuro próximo uma severa restrição, qualquer dia sentiremos a falta de oxigénio, no ar, para respirarmos. E o que é igualmente grave, será cada dia mais difícil repor o equilíbrio antes existente. A massa verde da Terra, tem diminuído de modo assustador, pelo corte sem reposição, da floresta e de toda a cobertura vegetal do planeta onde vivemos. E o consumo pelos transportes terrestres, marítimo e aéreo, aumenta ano a ano de forma preocupante. Basta lembrar que um avião transportando trezentos a quatrocentos passageiros, gasta de Londres a NovaYork cerca de trinta toneladas de oxigénio. E andam de permanentemente cinco a seis mil aviões de transporte de mercadorias e passageiros sulcando a atmosfera terrestre. E andam sulcando os mares centenas de navios de transporte de mercadorias e passageiros, e andam durante o dia, algumas centenas de milhões de automóveis, autocarros," camions" de transporte de mercadorias e outros veículos poluidores da atmostera.
Contra essa poluição vemos surgirem pequenas tentativas de mudança, combatidas com imensa ferocidade.
Assuntos que requerem mais atenção.

Arrependimento

Ontem fiz gazeta. Antes de adormecer, critiquei-me pelo esquecimento imperdoavel, por essa preguiça inusitada, por tal desleixo imperdoável. Como tenho mau caracter esta ausência de modéstia conduz-me a confissões preocupantes, a relatos esdrúxulos, a conclusões inesperadas. Resultado: adormeci. E agora, que acordei, vou passar à mensagem de hoje.
Não são trabalhos de casa, são satisfações diárias, uns desperdícios de perder.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Reflexões - 3 -

- Nunca respondo às cartas que não recebi, enviadas por tanta gente que não me escreve.
- Curiosidade: nunca entro numa casa quando estou lá dentro.
- São parvoeiras para uns, sinais de inteligência para outros, fantasias para poucos. O quê? A originalidade, a sageza, a desfaçatez.
- Nunca avalio uma pessoa sem a conhecer ou, pelo menos, vê-la passar por mim.
- Não poupo elogios às crianças, críticas aos adultos, carinhos aos e às da quarta idade.
- Sempre que o vento passa por mim, faço-lhe perguntas.
- Quando estou mergulhado no mar, tenho recordações de factos, pessoas e coisas muito antigos.
- Espero que em breve aprenderei a voar. Na quarta idade as asas crescem.
- Não gosto de me afastar de quem está longe de mim.
- Quando ponho dois pingos nos meus olhos, o espelho fica mais brilhante  

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Reflexões - 2 -

- Quando me acalmo, desespero.
- Quando me sobressalto, contemplo-me.
- Quando me entristeço, procuro sorrir
- E quando mato o mais minúsculo ser, arrependo-me.
- Dizem que a morte faz parte da vida, mas eu vivo sem pensar na morte.
- Quando o carteiro bate à porta prefiro que seja uma carta das finanças, e não folhetos publicitários.
- Sem querer vou pensando. Passeando nesses domínios, só paro para dormir. E mesmo nesse estado, por vezes os sonhos acontecem.
- No dia em que a água do rio correr para montante, para cima, a razão desse milagre estará à vista.
- Aguço a imaginação com o apara-lápis da fantasia.
- Qualquer criança, quando olha pela primeira vez para um espelho, quer espreitar quem está lá por detrás. Qualquer adulto quando olha para um espelho pensa quase sempre: eu sou melhor do que me mostras. Porque quase sempre critica o que vê.
- "Valha-me Deus", expressão muito usual. E o que me admira é que ele nos ajuda sempre, embora muitas vezes não compreendemos como o faz e porque o faz.
- Todas as preces chegam a Deus. Nunca compreendemos porque muitas vezes resultam.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Reflexões sensatas e insensatas

- Faço o trabalho no lava-louças nuns poucos segundos, ali estou pensando e refletindo noutros assuntos.
- Há quem se preocupe muito com o tempo perdido nos diverso afazeres. Há quem não se preocupe com o tempo.
- A gramática embrulha-se com a família das palavras A matemática, não. E daí? Talvez porque não são parentes.
- Eu sinto-me na obrigação de não cumprir nenhuma obrigação. Incluindo a de pensar.
- O deflagrar dum incendio é um lugar comum. Exceto quando estás lá dentro
- Já nadei em todos os oceanos. Dizem que o ar, da atmosfera, também é um fluido. Não consigo nadar nesse ar, gaita, vou sempre ao fundo.
- A atração terrestre é causada, dizem, pela gravidade da  Terra. E na minha atração por ti, desprezei a gravidade.
-  Sou moreno, olhos castanhos, tenho algum cabelo. Mas o que não sou, não posso, não consigo dizer.
- Quando dois se casam pela igreja, dizem sempre "até que a morte nos separe". Mas, pelo sim, pelo não, há sempre o cuidado de colocá-los juntos, quando vão para o cemitério.
- Reflito, logo distraio-me. Sempre sem atender ao senso comum que ainda ninguém me explicou o que é.
- E agora, que parti o espelho, não posso refletir mais.

domingo, 21 de setembro de 2014

Sem vitória

Para onde vão as letras que apaguei
Para onde foram as palavras que disseste
Onde estão as cartas que te escrevi
E dos abraços que te dei, o que fizeste?


Meti no almofariz as ilusões
Lancei para o esgoto muita memória
Esqueci as antigas tentações
Pensando que alcançava uma vitória


Mas se isto escrevo, se isto bem confesso
Vou recordando tudo o que apaguei
E que o que eu sentia está bem expresso


No que as cartas e os abraços disseram
Naquilo que no coração senti
E em tudo o que as saudades me trouxeram   

sábado, 20 de setembro de 2014

Arte

Se obtemos algo se empregamos o que sabemos, alguns dizem que é uma arte. que é um artista quem o pratica. Durante muitos dos tampões antigos e ainda nos de  hoje, em muitas profissões, chama-se artista a um indivíduo que faz qualquer coisa útil, ainda que apenas o consega seguindo regras, cumprindo os manuais ou os códigos. Nos séculos do renascimento particularizou-se o conceito quando se reconhecia a imaginação, a criatividade,  a expressão de sentimentos, um modo ou um ângulo diferente de encarar a vida, a natureza, a humanidade.
Um artista é encarado por muitos como um génio, como um eleito pelos poderes divinos, como uma exceção. Mas por alguns é visto com desdém, de atitudes e atividades próximas do ridículo, do escárnio, do inútil. Esses justificam tal apreciação dizendo que têm os pés bem assentes na terra e outras opiniões tão cavalheirescas, tao reveladoras da estreiteza dos seus espíritos materialistas.
Os traços mais antigos. até os mais simples,  gravados nas rochas pelos nossos antepassados pré históricos, revelam arte. De certeza que nesse tempo havia quem os encarava por admiração e quem os desprezava por inutilidades na prática do dia a dia
Algumas mulheres e alguns homens, artistas, de época em época, deixaram obras que até hoje foram admirados e por isso, conservados cada dia com mais cuidado e carinho. 

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Escrever e publicar

O escultor, "toma o maço e o cinzel na mão"(X) e inicia a obra. Segue o projeto: desbasta, modela, afina, pule o necessário. De forma semelhante o escritor escreve começa a escrever uma página do romance cujo esqueleto imaginou: relê, emenda, enriquece sem exagero nem retórica inútil, emprega a metáfora com subtileza, evita a redundância indevida, despreza os lugares comuns. escolhe os adjetivos mais apropriados, relembra a sua experiência da vida, define os caracteres dos personagens e as particularidades dos ambientes onde as cenas se desenrolam.
No fim de cada página conseguida sente um prazer momentâneo que o incita a prosseguir e iniciar a página seguinte: novas cenas os mesmos ou outros personagens, outros diálogos dentro da trama, outros ambientes ou mudança de perspetiva do mesmo.
E quando termina, quando espeta com o FIM na última página, tem de ser modesto, consciente e precavido: ainda tem de se submeter a um grande trabalho sem o qua  a obra poderá perder grande parte do valor. Deverá ler e reler o que escreveu, respeitar a gramática e a semântica. E respeitar os futuros leitores: no cuidado da capa, das páginas acessórias, da moral e utilidade da mensagem que pretende estar contida na obra.
(Há pessoas especializadas em reler as obras. Mas apenas releem para assinalar e emendar os erros ortográficos, raro vão mais longe aconselhando modificação de alguma frases ou períodos)
.
(X) - do padre António Vieira num seu sermão(">Arranca o estatuário uma pedra dessa montanhas, toma o maço e o cinzel na mão...)

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Apenas vida

Encantou-me o teu olhar
Encantou-me aquela flor
Encantou-me esse sorriso
Encantou-me o teu aroma
E assim me encanta o mar
E assim me encanta a vida
E assim me encanta o futuro
E assim me encantas tu


Vivo assim
Porque vivo entre os meus passos
Vivo sim
Quando te tenho nos braços
Vivo assim
Pensando nos teus afagos
Vivo sim
Apertado nesses laços

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Jornalismo

Um jornalista quando resolve adotar a profissão que lhe está ligada, começa por relatar factos ocorridos na sua área. Se o seu chefe aprcia os seus primeiros trabalhos entrega-lhe outros mais importantes. Pouco tempo depois, se estudou um pouco dos segredos da profissão, começa a ornamentar as notícias que relata com pormenores que as tornam e se apresentam dia a dia mais interessantes para quem as lê. Após alguns meses ou anos nessa labuta, a experiência acumulada, as sugestões dos amigos, e o desejo íntimo de originalidade, levam-no a tentar publicar um conto ou até um romance. É o caminho que seguem talvez a maioria dos grandes escritores e dos escritores de sucesso nas vendas (que nem sempre são grandes),
Quando eu tinha dezassete anos, eu e os meus condiscípulos que frequentavam o sétimo ano  liceal, fizemos um teste orientado pelo Instituto de Orientação Profissional, para conhecer as tendências de cada um para a sua futura vida profissional. As conclusões, na maioria, foram pouco condizentes com a vontade de quase todos e em muitos casos até caricatas: a um dos meus colegas, que chegou a general de cavalaria, o teste aconselhou a profissão de carteiro, a outro que ambicionava entrar para a escola naval e que se reformou como almirante, o conselho foi de que deveria cursar marcenaria e ainda a outro que pensava cursar medecina, só falava em médicos e receitas, e que, como médico cirurgião subiu  à direção dum hospital militar, o conselho foi a economia. Mas, no meu  caso, que considerei  na altura igualmente obsoleta, e recomendação foi de que deveria abraçar o jornalismo.
Hoje reconheço que no meu caso a solução do teste foi correta. Tenho pena de não ter ponderado mais, quem me aconselhasse melhor e experimentado esse caminho, dando os primeiros passos como periodista e começando,  algum tempo depois, a publicar contos e romances. Teria talvez uns primeiros anos de mais dura vida profissional mas muito mais cedo haveria gozado a imensa satisfação que sinto quando escrevo.

Estou-me nas tintas

Hoje foi para mim um desses dias não, que toda a gente tem mas que, graças a Deus, em mim não são frequentes. Mas hoje foi: parti um copo, ,escorreguei e dei um tombo no quarto de banho, levei duas horas a limpar as pratas, pensando de vez em quando, nos intervalos em que conseguia não me preocupar com as manchas nas caixas, nas salvas e noutras peças daquele metal nobre, pensei poupo nas compras e tenho aqui nestes metais nobres um valor que não levarei comigo para a próxima vida, ao passo que talvez o sabor dum bom petisco lá sempre se recordará. E dei comigo a certa altura tanbém  a pensar que me deveria estar nas tintas para esse trabalho pelo motivo antes referido, não o levarás contigo, com manchas ou sem manchas. Mas por fim venceu o meu gosto pelo brilho da prata e lá consegui acabar a empreitada.
            Essa expressão - estou-me nas tintas - é bem usada. Pesquizei sobre a sua origem, depois de consultar muita coisa na Internet e na Google, a justificação que me parece ser a mais certa, descrevo-a com um pequeno diálogo entre dois esposos:
                   - Manel - grita a esposa lá da cozinha - não te desqueças que tens de me trazer os
nabos que te pedi para a sopa.
                    - Oh Chica, agora estou-me nas tintas, tenho dacabar de pintar esta porta!
                     - Atão já que testás nas tintas, vou-me plas nabiças.
          Chegando à praça a Chica encontrou uma  amiga, daquelas verrinosas, que, assim que a viu lhe disse:
                      - Atão Chica na te gabavas que o teu homem é que te tirava dos trabalhos de vires à praça?
                       - Olha Vanessa ele está-se nas tintas, pra vir na pode.
           As vendedoras e as clientes que ouviram, desataram numa risota,e a expressão pegou.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Fazer o bem sem olhar a quem e sem publicidade

Há um médico espanhol que tem uma clínica de cirurgia facial, em Barcelona. Fatura milhões por ano. Tem uma clínica semelhante num dos países de África com mais pobreza e onde,  de forma gratuita, trata crianças pobres com problemas físicos causados por acidentes, doença ou maus tratos. A notícia surgiu por iniciativa dum jornalista europeu que visitou aquele país africano, referindo que essa clínica já tratou muitas centenas de crianças. Eis um exemplo da boa distribuição de parte da riqueza pessoal.


A maior parte dos milionários deste mundo preocupa-se com o aumento da sua riqueza, com que os números da sua conta bancaria se elevem a muitos milhões, com que o seu património inativo
aumente .
Poucos se preocupam com as condições precárias de tantos que lhes estão próximos, sem pensar sequer que têm fortuna, na maioria dos casos, por acaso.


Se uma pequena percentagem, talvez apenas dez por cento, desses capitais, dessas fortunas inativas, fosse aplicada no socorro de quem sofre de fome ou outras carências, talvez se eliminasse a maior parte da fome e de outras carências de que sofre grande parte da humanidade.

domingo, 14 de setembro de 2014

Gerontologia

Muitos artigos encontramos sobre gerontologia. Mas no que tenho consultado, refere-se sempre aos estudos sobre a  respetiva incidência social. Mas quanto à investigação da sua faceta biológica, investigação que conduza a respostas ao aumento da saúde no sentido de retardar a perda das faculdades físicas e mentais que conduz à morte, nada encontrei. Não esqueço os enormes avanços da medicina na cura e prevenção de muitas doenças que têm conduzido ao aumento constante da esperança de vida. Li não sei bem onde, que o cérebro ativo é boa condição para que todos os outros órgãos do nosso corpo colaborem em boa forma. Um exemplo é o do realizador de cinema Manoel de Oliveira que continua a fazer o que gosta, por estes dias estreia no Canadá mais um filme de sua realização. E tem cento e cinco anos de idade.    

sábado, 13 de setembro de 2014

Além dos versos que escrevo

Além dos versos que escrevo, procuro que a maior parte das minhas mensagens sejam reportagens sobre a vida cotidiana e pensamentos (nem sempre subtis...) sobre assuntos variados, desde a democracia até à apreciação dos vinhos que bebo, desde a vaidade humana até aos afazeres domésticos. Ou reparando nas cores do céu na hora do por do Sol e na triste condição humana para que a vida atira tantos dos nossos semelhantes.
A Natureza é imparcial, indiferente, insensível e sem influência na vida. Acordamos nela e entramos na vida num certo ponto do tempo, ninguém ainda descobriu porquê. Porque nascemos num dia do calendário, não no seguinte nem no antecedente, sem aviso prévio, sem recomendações especais, filhos duns pais que não escolhemos, ficando subordinados à herança dos  seus códigos genéticos, ao ambiente onde pousamos e sem sermos consultados sobre o meio familiar onde fomos inseridos e onde acordámos?
Eu não sou ateu. Tenho a convicção profunda que um ser universal, a que chamamos Deus, nos comanda a vida, nos decide a vida e nos decidirá a morte. Que da mesma forma não sabemos o que a morte é, o que representa para o nosso futuro, para onde e quem nos leva o espírito e a alma, porque o corpo que na Terra se formou, volta à Terra. O espírito e a alma( se não são o  mesmo) terão o destino que aprouver a Deus. Tudo isto é discutível, misterioso e intrincado. Porém aqui  e na realidade da Terra, nada aparece do nada, tudo tem uma origem, uma causa, uma proveniência.
Apreciador e simples observador do que se passa à minha volta, procuro relatar o que vejo, o que sinto sobre o que vejo, as causas e consequências do que vejo, as rasões do que observo. E o meu interesse é partilhar tanto quanto a minha arte o permite, tudo isso, com os meus visitantes, com os meus amigos, os meus leitores.
Por isso todos os dias saio à rua, dou os meus passeios mais ou menos prolongados e arranjo sempre um pretexto válido para entrar na vida que me rodeia lá fora. Nem que seja com a desculpa que tenho de comprar papel higiénico, uma lata de feijão ou um pastel de nata.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014


Para sair do marasmo em que por vezes dou comigo publico uma mensagem do género da anterior. Relaxa, por vezes sai qualquer coisa de inédito, outras surge uma citação apropriada, outras ainda uma associação de ideias leva-me a mares de fantasia, o que é salutar e pode ser instrutivo, preencher momentos de tédio de algum leitor apático, indiferente, sonolento, sendo no  futuro, muito louvado por quem aprecia tal prática -  a da fantasia.   É assim que damos asas à vaidade .                                                                                                                                                                           a                                                                                                                                                                                      sim que                     

Com o sal suficiente

No fundo do meu pensamento há uma angustia demoníaca, sem pejo, sem qualquer fulgor, palpitação, parece que flutuo dentro dum líquido  mais denso que as aguas do Mar Morto, custa-me mover-me, esbracejar, esboçar qualquer movimento, sair, respirar, até me custa continuar a escrever, tento mudar a caneta com que desenho estas letras, não, que ideia esta, estou escrevendo no computador e a minha caneta é o toque dos meus dedos nas teclas que vão ressoando nos seus tiques e taques, as canetas e os lápis não fazem  tiques nem sequer inocentes taques ou toques ou lá como se chamam os sons deste matraquear que os inventores e investigadores da informática ainda não descobriram o modo de silencia-los, nesse dia, após uma campanha a nível mundial com gráficos, estatísticas, entrevistas reais e republicanas em que anunciam em termos amigáveis que irão fabricar um bilião duma primeira edição de computadores sem tiques adiantando-se à concorrência que se prepara para lançar a campanha dos computadores sem taques, as encomendas já ultrapassam a produção prevista e as estatísticas ainda não efetuadas fazem prever um aumenta de  vendas preocupante.
Oxalá que não demorem a lançarem essa maravilhas no mercado para que me desapareça esta angustia demoníaca.
        (Uma dúvida: se se deve escrever como se pronuncia, devemos pronunciar efetuadas ou efectuadas?  Mas não confundo o pacto com o pato, em particular se o respetivo ou respectivo arroz  está bom e não lhe falta sal.) 

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

A minha bela patroa: a minha casa

   O empregado doméstico limpou com esmero os copos recém lavados, esfregou algumas manchas que teimavam em conspurcar a bancada, limpou o ralo do lava-loiças, ainda se recordava da fortuna que pagara àquele especialista para eliminara a rolha que impedia vazar a água dali e o desequilíbrio  que essa operação  provocara no seu orçamento mensal. Entretinha o espírito com as preocupações relativas às vagas nas prateleiras da dispensa e ao projecto das limpezas semanais,ainda mal cumprido. A casa fora projectada para o casal e os quatro filhos, em idades de quartos separados, empregada doméstica, escritório e abrigo para a viatura numa época em que as receitas financeiras da família eram largamente superiores às despesas. Porém, como disse o nosso avisado poeta, "atrás dos tempos, tempos vêm": os filhos saíram do ninho, as receitas passaram a ser magras, os impostos aumentaram, os negócios diminuíram, a empregada doméstica, coitada, despediu-se por doença, não foi substituída, outra seria um encargo difícil de suportar.  E  os donos da casa passaram à condição de empregados desta. 
Ninguém se rebaixa ou perde estatuto por trabalhar, em particular por trabalhar na sua casa, por contribuir para a limpeza do seu ambiente familiar, por conservar o património em boas condições de segurança e salubridade,ao mesmo tempo que ainda dispõe de espaço temporal durante o dia, para se  dedicar a outras artes mais especializadas tais como ler, escrever, conversar e pensar. Estas não são mencionadas no orçamento pois que, em números não é possível contabiliza-las. Mas é uma grande riqueza possui-las e conserva-las-

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Alguns  dos livros que mais me impressionaram
            - A cartilha maternal  - de João de Deus
            - A chispa da vida - de E.M.Remarque
            - O livro do desassossego - de F.Pessoa
            - Os Maias - de Eça de Queiroz
            - Don Quijote de la Mancha - de M. Cervantes
            - Pensamentos - de Pascal
            - Os lusíadas - de Camões
            - Exame de consciência . de W. S. Maugham
            - Bíblia Sagrada
            - Por quem os sinos dobram - de E. Hemingway
 E tantos outros mais...

Gostaria, agradecendo

Gostaria de escrever com as letras dos meus cinco anos
Gostaria de voltar a ver o mar como o via quando tinha cinco anos
Gostaria de ver a minha Mãe como a vi  com cinco anos
E de aprender de novo a andar de bicicleta
E de entrar de novo na escola primária
E de aprender de novo a abotoar os sapatos
E à mesa, o meu Pai, de novo com a sua mão a imitar um caranguejo
E a minha Mãe, de novo, a despedir-se, á noite, ao deitar-me


Mas essas saudades, não me tiram,  só avivam,  agradecendo o que vivi.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Sei

Sei que estás à espera que eu te conte
Os meus gostos, as minhas dúvidas, os meus anseios,
Alguns prazeres, alguns enfados, outros encontros
E pensas sempre que eu sei dizer-te e referir-te
O que vai nesta alma, o que  me seduz o espírito
O meu dia a dia, as minhas noites, a companhia
Dos meus amigos, da família, do meu lar
E se desvendo o que não quero confessar


Mas sabes bem que eu neste meu sítio,
Neste momento da minha vida,
E na altura do meu pensamento,
Se me tens lido e compreendido
Por diferente que de mim sejas,
Por longe ou perto  assim ausente,
Que o que eu digo, que o que eu escrevo,
É bem para ti, por seres presente.
 

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Confissão

Sinto também que já fui malvado
Ladrão, corrupto, egoísta, vendilhão
E por vezes até com artes de camaleão
Usando a vida em caminho incerto
Acertando o relógio pelas minhas conveniências
Usando o lixo de alguma cultura
Dando tiros no escuro sem reticências
Raro me lembrando da minha pouca altura


Não é uma confissão perfeita a que me estou dando
Nem descrição sucinta dos meus defeitos
É uma vontade infrene a que por vezes me entrego
Sem laivos de pudor ou de vaidade hipócrita
Apenas tratando de expulsar e triturar o mal
A que nalguns dias a vontade me arrasta e grita
E noutros que uma triste e soberana indiferença
Me leva a revelar o que então escondia


E compenso, indo à praia e vendo o mar

domingo, 7 de setembro de 2014

Tentativa

Lançar-me-ei nos braços da fantasia
Enrodilhar-me-ei na esperança de dias passados
Ficando expetante, surpreso e admirado
Do âmago dessa águas passadas
Do brilho dos teus olhos que eu não atendia
Dos gestos sôfregos das minhas paixões ignóbeis
Das palavras que me disseste entremeadas de beijos
E pelos suspiros desta presente resignação


Mas sempre me assalta alguma dúvida
Sempre sofro o ferrete do arrependimento
Sempre volto a sentir a agudeza desse olhar
Onde eu sempre via a esperança não vencida
Onde não faltava a dose imensa de carinho
E um leve fulgor de branda censura
Pelo passado já sentido e compreendido
Pelo futuro que adivinhavas expectante

Sempre penso e recordo

Nunca penso que algum dia terei uma branca no meu espírito e pararei de pensar.
Se sobre tal me assaltam dúvidas ponho de imediato ma rosa branca e outra vermelha em imagens virtuais, à frente dos meus olhos.
Nada custa, consola e não perturba.
Ou folheio o meu álbum especial de fotos - as primeiras as mais modernas, seguidas por outra cada vez mais antigas até à mais antiga, a que, com três meses de idade, estou ao colo da minha Mãe.
Ou lembro-me de andar de baloiço, empurrado por uma minha amiga mais velha que eu, que tinha cinco e ela cinco e meio.
Ou ainda do primeiro sorvete que comi, do primeiro cachorro que me ofereceram, do dia em que fui o único que acertou, no primeiro exame de frequência, no problema de probabilidades, dos cento e oitenta alunos do primeiro ano de Agronomia, na cadeira de Matemáticas Gerais
Mas, mais que tudo, ao deitar-me, das carícias da minha Mãe quando era miúdo.

sábado, 6 de setembro de 2014

Assiduidade ao blog

Na grande legião dos blogueiros, bloguistas, amantoblogs, vicioblogs, maniocoblogs, estou entro os que não se resignam a abandonar os seus. Atentem, estas mensagens são reflexo do meu ser, do que penso, do que sinto. Por vezes prudente, por vezes cuidadoso, por vezes relaxado. Sempre seguindo a inspiração do momento, quase sempre relatando factos da minha história, nunca, ou tentando nunca maldizer, recriminar, insultar, mostrar mazelas doutros, bastam-me as minhas para travar alguns desejos de tais intenções.
Não sei se a Google tem analistas, observadores ou leitores de todos os blogs que diariamente aqui e acolá são inscritos. Seria uma tarefa imensa, é provável que não cheguem a tanto. Mas, se fosse possível, seria muito útil para todos os que escrevem e inscrevem as suas mensagens em blogs e penso que seria proveitoso para a Google que os blogs fossem arquivados por assuntos, num arquivo à disposição dos que oferecem as suas mensagens. Não sei se outro motor de busca tem essa ferramenta aos seus seguidores. Estou convencido que a afluência de leitores aumentaria de forma exponencial. E contribuiria para aumentar o interesse e a assiduidade dos blogueiros.
Penso que a estatística da Google o aconselha.
 

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Mais realidades

Há imensa literatura ensinando e incentivando a conquista de muito dinheiro, de muita fortuna, de grandes riquezas, do género "como ficar rico em n lições" ou "como imitar todos os que criaram riqueza". Mas pouquíssima, raríssima que vise a orientação e inclinação para os assuntos do espirito, para a melhoria e ampliação do intelecto, para a filosofia das coisas da mente, para tudo o que nos possa ficar mais independentes do dinheiro, dos objetos de adorno, das fatiotas que mais ou menos nos adornam. Já sei, já sei, dirão muitos, o dinheiro e muitos objetos que adquirimos são necessários para as nossas vidas. Mas não se esqueçam do que disse o papa: "se se aproveitasse toda a comida que se deita fora, não existiriam pobres no mundo". E se apenas nos interessasse adquirir o essencial, no vestir, no calçar, no viver. poderíamos distribuir melhor a riqueza que existe. Os génios, não precisam, nunca precisaram do dinheiro para viver. E o sistema monetário atual prejudica e prejudicará cada vez mais os mais pobres. Já repararam que as famílias das classes médias têm menos de dois filhos por casal? A razão é bem conhecida, os pais não têm tempo nem posses para criar mais filhos.O que irá resultar daí? Na França, a média entre os franceses é de 1,4 filhos por casal . Qual a razão? E nesse país, a média por casal entre os muçulmano, é de sete por casal. O mesmo se passa em Portugal, em Espanha e noutros países da Europa. Comecemos a discutir esse assunto. comecemos a pensar que os recursos naturais do planeta deverão se melhor aproveitados,
E fico por aqui, esperando que os que leiam isto, queiram mais.
Quem espera bastante, por vezes nunca alcança.
As vinhas da ira só produzem vinagre

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Coisas

Só os jovens podem mentir ou enganar com a idade.
Parti a loiça da virtude e juntei os cacos da ignorância.
Vou iniciar o próximo parágrafo por  um ângulo obtuso.
Acabarei a novela com o nascimento do personagem principal. Se ele deixar.