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sábado, 30 de abril de 2016

Reforma

Que coisa mais ridícula, insensata e também prejudicial que é  a reforma !
Um dia antes da idade da reforma, suponhamos sessenta e cinco anos, o trabalhador tem as suas capacidades activas e utiliza-as na missão de que foi incumbido. Um dia depois dessa data passa a ser um simples protegido da segurança social nada mais tendo para fazer ou oferecer em troca do salário que usufrui.
Nem que alguém sejas um génio, sais dali, vais para casa, ocupa-te com os teus botões.
Não acredito que alguém goste disto.   

sexta-feira, 29 de abril de 2016

Respeito pelo corpo

Pouco respeitamos o nosso corpo,durante anos e anos não raparamos na saude que nos conserva. O poder de renovação do nosso corpo é fantástico, poucos de nós disso nos apercebemos. Achamos normal e bom que um automovel ou qualquer maquineta que compramos para nos servir, tenha uma duraçºao de dez ou quinze anos e achamos normal a aquisição, de algumas peças substituindo as que a compoem. Mas o nosso corpo aguenta-nos durante oitenta ou mais anos e renova-se de forma fantástiica , desde o dia em que nascemos. A nossa pele renova-se em cada mês, a pele interior do estômago em cada cinco dias, todo o figado em seis semanas, o esqueleto cada tres meses e em poucas semanas temos um coração novo.
Não devemos respeitar mais o nosso corpo?

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Quase todos nós sofremos da "hipnose do condicionamento social". Quase todos somos escravos do passado e submetidos ao futuro. Coondições que nos fazem esquecer a muitos, o presente.
Quando meditamos correctamente a nossa mente fica independente do tempo, o èxtase em que mergulhamos provoca-nos o desinteresse pelo passado, o desprezo pelo futuro. E só a nossa vontade nas faz sair da meditação do momento sem tempo, em que estamos mergulhados  
Experimentem


quarta-feira, 27 de abril de 2016

Pinturas e pintores

Ontem encontrei pessoa amiga,  que normalmente conversa de forma simpática, o que para mim significa, na conversação, a atitude de quem fala e ouvindo, deixa falar. No entanto todos temos algum defeito mais ou  menos oculto pelas circunstâncias, pelo tempo ou pelo passado desconhecido. Neste amigo, o defeito conhecido era bastante suportável,  não impeditivo de uma conversa agradável, não condicionante da nossa amizade mas  que me obrigava, sempre que o encontrava, a limitar a nossa conversa a um tempo reduzido.  A sua iconomania sempre se manifestava três ou quatro minutos depois de nos encontrarmos. Ora era Picasso, ora Van Gogh e este trazia à baila Monet nas diatribes e  extravasão da sua mania pela pintura e pelos pintores.
              Mas, há poucos dias encontrei a solução para que as nossas conversas derivassem. Quando um minuto ou dois depois de nos encontrarmos, meteu o Delacroix na falação, eu interroguei-o dizendo-lhe:
         - Pedro, a propósito de pintores, tenho a fachada da minha casa a precisar duma boa pintura, conheces um pintor de confiança para tratar de pôr aquela parede em condições decentes?
      Ele olhou surpreso, para mim e respondeu:
          - Já vejo que contigo não se pode falar - e, voltando-me as costas, foi--se embora.
      As nossas conversas prosseguiram mas passaram a durar não mais de cinco minutos, sem pintura nem pintores.    .

segunda-feira, 25 de abril de 2016

E independências

Mas enfim, o nundo que temos concede-nos mutas outras dependências, tantas que preencheriam um calhamaço mais volumoso que um dicionário, daqueles bem pesados, por melhor e mais leve papel que tenham nas suas folhas, por ligeiras que sejam as capas. E, não tenhamos dúvida, quem ama as letras durante a vida desde a primeira escola até à idade de sermos obrigatoriamente pacientes, tem de ser dependente dos dicionários. Que apesar da dependência que dele temos, também nos dá frequentes alegrias pela descoberta de palavras que desconhecíamos, pelo encontro da correcção que desejamos no que escrevemos e no que dizemos .
         Falei das nossas dependências, dos alimentos, dos outros com quem vivemos, etc.. Mas o que falta referir são  as nossas independências, da vontade, do uso indevido da liberdade que temos, dos cantos de sereias.
         A da vontade exprime.se, revela-se pela nossa personalidade. "Dos fracos não reza a história" diz-se com frequência, mas  não é bem verdade,  lembram-se de Camões, nos Lusíadas, "fracos reis fazem fracas fortes gentes" . E  reis houve em Portugal e lá fora, que bem fracos foram.
        Do uso indevido da liberdade que temos prejudicando o próximo, seja racional seja irracional. Usando e abusando do despotismo sobre quem dominamos. Conspurcando e alterando o ambiente na mira de riquezas.
        E dos cantos de sereias dos que dependendo de nós pelo voto, nos cantam ladainhas entorpecentes da nossa razão e que procuram a nossa colaboração com promessas enternecedoras, que nunca realizam. 

domingo, 24 de abril de 2016

Mais dependências

As dependências, as amarras que nos prendem ou nos trazem sujeitos, são açaimos diversos que nos provocam tensões, preocupações e nos inserem com frequência em alternativas que não desejávamos. Durante o dia o tempo impele-nos para situações, dependências que nos afastam da boa disposição, que nos deixam com problemas inusitados, começando pelo próprio tempo, levamos um relógio no pulso, ver as horas quase sempre não é mais que um vício, o gesto de ver as horas que são, o encontro que temos marcado com o canalizador porque a sanita funciona mal, o prazo para pagar aquela conta da electricidade, para fazer e apresentar às finanças a nossa proposta para o IRS, obrigação curiosa todos os anos de propor impostos que não temos nenhum gosto em pagar, todavia devemos ser cidadãos e cidadãs exemplares, bla, bla, bla... Mas enfim e fujamos, por agora, aos impostos, entremos e lembremos outras tentações que nos entram na vida. Hoje não. Amanhã ou depois. Eis o resultado da tentação de não escrever mais, hoje.

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Dependências

Todos os seres vivos, desde a nascença e até à morte estão dependentes, nenhum se pode considerar totalmente independente, Desde que nascemos, desde o primeiro dia de vida estamos dependentes dos alimentos, para crescermos, para conservarmos a saúde, para matar a fome. Essa é uma primeira e vital dependência a que não escapa nenhum ser que nasce. Poucos dedicam alguns minutos a pensar neste assunto, habituados que estão a não ser independentes dos alimentos, como habituados que estão a não pensar no ar que respiram. Nem tão pouco a pensar nos milhões de células que compõem os seus corpos.. Mas muitas convenções, muitos hábitos, muitos tabus, mantêm-nos sujeitos durante a vida, ocupam muito tempo das nossas vidas. Vejamos alguns exemplos. Só os seres humanos adquiriram o hábito de se vestirem, de cobrirem o corpo com uma a dez ou mais peças de roupa e de diversos acessórios. Para se protegerem do frio e doutras intempéries e para outros fins mais ou menos recomendáveis. Os humanos, entrando nus neste mundo, como todos os outros animais talvez durante alguns milhares de anos, não cobriu o corpo com algo que o abrigasse. E talvez que os primeiros hominídeos que se abrigaram debaixo de folhas mortas ou duma pele, doutro animal, abandonada talvez que isso tenha constituido o primeiro despertar da inteligência que começou a distingui-lo dos outros erectus (continuo amanhã)

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Caridade anunciada aos quatro ventos

A caridade anunciada, propagada aos quatro ventos, incentivada nos jornais, revistas, televisões, serve, em nosso entender, para convencer muita gente de fins que com frequência são muito pouco altruístas e mais não representam que propósitos diferentes da caridade apregoada. É o que, em meu entender e por minha suspeita se passa com as notícias sobre os refugiados que desembarcaram vindos da Asia e da África. Acho muito louvável que se anuncie e estabeleça um plano para acolher no nosso país um determinado número de refugiados, que se defina a forma como se acolherão. Mas em Portugal, estimamos que há mais de oito mil sem abrigos, que mais de oito mil portugueses vivem em condições sub-humanas, passam e sofrem fome e frio. E que quando isto referimos, logo aparece o argumento de que muitos serão bêbados ou amantes de outras drogas. O que mais não é que uma desculpa incongruente, estúpida e esfarrapada.

terça-feira, 19 de abril de 2016

O tempo que perdemos e o tempo que temos

Ouvimos muitas vezes a frase " não tenho tempo" ou "não tenho tempo para isso". Estas frases, quase sempre significam o contrário, que na realidade temos tempo mas que a preguiça ou desinteresse pela execução do que foi pedido ou solicitado. Ou ainda uma desculpa sorrateira para justificar o nosso desejo de não colaboração. Quantas vezes, em frente do computador, antes de iniciar uma outra página do romance que vamos escrevendo, nos assume de imediato a decisão de fazer outra coisa, desculpando-nos com uma pretensa razão doutro afazer para encobrir a falta de inspiração? É este o momento de recorrer à meditação e após o sossego e a descontração entrar a pensar no tema do romance. Dá sempre resultado. Temos sempre tempo.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Os refugiados e os sem abrigo portugueses

A acção de um governo traduz-se não só pela boa execução das contas públicas e pela aplicação exemplar das receitas que entram nos cofres do estado mas também pela acção humanitária que desenvolve, no sentido de erradicar a pobreza e de proporcionar aos cidadãos do nosso país as condições garantidas pela constituição. Não se entenderá portanto e não concordamos que sejam esquecidos os sem abrigo portugueses enquanto se proporciona aos refugiados condições materiais muito opostas. Pelo menos, por cada refugiado a que são dadas condições de vida em Portugal - um salário, um apartamento com todas as condições - deveria o governo proporcionar iguais condições de vida, em Portugal, a um sem abrigo.

domingo, 17 de abril de 2016

Fumadores

Um vício raramente preocupa aquele que dele padece. A mente encontra sempre razões que o justificam, que o desculpam. Não há fumador inveterado que não diga "tenho de morrer de qualquer coisa", "morra marta, morra farta" e outras expressões simpáticas. Outros alegam "eu só fumo de manhã", outros ainda afirmam com veemência "hoje deixo de fumar" ou ainda " acabo este maço de cigarros e pronto, não fumo mais". O stress que causa a conclusão a que chegamos de que continuamos incapazes de resistir ao vício impede-nos de aceitar qualquer razão. E apenas quando nos convencemos que a vontade terá de ser mais forte, só então decidimos e conseguimos aplicar um processo destrutivo do vício. Mas deverá ser de forma definitiva, sem paliativos, delongas, procrastinações. No dia 25 de Novembro de 1975, data bem célebre, eu estava há uns vinte dias com bronquite e alguma febre. Fui consultar um médico amigo, o doutor Silveira, que me auscultou e fez o seu diagnóstico de modo bem contundente: -"Pois é, estás com uma bronquite crónica, vais acabar como acabaram todos os fumadores inveterados da tua família, pouco passarás dos sessenta e cinco anos"- e dizia isto, fumando, também ele era um fumador inveterado. Eu, de imediato, respondi- lhe: -Olhe doutor, é para já, deixo hoje de fumar, é para comemorar o dia da nova revolução" - Ao que ele me respondeu: - Pois, pois, todos os fumadores dizem que vão deixar de fumar hoje.- E continuava fumando. Na realidade, até hoje mais não fumei. E o doutor Silveira, um bom e bem conceituado médico, por coincidência, faleceu poucos tempo depois, com sessenta e cinco anos. Eu, felizmente, continuo de boa saúde, com oitenta e nove.

sábado, 16 de abril de 2016

Longe da vista...

"Longe da vista, longe do coração."
Uma sentença, em jeito de preceito moral, meio aviso, meio conselho ou definição do que a realidade concedeu e revelou pela separação de dois amantes, pressupondo e justificando a diminuição do sentimento diminuído, diminuição motivada pela ausência do ser querido. E ao mesmo tempo, um encolher de ombros, a resignação perante a impossibilidade da presença de alguém a quem se quer.
É um complemento justificativo da  pouca saudade.

sexta-feira, 15 de abril de 2016

A cura pela acção do conjunto da mente e do corpo

Muitos de nós já não nos sentimos à-vontade com aa nossas reacções simplesmente materialistas às doenças bem como às decisões que a medicina tradicional nos vem impondo para a saúde.
O antigo médico de família era bem conceituado se atendia e se ocupava da mente do paciente antes de escrever a receita. Conhecedor dos seus antecedentes pessoais e os da família, tchha resolvido parte importante da receita.. Uma criança chora porque sofre duma dor, não por ter febre. Resmunga porque foi contrariada, não porque tem uma infecção, se esta não lhe causa dor, mas porque está com fome. E os adultos reagem de formas diferentes à dor, à doença, às contrariedades.,
A medicina moderna vai evoluindo, ainda que com bastante lentidão, para uma maior incidência sobre o conjunto mente e corpo.
A consciência, a expectativs, a atenção e a intenção vão constituindo ferramentas fundamentais para o diagnóstico, antepondo-se quase sempre à aplicação automática de produtos dos laboratórios para eliminação do doença.
Em próximas mensagens desenvolverei mais esta assunto.

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Tempos diferentes

Tenho uma balança de precisão com que me entretenho nalguns dias a pesar as coisas mais variadas. Ontem uma barata média não usou a tempo o radar das suas antenas e consegui imobilizá-la para sempre. Lembrei-me de a pesar, já morta, Curiosamente, a balança deu-me o seu peso: sete gramas e meia.. Imaginem,  eu peso dez mil vezes mais, setenta e cinco quilos, Ou seja, setenta e cinco mil baratas, um considerável rebanho de baratas, pesam tanto como eu. Ainda um dia começarei a colecionar baratas mortas ou vivas e mortas até conseguir juntar setenta e cinco quilos delas., só assim ficarei bem convencido, que serão dez mil, as que juntei no saco.
Todavia, olhando para a barata morta comecei a matutar sobre aquela barata que eu matei na flor da  vida. É provável que o mundo dela, o mundo que ela à sua volta sentia, sentia que era dez mil vezes menor que o meu e que tudo o que se passará no seu mundo, se passará na mesma proporção.
Há um desejo generalizado dos homens, para matar as baratas. Das mulheres não, porque em geral dão gritos de terror quando as veem fazendo pela vida, atraídas pelos bons olores nas nossas cozinhas. E têm de ser os homens a pecar, não cumprindo o mandamento de Deus de não matar. Porque Deus, que eu saiba, ao contrário do que muitos humanos pensam, não  nos aconselhou apenas que não matássemos os humanos. Se assim tivesse sido a sua intenção, teria dito <não matarás os humanos>.. E portanto por " não matarás" decerto quis aconselhar que não devemos matar qualquer ser vivo, desde uma pulga até um elefante.
Julgo que o nosso  Criador colocou todos os seres que por cá vivem, com uma finalidade. Talvez dez mil vezes menos avaliada, na razão de existir,  pelos humanos, quando avaliam a própria existência..


quarta-feira, 13 de abril de 2016

Indignidades desculpadas

 Uma indignidade, seja de quem for, seja dum amigo, seja duma companheira, não desculpa uma nossa indignidade. E quase sempre, senão sempre, resulta da covardia manifestada por ocultarmos o assunto ao nosso amigo ou à nossa companheira. 
Muitos homens e provavelmente algumas mulheres, desculpam, perante os outros, as suas infidelidades com as infidelidades doutros.
Assim, é comum ouvir-se ou mesmo ver-se escrito <se todos eles roubam porque não hei de eu roubar?>.
Há um enorme e verdadeiro  reflexo de fraqueza nessa expressão e ainda maior se concretizada em actos de quem a profere.

terça-feira, 12 de abril de 2016

O aproveitamento dum dia de vida

Hoje estamos vivendo numa terça-feira.
Pensemos. E confessemos.
Pensemos no que fizemos até esta hora, neste dia.
Dormimos sete horas. Que não são demais nem de menos. Mais seria um desperdício. Menos seria menos salutar. Duas a três horas para as refeições, meia hora para a meditação. Outra meia para as obrigações da casa de banho. Mais uma pra trabalhos de casa, que não podemos pagar a uma empregada doméstica, que cobra no mínimo o dobro do salário mínimo. Sobram do dia, doze horas. Digamos apenas sete horas, considerando os diversos, conversas de família, leituras diversas, notícias, passeio higiénico,. compras para casa e imprevistos.
Sobram sete horas. Em cada dia de vida sobram-me sete horas. Que deverei aproveitar melhor que as outras . Se possível, depois de acordar, programando a actividade para essas sete horas. Num programa que não deve ser inflexível mas pragmático.    Exigente mas sem excessos. Simples e livre de ilusões. Porém, não esquecendo a poesia.
E no fim do dia, quando nos deitemos, reparar se aproveitámos bem essas horas que a vida nos concedeu.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Ultrapassagens

Pretendo sempre ultrapassar as minhas dificuldades, os meus problemas, as minhas indecisões. Mas não é nada que me preocupe que me traga agarrado à dúvida, às tentações. Como dizia Pitigrilli num dos seus famosos livros, proibidos em Portugal antes do vinte e cinco de abril:"gosto de resistir a tudo menos a uma tentação". As dúvidas, cultivo-as, como hábito salutar e exercício higiénico da mente..
Noutro dia informarei mais sobre essas minhas pretensões.

Não tenho nada, não tenho tempo

Oiço muitas vezes algumas pessoas dizerem " não tenho nada que fazer". E as mesmas dizerem noutras ocasiões "não tenho tempo para nada" . Ambos os casos reflectem muito de importante, na mente de quem profere esses desabafos. 
Quem nada tem para fazer é porque nada tem com que se preocupar. E quem nada tem com que se preocupar, quase de certeza é porque a preguiça mental o ocupa. A preguiça física entende-se, em geral, se não é vício, é uma necessidade do corpo. A preguiça mental não é mais que um grande problema para a mente. Muitas vezes, se não sempre, indicia diminuição das faculdades mentais, em muitos  casos um definhamento  da vontade, o avançar da inércia do cérebro e da resignação.
Quem diz que não tem tempo para nada está impondo a si próprio nada fazer. É mais do mesmo, é mais conformidade com a apatia.

Mente activa

Primeiro deve-se tratar o paciente, depois a doença. Quase todos os bons médicos, em particular os de clínica geral,  quando encaram o paciente começam, se  possível, por conversar com ele obtendo informações essenciais para o diagnóstico. Mesmo os cirurgiões, antes de operarem, falam sempre com os pacientes.
Desde que qualquer pessoa se mantenha com a mente activa, ajuda muito o corpo, diminuindo muito o envelhecimento. A mente activa reflete-se sempre na conversa entre o doente e o médico.
Não se sente no banco do jardim para "passar o tempo", ficando com aquele ar apático  e semblante inerte.



quarta-feira, 6 de abril de 2016

Chuva e terremoto. E equilbrios

Lembrou-se, meteu-se-lhe na cabeça a ideia de descalçar os sapatos e as meias e caminhar descalço pela avenida. O pavimento molhado, frio, de calçada à portuguesa sem grandes asperezas, trouxe-lhe a  recordação dum passeio que dera vinte anos atrás pelos arredores  da vila de Alpedrinha . Ou doutro, pelas ruas de Bensafrim, naquele dia do terremoto de grau sete. O passeio e o terremoto  provocaram consequências diversas nas duas localidades. Em Alpedrinha perdeu os sapatos mas o terramoto não provocou danos no teto da casa dos seus amigos. Em Bensafrim, após aquela chuvada, os sapatos ficaram molhados mas o terramoto abateu todos os telhados de todos os seus amigos que ali viviam.
Mas isto tem alguma importância para ser dito?
Sim, porque as coisas sem importância nenhuma também merecem ser ditas.
Ou não?
Talvez sim.
Porque assim se restabelece o equilibrio entre tantas coisas muito importantes que se dizem pela televisão,etc. e outras muitas que lá não se dizem.

O que não dizemos

E porque é que fica muito por dizer?
Porque a natureza do que há por dizer, o impede. Porque nos esquecemos, de propósito ou não, do que queríamos ou não queríamos dizer. Porque o que tanto fica por dizer, nos incomoda. Porque não gostamos de confidências nem de inconfidências. Porque somos cobardes, cagarolas, inconstantes.
Porque sempre que começamos a dizer o que não queremos dizer, mudamos de assunto.
Resumindo: porque não queremos.
O problema é o que fica. Com honestidade, concordem que fica bastante. Fica mais do que não queremos dizer e não dizemos, do que ficaria se o disséssemos.
Foi por isso que ontem nada vos dissemos.

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Nunca dizemos tudo

Mesmo aos que mais amamos, nunca dizemos tudo. Como os nossos ouvidos nunca ouvem tudo.
Nunca dizemos tudo aos que mais amamos. Por ciúmes ocultos, por indiferença cimentada pela suspeita, por razões que a razão não quer reconhecer.
A um estranho conhecido há poucos minutos fazemos confidências apenas no intuito de despertar a atenção, de intentar obter simpatia, por interesse, por desejo do conhecimento e da intimidade apenas porque naquela ocasião nos atrai. Nos atrai porque é uma cara bonita, porque julgamos que ali está a fuga da nossa solidão.
Nunca dizemos tudo ao chefe, ao amigo, à esposa, Porque são assuntos, coisas, sentimentos, intenções, só nossos.
Tal como não gostamos de arrancar a nossa pele.

domingo, 3 de abril de 2016

Chatezas das más notícias

Os dramas acontecem. Os sucessos, as alegrias, os prazeres, também. A todos nós,que por cá seguimos vivendo.
Como prato permanente e diário, somos a toda a hora bombardeados, pelo som,pela imagem, pelas notícias e pelas reportagens, com uma panóplia imensa de desastres, cataclismos, acidentes que, de modo contínuo, persistente e contumaz,insiste em ocupar uma parte importante da nossa memória.
Porém, o grande problema é que uma parte dos jornalistas vai ornamentando o inicio dos artigos      demorando as notícias de pendor tétrico para linhas mais abaixo. Há alguns que até começam as suas diatribes dantescas como se começam os contos de fadas, ornamentando-as, no início, com floreados e prosopopeia mais alegre.
Aqui fica o aviso, se pretendem passar o dia bem dispostos.

sábado, 2 de abril de 2016

O dia das verdades

Convencionou-se que o um de Abril deve ser o dia das mentiras.
Tem graça.
 Então quando se convenciona o dia das verdades?
Não é  necessário, dizem alguns crédulos.
São vinte ou trinta.Dizem os optimistas.
São todos os outros, referem os paranoicos.
 Não há nenhum, diz toda a gente. 

Cá estamos

E pronto, cá  estamos deixando entrar a luz pela janela da bonomia e encarando com serenidade o engano do euro milhões que não acertou nos meus números do meu palpite correcto na aposta caríssima que fiz ontem de manhã. As minhas apostas naquele jôgo são sempre, sempre correctas, certas, o vento, a temperatura e aquela mãozinha mal lavada que atira as bolas numeradas com esmero antes de as tocar e as despeja dentro da esfera da sorte. Não é obediência do acaso aos meus desejos, o que eu pretendo simplesmente é um pouco mais de decência e consideração por quem nunca antes foi contemplado e que se farta de apregoar que doará cinquenta por cento do  prémio a quem nunca tão pouco me exigiu, desde que me satisfaçam as seguintes condições satisfatórias que eu não refiro nem imponho. 

Falações

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     Se nada perceberam do que eu disse atrás, leiam nos diários de amanhã, é o resumo do que os políticos dissertaram durante três horas .

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Há muitos e diferentes infinitos

Hoje  vagueando pelos blogues alheios, escarafunchando por aqui e por ali, submetendo-me ao acaso, do mundo blogueiro, deparei com uma frase, talvez enviada do Mato Grosso por uma rapariga imberbe e loira, talvez atirada para o universo electrónico por uma moça alentejana com um namorado que não se decide e, como eles lá em Serpa ou em Ourique dizem, é mais lento que um caracol a decidir-se a beijá-la com frenesi e dar o passo decisivo.
A frase que  nos deixou no blog: "há infinitos muito diferentes, há muitos infinitos".
Que pensará disto um suicida islâmico  entretido com os blogues no computador enquanto aguarda a reunião para decidir o próximo atentado?