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sábado, 29 de outubro de 2011

O meu livro de versos vai depressa, quase pronto.

sábado, 22 de outubro de 2011

A vida é isto
E aquilo e aqueloutro
O que vale a vida
Mais que aquilo ou que o aqueloutro
É o que encontramos entre o isto e o aquilo
Que nos faz vibrar, sentir e exaltar
Permanecer um pouco ou um muito dentro da luz
Pairar etéreo nesse entretempo

Não peço meças ao tempo
Nem lhe estabeleço primazias nem inferioridades
Não me satisfazem tais frivolidades
Pela mesma razão de que não conto as pedras do caminho
Só conto que não me abandone esta insatisfação
De encontrar no meio dele outra realidade
E descobrir e encontrar a capacidade
Do canto ou alguma arte destas palavras

Passo por aqui

Quando me sento à mesa

Quando me sento à mesa, sejeito à rotina do pequeno almoço que me saca da modorra do despertar, sinto-me agarrado a uma rotina adquirida nos sáculos da minha existència, séculos de chávenas de café com leite ou de leite sem café, de papos secos com manteiga ou com outra variante comestivel que agora saquei ou saqueei do frigorícico, levei anos e anos habituado a encontrar o pequeno almocinho resignado e bem preparado à minha espera, servido por um fâmulo no colégio militar ou por uma menina e esta contava-me, era eu miúdo: vim de lá da serra de Monchiqçue para servir uns senhores ricos daquela vila lá em baixo para onde os meus pais me mandaram para servir uns senhores ricos daquela vila que casa mais grande ca horta donde o meu pai, a minha mãe e eu e os meus irmãos trabalhamos com as enxadas ou apanhando as ervas à roda das couves e dos nabos da horta donde os meus pais e eu e os meus manos trabalhamos até cum dia apareceram por lá uns homens e levaram o meu pai preso porque disse a minha mãe porque o meu pai tinha ildo lá abaixo à vila junto ao mar ca gente vê cá de cima da serra e cas minhas amigas dizem que é todo salgado, tão salgado caté lhe tiram o sal ca minha mãe tem na cozinha eu não acredtito pudera lá ser o sal é sal a água é água põe-se o sal na água fica a água salgada, não acredito caquela água toda do mar ca gente vê cá de cima da serra seja toda salgada não acredito caja tanta gente a pôr sal naquela água toda que se v^cá de cima da nossa serra.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Vou fazer de conta

Vou fazer de conta que não estou aqui
Agarrado à terra por força da gravidade,
Que de grave sabemos que ela pouco tem
E muito pouco merecedora de alguma curiosidade
Só me puxa para baixo, sem outras intenções,
Nada tem de interessante ou de outras qualidade.

Sem tirar a conta do que desconto
Sem inventar um conto para criticar
Sem me empregar mais do que a conta
Vou escrever uma história que tenha a tal da gravidade
Sem grandes cautelas nem justificações
Mas com prudentes responsabilidades.

Sou teimoso, fico-me na minha, não saio daqui
Entrando em força, saindo para o ar livre
Tenho as costas largas, gosto da minha idade
Respiro fundo o aroma das minhas flores
Proponho-me não desisitir de boas intenções
Sem petulâncias nem quaisquer vaidades.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Por isso, dá-me um grande abraço

Para além dos sentidos que o corpo me concede
Depois de sentir tudo o que sinto fora do meu corpo
Ficam algumas coisas muito estranhas
Criando nuvens de ilusões no pensamento
Que mais não são que breves interrupções
Sobre tudo o que me dão o futuro e o presente.

Uma delas, talvez a mais estranha
Talvez a incógnita desta vida, na sua equação
Que surge implacavel, bem firme e persistente
Sem dar tréguas à esperança ou à saudade
Roubando todo o valor às críticas e aos luvores
Passando ao lado de qualquer publicidade.

Será por fim algum dia conhecer
A razão de aqui estar, de tudo o que acontece
De uns dias feliz, por acordar,
De uns dias levantar-me cheio de alegria
E noutros, pelo meio das tarefas que me ocupam
Mais não pensar que voltar a adormecer

Por isso, dá-me um grande abraço.

Versos pouco equiláteros

Farto-me de pensar mesmo quando não penso,
Olho para tudo quando nada vejo,
Tenho a ambição de lá chegar aqui ficando
E ficar preso, soltando-me do meu desejo.
Escrevendo com uma caneta daquelas antigas,
Uma pena branca duma pomba, aguçada numa ponta.
Usando a tinta dum tinteiro cheio do meu sangue
Que eu tirar duma borbulha, das muitas que obtenho,
Coçando, coçando, até chegar o ardor,
Provocado pela unha aguda, do dedo indicador.
E tudo isto pela usual e velha pretensão
De escrever alguns versos originais,
Que só serão originais na condição
De sairem bem de dentro do coração.

Duas pedras

Nunca passo duas vezes pelo mesmo pensamento,
Há sempre qualquer pequena diferença.
A mesma que existe entre duas pedras da calçada
Ou entre estas duas, que apanhei, polidas pelo mar,
Que vieram aqui parar à minha frente, imperturbáveis.
Encontrei-as juntas, passeando pela praia,
As ondas vinham morrer em cima delas,
Rolando-as e polindo-as um pouco mais.
Batiam uma contra a outra e cantavam
Uma canção que se unia à canção do mar.
Apanhei-as num intervalo entre as ondas
Meti-as no bolso direito das minhas calças
Parece-me que ficaram quentes e incomodadas
Pelo cheiro do dinheiro que saía das moedas
Tão diferente do do mar e da maresia.
Mas quando repararam onde as pousei
Num sjítio que escolhi, não em quaquer lado,
Ficaram contentes e suspiraram de brilho e de alívio
Por eu não as ter metido e condenado
Por muitos anos, para dentro dum betão armado.

Encontrei-me hoje...

Encontrei-me hoje num jardim
Não, não era o apregoado jardim da minha infância,
Nem era um "jardim à beira mar plantado"
Esse verso bonito que um poeta da rua inventou.
Tão-pouco era um jardim com árvores, conteiros e flores,
Nem com rega controlada, por aspersão ou outro sistema
Dos inventados para afastar os jardineiros dos jardins.
Era um jardim pequeno, muito simples
Em que as árvores andavam de braço dado,
As folhas e as flores voavam, chilreando
E os pássaros, de bico aberto, espantados,
Ollhavam para tudo, quietos e em sossego.
Porém quando uma árvore passava perto
Ou quando uma pequena flor pousava ao lado,
A relva e as outras plantas envolviam-nas, carinhosas
Enquanto a terra se abria e me oferecia
Disfrutar de tudo isto, num bom lugar de espectador.

Descubram quem é este artilsta

Não se importa que roubem,
Desde que o deixem roubar descansado.
Não se importa que mintam,
Desde que niguem refira as suas patranhas.
Não se importa que sujem as mãos,
Desde que o deixem lavar as suas, em descanso.
Não se importa que surjam mais pobres,
Desde que não lhe venham bater à porta.
Não se importa que gritem,
Desde que oiçam os seus lamentos.
Para que, quando esta democracia, por fim o afaste,
Vá flanar, para longe, bem ataviado.

Vou equipar um laboratório

Vou construir um laboratório com um equipamento especial
As paredes e as portas poderão ser dos materiais de construção vulgares
Que se usam nos laboratórios de todo o mundo
Não necessitará de balões, de provetas ou de pipetas
Nem dos ácidos, bases e sais empregues nas que tais reacções
Nem bicos de Bunsen, papeis de turnesol, balanças de precisão
Nem sequer de mobiliário reluzente, bam adaptado e condizente

Já fiz a llista completa dos reagentes
Já a enviei para todos os fornecedores
Que as remeterão em invisíveis contentores
De lá daquele país desconhecido
Que é o único que exporta tais valores

E a lista é muito simples e resumida
Sulfato de fantasia às carradas
Cloreto de bondade, muitos metros cúbicos
Óxido de sabedoria, às toneladas

Fosfato de lealdade , muitos hectolitros
Alguns pózitos de ingenuidade
E um vagão de sacos de sorrisos.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Entretenho-me

Entretenho-me a brincar às escondidas
Da maneira mais democrática possivel
Com as coisas futeis que o meu olhar lobriga
Entregando-me às belas surpresas do acaso
E desprezando algumas sensaborias.
Encontro-me a percorrer as estradas do ser
Saindo daqui para quedar-me no mesmo sítio,
Pernoitar numa pousada ao luar
E adormecer, embalado no meu berço de menino.

Fico sobremaneira perturbado
Por esta serenidade e fantasia
O realejo cantarolando na rua
E esse sorriso teu que tanto me enleia
Este passar do tempo pela alegria
E esta tentação dentro de mim que foi p'ra lá
Em troca dum remorso que eu vivia
Perdendo a maravilha do teu olhar.
Saindo para dentro do que hei-de dar-te

E ocultando-te tudo o que te quiz mostrar
Fez saltar o meu marco da aventura
Provocou o debandar desta ilusão
Ficando-me apenas essa tua ternura.

Será assim que eu escrevo ?

Gostaria de esvrever poesia sem ser poesia
Uma escrita sem definição, sem título, sem provocação, sem estilo.
Sem me subordinar às convenções, ao bonito, à rima
Apenas defenindo o que tenho de indefenido
Apenas ostentando um título inexistente
Apenas provocando algumas sensações imperceptiveis
Apenas com o meu próprio estilo, inqualificavel, incapaz e ausente
Sem prosopopeia, sem sintaxe, sem semântica, sem gramática
Servindo-me dos enredos, das confusões, do caos
Sendo só apreciado por ignorantes, por iletrados, por analfabetos
Ou por um verdadeiro apreciador da matemática.

"A torrtura do computador" ou "quando se sabe é muito facil"

Carrego no imagem
Carrego no "enter"
Nada aparece
Volto ao "link"
Escolho o ficheiro
Selecciono aqui
Pré visualizo ali
Nada no "blog"
Mas eu insisto
Pois se eu já fiz isto
Mais duas voltas
Mais três pr'a tráz
O "link" é falso
Nada acontece
Volto `a escolha
Dizem que é fácil
Que um burro o faz
E eu que julgava
Não ter tal parente
Enfim ele muito faz
Pr'á frente e pr'a tráz
Sempre insistente
De cima pr'a baixo
De perfil e de frente
Abrindo o ficheiro
Com certeza absoluta
Que o quero apagar
Que o quero lixar
E pelo sim, pelo não
Por mais ou por menos
Eu vou reciclando
E acabo encerrando

A torrtura do computador ou

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Sinto

Um sino tocando, em noite de festa,
Uma flor se abrindo, na primavera,
Um fruto corando na mãe árvore,
Um gato ronronando no colo da dona,
Uma leôa lambendo o seu filho,
Ou uma luz que expulsa a escuridão.
Uma guitarra embalada num fado,
Ou a ternura entre dois namorados.

Tudo isto assim
É lindo, lindo,
É lindo de ver,
É lindo de sentir.
Mas nada mais lindo, mais lindo
De ver, ouvir e sentir
Que o sorriso duma criança.

domingo, 9 de outubro de 2011

Assim como assim

Com este coração saudavel
Vou esfarrapar a vergonha,
Aliviar-me de preconceitos sacanas
E gozar a fortuna da minha bibilioteca.

Prometo não desenterrar maus humores
Vou colocar-lhes em cima uma calçada de granito
E por cima desta. sempre vivas,
Um grande canteiro de flores

Folhearei todos os dias
O meu album dos dias felizes
Manterei viva a saudade dos que estão longe
Esperando cada dia que regressem desses países
E venham, sem avisar, bater à minha porta.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Nunca é tarde

Será que é tarde ?
Qual quê, nunca é tarde!
Para deixar aquela rosa na roseira,
Para deixar o meu cavalo à solta,
Para deixar a porta da gaiola aberta
Ou esquecer todos os compromissos sociais
Ou pegar nos meus netos ao colo
Ou sentir na pele o luar
Para pagar-te o beijo que ainda não me deste
Para lançar-me nalgumas ondas do mar,
Para tirar o curso de escutar todos os ventos,
Para perceber as nuvens e a escuridão,
Andar entre as gentes e sentir-me no meio de ti
E dominar, enfim, os pensamentos.

Reservas no termpo e na alma

Quando alguem que nos é querido sai da sala e se despede, fica.
Já sentiram isso ?

Quando alguem que apreciamos, nos dá o último beijo e enbarca para a viagem, fica.
Não fica ?

Quando alguem que amamos nos diz adeus e vai, fica.
É mentira ?

Quando alguem que gostamos de ver ao pé de nós, nos abandona, se despede, embarca, nos dá o último beijo e vai
Deixa ficar, nascendo, a saudade.

E alem da saudade fica tambem o extracto etéreo e sublime dos momentos que passámos juntos, das alegrias que partilhámos.

É uma reserva que a nossa alma acumula, no tempo.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Quem serás tú

Quem serás tu, que lês estes meus vsos,
Serás redonda, quadrado,hetrossexual, malandro, corrupta, leal,
Abrupta, medonho, de pedra ou sensual ?
Vives na vida, na água, no vento ?
Trazes o ar da serra, os gemidos das tuas dores,
A brisa que passou naquele lago,
A chama duma saudade que é tormento,
O riso da criança que já foste,
A esperança que paira no meu pensamento ?

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

QUe eu pergunto

Continuo transcrevendo poesia que saiu o bico da minha pena. A que irá para o meu próximo livro.

Que eu pergunto: qual foi o sentido da minha vida? Da tua? Da dêle?

A vida...

Como uma barca perdida
Que parece abandonada,
Saltamos do nada à vida,
Caímos da vida no nada.

Será?
Porque a vida...

Por vezes fico a pensar
Como é bom viver contigo
O que não consigo é explicar
A razão de eu cá nascer

Vaidades,
Ou não?

O amor foi a razão?
Do sofrer e do viver?
Os filhos, compensações?
P'ra o coração entender?

E fica, fica
A suspeita

Só por eles, nem por bem nem por mal
Assim posso compreender
Que eu um dia, afinal,
Tenha de acabar e morrer

Todavia
E até lá...

Fiquei há muito a saber
Sem nenhuma explicação:
Não custa nada viver
Se seguimos o coração

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Não me preocupo

Não me preocupo
Com as coisas lindas! lindas!
Que não preciso comprar
Nem me preocupo
Com as inúmeras oportunidades que perdi
Nem sequer me lamento
Por todos aqueles beijos
Que não dei
Só me preocuparei,
Se um dia não mais tiver
Nem esperança, nem ilusão, nem fantasia.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

por acaso, voltei

Voltei depois de duas viagens de avião e dum cruzeiro de 6 dias e 7 noites num paquete o Liberty of the seas". Não descreovo nem o navio nem o cruzeiro, para que não me chamem mentiroso. Um hotel de 6 estrelas, com espectaculos de teatro e de pista de gelo de primeira categoria. Gostei tanto que até me apetece falar sobre o amôr.
Mais que um fogo que transforma chamas em reflexos de exaltação
Mais que uma força que cala as palavras dos segredos que nos calam
Mais que um arrebatamento, uma tentativa que a garganta prende
Mais que um pasmar peerante quem amamos
Mais que palavras balbuceantes que nos sufocam
Mais que partir ficando e sentir a tentação