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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

              Comprem um vaso com uma hidrangia.E cultivem-na onde possam, se possível numa canteiro. Será mais uma fortuna que a natureza vos permitirá cuidar, tratar e ver por muitos dias. E, como todas as flores, sem pedir nada em troca.
             A natureza oferece-nos surpresas agradáveis. Apresento-vos uma senhora dona alforreca. Não lhe toquem porque é muito senhora e muito ciosa de todos os seus complementos e defende-se das arranhadelas, mesmo que apenas carícias, de qualquer outro animal, causando comichões, ardòres e até por vezes, a morte do agressor. Se bem observarem poderão reparar que contem essas fitas que serão talvez a ampliação do seu ADN e os tentáculos finíssimos, que são os seus olhos. Poderão ver, no seu corpo, flores, uma ou outra cara estranha, conchas e o disco da base, mágica e de côres atractivas, donde tudo emana.
             Como será a futura espécie "sapiens" para onde evoluirá esta senhora?
                 Podermos atentar na vida da nossa senhora Terra, é uma regalia que Deus nos concede,  com a riqueza só perceptível após alguma sabedoria que a vida nos tenha acumulado. Observem por exemplo e com atenção, esta foto que a doutora Helena Duarte  publicou no facebook, foto da foz da Ribeira Grande, em Odeceixe. Em baixo, a ribeira, com azuis variados e num remanso de calmaria serena da sua água buscando a foz vizinha. Na margem esquerda, na última grande curva da ribeira, a rocha aflorando numa faixa nua e negra pela proliferação de algas, musgos e líquenes minúsculos, encimada por outra faixa de rocha mais branca pela ausência de vida e marcando em linha mais ou menos sinuosa, a transição para a vida vegetal, aí começando os verdes, em maciços mais os menos densos, numa vida rasteira que se adivinha crescendo para formas mais superiores, arbustivas. É então, pela encosta acima, uma sinfonia de verdes, entremeada aqui e além por algumas rochas ainda não vencidas pela invasão vegetal. E na outra margem, o banco de areia imaculada, corando ao beijar a ribeira que segue a caminho da frescura das ondas do mar. E muito vaga e imprecisa, ao longe, algum casario que não mancha a paisagem.
                  Agradeço que caminhem até lá, sentir-se-ão mais felizes.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

               Ainda se diz "o homem é um animal político. Não quero ser político quer ser animal racional e pretendo continuar a ser homem. Cumpro os meus deveres políticos, embora não concorde com o sistema político em que nos envolveram as sucessivas gerações de governos apóa o 25 de abril de 1974. As mais antigas democracias exitentes depois de Cristo, não nos têem servido de lema nem de exemplo. Não considero o nosso sistema político como uma democracia. Porque o meu voto é disfarçado, distorcido, deformado pelas regras da nossa constituição. Eu, tu e todos nós, portugueses, não votamos em quem escolhemos, votamos nos que os chefes dos partidos escolheram para inscrever nos boletins de  voto. Por isso, é provável que deixe de votar. Ainda não o fiz por pensar que é isso precisamente o que querem os chefes dos partidos. Que sabem que os fanáticos, votarão sempre e que mesmo não sendo maioria serão governo, mais tarde ou mais cedo. Ou em alternativa, porque a maior parte dos votantes está pouco informada e náo pretendem informá-la melhor. Tantos que estão lutando por um serviço público de televisão mas os mesmos nunca os vejo lutar para melhor informação política, sobre o modo de eleição dos que se apresentam nos boletins de votos e sobre outros pontos muito importantes. Na economia, na saude, na justiça, na assistência social.
             Dizem que combateram o analfaberismo depois do 25/4/1974. E agora, 38 anos depois desta data, depois de delapidarem os recursos de Portugal nessa data, 800 toneladas de ouro, outro tanto em moeda estrangeira, uma marinha mercante  com dezenas de navios de carga e passageiros, e agora ? temos pouco ou nenhum amalfabetismo, mas talvez menos gente que consiga pensar antes de votar.
             Porque a informação é quase nula.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

A economia baseada nos nossos recursos

                E os factos continuam a demonstrá-lo. Mantendo o sistema actual e o actual paradigma sobre o dinheiro, caminhamos cada dia para maior pobreza. Os governantes teimam em não ver que não podemos continuar na economia, sem tentar um novo sistema. A economia basreada nos recursos próprios e não no dinheiro terá de ser tentada mais cedo ou mais tarde . Doutra forma, neste sistema actual , a pobreza irá sempre aumentando com as crises sucessivas. 

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Série documental Aurora

                  Leram ou ouviram os dois programas editados da série documental Aurora? ("dinheiro à grande, dinheiro à portuguesa" e "Portugal de todos: a lógica de uma nova economia"). Se leram, divulguem, opinem, contrubuam com as vossa ideias; se não leram, procurem na internet ou no facebook, os títulos que indiquei acima, entre parentesis ou em "série documental Aurora".
                  Há que começar a libertarmo-nos do paradigma do dinheiro!

Pensando e rindo

             Podem,se tèm prazer nisso, usar alguns tecxtos ou frases do que publico neste blog. Pode ser que dessa forma aqui contribua para os escritos de algum génio ainda desconhecido. Por outro lado é uma prova de que leram alguma coisa de minha lavra, o que me agrada. Não há problema com isso não porei processo, ao preço a que estão as custas...E até me desagrada pensar nisto e ocupar espaço, mas,sendo uma das poucas coisas gratis neste mundo o espaço que ocupo, aqui deixo êste anúncio.
             E vou pensando. E rindo.
Não se preocupem.Na eternidade não se formam rugas.

domingo, 26 de agosto de 2012

Talvez

                 A morte só é importante para os outros. Para nós, é um passo, um acontecimento, uma data, sem qualquer valòr, porque ninguem a pode comprar, imprevista porque nem os suicidas sabem quando vão morrer, certa até hoje, porque vemos que chegou a todos os que por cá passaram, incertta para todos porque podemos morrer por qualquer causa. E é argumento para a coragem porque todoa pensamos, perante o perigo, que podemos morrer de qualquer coisa e que só se morre uma vez.
                 Talvez.
                  Será que o podemos confirmar?

Acontece

              A rapariga pegou numa espiga dourada, prenhe de grão, de haste delgada, muito curta e roçou-a de leve pela mão. Lembrava-se da viagem de núpcias, o marido em Florença fizera-lhe uma carícia semelhante com a pena duma pomba que pousara pouco antes no parapeito da ponte sobre o Arno. O rio, naquele dia de primavera, passava caudaloso, imenso, invadindo as margens com a água do degelo dos Apeninos. O marido desaparecera cincoenta anos depois dêsse dia, para a parte incerta para onde ela tambem desapareceria qualquer dia. As lágrimas escorriam-lhe pelo rosto, quase tão caudalosas como a água dos Apeninos, engrossando com a saudade, tremendo com a incerteza, cheias do sentimento perene que a invadira para sempre.
             Cincoenta anos nao apagam o amôr.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

outro estilo nestes meus versos...

Quando sinto este impulso estranho
Que impele todos os meus sentidos numa mesma direcção
Sem pensar na rima, na gramática, nas combinações
Que fogem ao estilo, à métrica, à matemática. ou à estranha fórmula
Que regula ou desregula, desta maneira implacável
Tudo o que aqui se passa ou que não passa
Fica a pairar, como um arco iris múltiplo,
Que me perturba e confunde o sentimento e a razão,
Esta dúvida: não saber se alguém nos comanda a vida.   

continuando a quadrar....

vivo ,vivo, vou vivendo
náo me inporta a condição
aos costumes não me rendo
nao quero perder a razão.

dizem que a vida é  bem curta
penso que não é verdade
a mim ninguém me furta
o tempo da minha idade

se nalgum dia tu leres
os versos que eu te ofereço
para mim não são deveres
é um prazer que agradeço 

domingo, 19 de agosto de 2012

Duas quadras eu vos dou


Daquêle que por ti passa
Não penses nem digas mal
Jamais te tocou a graça
De bem julgar um  igual.

Costumas dizer patranhas
Assim te fazes  notar
Quem conheça as tuas manhas
Não te pode  elogiar

Seguimos vivendo

                 E seguimos vivendo. Seguimos preparando o nosso futuro noutra vida, seguimos vivendo dentro do acaso, seguimos vivendo para perepetuar a espécie? Não acredito que seja êste o objectivo desta vida. Se assim fõsse, quando acabássemos de perpetuar a espécie, desapareceríamos mais ou menos encantados, mais ou menos resignados.. O zangão após fecundar a abelha mestra, morre. Connosco, pelos vistos, não nos acontece o mesmo. Além disso, não seria compreensível a obra que a mulher e o homem deixam, o que escrevem, o que dedicam, o que ajudam. Perante a infinidade do tempo parece ser difícil que exista outro planeta com gente evoluida. Mas porque razão não podem existir outras vidas em condições muito diferentes de clima, de atmosfera, ou até noutra dimensão que as mantenham invisíveis e inaudíveis para nós?
                  Admitamos que dificilmente existirão outras vidas no universo e nesta zona do tempo. Mas não tenhamos a estultícia de afirmar que somo os únicos.

sábado, 18 de agosto de 2012

Ainda o IVA

              Os senhores do governo do nosso país continuam procurando uma solução que permita que o "deficit" não atinja valores elevados, acima dos 4,5% do PIB. Quando a solução é fácil, exequível e de resolução pouco demorada. Mas parece que querem seguir outra via, a actual, para a cobrança do IVA. Torno a dizer: adoptem solução semelhante à do Chile onde ninguém foge a tal imposto. Nem os cigtanos nem os chineses nem os índios tentam escapar. Lá, o comércio paralelo, o comércio de rua está perfeitamente controlado. E cá? Com processo semelhante arrecadariam por cá mais 40 a 50% do que arrecadam actualmente.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

A fundação Chanpaliimaud

               A fundação Chapalimaud, uma obra notável, ainda pouco conhecida, herança de Chapalimaud que em boa hora resolveu legar quinhentos milhões de euros para essa fundação. Trabalham ali dezenas de investigadores nacionais e estrangeiros, com um objectivo principal incidindo sobre o cancro. A boa gestão dos recursos legados vai prodizindo  resultados sensacionais.
                Porque  não surgem mais legados como êste?
                Êste, que representa uma das poucas utilidades do dinheiro.    

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Sobre os nossos antepassados

               Não é por acaso que aqui estamos. Milhões de factos, de acontecimentos, de impulsos, de decisões, de recusas, de projectos contribuiram para que aqui estejamos. Pouco descobriimos disso, ninguém descobriu até hoje o imenso "curriculum" das suas vidas, desde o tempo dos dinossaurios até qualquer dia da sua vida. Ninguém  pôde ou poderá observar os milhares de "dossiers" com a vida resumida de todos os seus antepassados desde aqueles anos passados em que o homem evoluiu para a condição de "homo sapiens". E o que me admira é que raras são as mulheres ou os homens que, de geração em geração dediquem uns minutos de vida a organizar êsses "dossiers" para os descendentes.
                O conhecimento do que foi a vida dos nossos antepassados raro passa da vida dos nossos avós ou bisavós.Eu ainda conheci a minha bisavõ Maria Josefa, a mãe da minha avó materna. E dos outros meus quatro bisavôs e três bisavós, muito pouco sei. Dos dezsseis trisavôs e trisavós, nada, nem um retrato, uma carta, uma história.
                Ainda não há muitos anos, vendiam-se nas farmácias rebuçados para a tosse do doutor Ramos, irmão daquela milnha bisavó que eu ainda conheci na sua casa de Lagôa. Uns rebuçados de eucalipto, verdes, de sabor muito agradável, embrulhados em papel ligeiro com a efigie dêsse meu tio bisavô.. E cheguei a conhecer a sua fotografia, na casa das Sesmarias, Carvoeiro, casa dum outro seu bisneto, arquitecto formado na Bélgica,´hoje já falecido.
                 Gostaria de conhecer muitas histórias na vida dos meus antepassados.Alguém que conheça algumas, por favôr relate-as.  

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Partir uma pedra

            Nada se passa, mas procuro entrar dentro da realidade e descobrir algo diferente, distinto, por fora  do evidente, não desprezando o que a mente me proporciona como possível, sem esvaziar por completo  o balão do desconhecido, que nunca se sabe o que contem: se apenas ar ou se está cheio de inesperado, abarrotado do que se evita por descontentamento, ocupado com mistura do imprevistos,  desprezados, de abandonados pelos ignorantes. É muito fácil descartarmo-nos das responsabilidades de análise, da observação criteriosa, se necessário até microscópica, porque aí poderá residir a fortuna dêsse acaso inesperado. Porque muitas vezes de dentro do que se despreza surge a fortuna, seja a fortuna material seja a fortuna das idéias. Ou seja ainda a fortuna do desconhecido, do desprezado, do abandonado, do inerte com ar de pedra sem valôr.
            Porque só quem partir uma pedra saberá o que ela contem. 

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

             Para colaborar na eliminação do paradigma do dinheiro, inscrevam-se no ZEITGEST. Esta organização tem por objectivo incentivar a  gestão dos recursos como forma progressiva de  conseguir ellininar êsse paradigma. Visitem o " site" Aurora, e os dois programas recentemente apresentados: "Dinheiro à grande, dinheiro à portuguesa" e  "Portugal de todos: a lógica duma nova economia".

sábado, 11 de agosto de 2012

Êste abandono

            
Nos quatro dias passadas abandonei o meu gosto pela escrita
E, no meio do verão, tenho  tantos remorsos
Como se tivesse abandonado um cão criado de pequenino.
Não dou as desculpas do costume, a familia, os afazeres,
Alguma sensaboria ou êste calôr do vento sueste, algarvio,
As traquinices dos pequenos e dos grandes
As intrujices do costume, para justificar os meus pecados.
Tenho dado largas à preguiça, cuidando bem doaparelho de ar condicionado
Deixando o seu ar fresquinho passear pelo meu peito
Sem pretender pouco mais que aproveitar essa tecnologia.
Não recordando muito do que me dá grande prazer,
As linhas que alilnhavo no meu blog e que sempre encontro
À espreita, escondidas no biombo da  minha fantasia.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

A vaidade

           A vaidade é uma caracrerística de muitos indivíduos, uma característica que o próprio nunca sente como defeito, mas que sempre reconhece como uma qualidade pouco exemplar no carácter doutros. Para exprimir isto existe ums palavra que não me ocorre. Talvez fatuidade, talvez presunção. Não é petulância, não é descaro, não é prosápia, embora com um pouco ou um muito dêstes atributos.
            A nossa língua tem uma riqueza que nos ajuda na precisão do discurso.

domingo, 5 de agosto de 2012

E a mulher e o homem, vão evoluindo?

       Não me parece, se posso dar um parecer nada exigindo como consultor, que os bípedes masculinos que  vejo habitando o nosso país, sejam os representantes duma geração evoluida. A não ser alguma ou algum com cromossomas provenientes de parentes doutros países, a India incluida.
       Se se confirmar no futuro que o ambiente tem influência marcada na evolução da mulher e do homem, então talvez não seja bem assim. Nõs, os portugueses temos hábitos satisfatórios, a sesta, o desenrascanço, a confiança no futuro quando tudo corre às avessas, a fraca memória para as obrigações, a descontração perante o desconfôrto, e outras qualidades ou hábitos, como êsses, muito salutares e exemplares. A portuguesa e o português que não tem outra solução senão a de emigrar para ganhar o pão dêle de cada dia, perde muitas dessa qualidades, passa à categoria do tipo de mulher ou de homem trabalhadores, certinhos, poupadinhos, pontuais atentos e obrigados. Perde assim muito do que tinha antes e pouco poderá evoluir, fica sempre quase na mesma. Vem cá uma vez ou duas por ano, deixa uns tostões à família e aos comércios locais e volta cheio de fé para os mesmos vícios. Há mais de quinhentos anos que os portugueses emigram. E os génios,  só  aqui continuaram s surgir sem que nenhum emigrante nêsse meio milénio passado regressasse em glória, apontado e recebido como um génio.      
         E a história oficial ou  o dr. Hermano Saraiva nalgum dos seus programas  que nos ofereceu durante trinta anos, tê-lo-iam referido em várias páginas.  
        Emigrando não seria provável que evoluíssemos.

sábado, 4 de agosto de 2012

Uma nova mulher

            Na evolução da mulher, há indícios frequentes, factos notáveis e consequências evidentes de que dentro de pouco tempo, (um milénio, no tempo, quase nada é), aparecerá uma nova mulher que será classificada na evolução dos bípedes que habitam o nosso planeta, como a mulher super-sábia, a mulher excelente ou outro epíteto de melhor ou pior designação.
             Essa nova mulher, nascerá como todas as das gerações anteriores mas pussuirá características diferentes, umas provenientes duma lenta evolução nos anos anteriotes, outras surgidas repentinamente, duma geração para a seguinte. Mas daí eem diante, bem definidas no ADN dos seus cromossomas.
             A nova mulher distinguir-se-á, pouco após a nascença por características bem marcadas em comparação com a mulher anterior. As suas manifestações de alegria e de dôr serão opostas às conhecidas para a mulher do século XXI, as actuais. Quando apareça o riso na face duma nova mulher bébé, o siginficado será diferente: se fôr apenas um sorriso terá o mesmo significado que actualmente, é contentamento, é o princípio da alegria. Se fôr uma gargalhada, significará fome, mais que uma gargalhada, acompanhada por lágrimas, significará dôr, E, se ao sorriso se seguir uma expressão séria, tal atitude significa adesão e alegria perante quem o encara.
             Anotem bem os gestos e as expressões dos vossos bébés e verifiquem que já se nota uma evolução. Com frequência aparecem bébés que não choram quando sofrem uma agressão. Nós, os "homo sapiens" é que não  compreeendemos muitas vezes, as suas gargalhadas.Aliás há muita gente na Terra que sorriem quando estão zangados e vertem lágrimas quando estão alegres.
             As mulheres dêste século, num estadio da evolução mais adiantado que os homens, compreendem muito melhor as manifestãções de agrado ou desagrado das suas crianças.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Uma classificação

            A mulher, encostada à sacada da "marquise", conversava em tom desdenhoso com o marido de feições resignadas, descansando na cadeira de plástico. Ouvia-se o diálogo em baixo, na rua, entrando no silêncio. Apanhei as palavras que caiam do meio da discussão:
               - ... e tú, Joaquim, pareces parvo, deixas-te enganar, pareces um boneco ou um palhaço!
               - Vê lá o que me chamas, olha que eu..
               - An,.olho o quê, se olho para ti só vejo o que não gosto...Careca, e um nariz...
               - Que é que tem, que é  que tem o meu nariz?
               - O que tem ? Parece um promontório!
              
                

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Entre os afazeres caseiros

            Entre os meus afazeres caseiros e outras obrigações diárias, vou lendo alguns livros numa leitura desbragada, como diz uma nossa filha. Tenho uma biblioteca, ou antes tenho uma data de libros em prateleiras, sem classificações nos dois  ficheiros que ali repousam ao lado das estantes e que são a memória dum antigo e exemplar trabalho. Por duas vezes classifiquei todos os livros por títulos e autores mas a minha companheira, que não se importa com a ordem dos livros, encarrega-se de os devolver às prateleiras tendo o cuidado que fiquem bem colocados mas atendendo ao seu estado, ás còres das capas e ao prazer obtido pelas suas leituras. É uma forma simpática esta, de os arrumar e classificar dêsse modo. Assim, um livro já idoso, vai para uma prateleira mais modesta. lá para o interior ou segundo andar da vivenda. Outro, de còr pouco preferida ou ainda outro que a maravilhou, fica sempre em frente dos narizes na primeira ou segunda prateleira, as de honra. Porque não gosta de policiais, êsses, se descansavam  em bom lugar, há tempo que  o perderam.
            Mas, o que constatei após alguns anos, é que o processo de arrumação da minha companheira, resulta que é bom, tenho de o confessar. Sobretudo porque, sempre que procuro um livro, tenho de percorrer, buscando-o, várias prateleiras. O que tem a grande vantagem de que passo os olhos pelos títulos de muitos, lidos há tempos. Nessa altura sempre encontro algum, já esquecido,que me interessa lêr de novo.
            Raramente as nossas consortes erram nas decisões sobre o dia a dia.
            E também por isso continuamos a bem partilhar as nossas vidas.           

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

O que os netos nos ensinam

             Os netos, eu bem sei, podem ensinar-nos muito. Do que me lembro, aos meus devo lições:
                 - De aprender e compreender o que êles querem.
                 - A respeitar as suas ansiedades.
                 - A oferecer-lhes surpresas agradáveis (para as desagradáveis,basta-lhes a vida).
                 - A ensinar-lhes de tudo um pouco,mas de que gostem.
                 - De como ensinar-lhes a.suportar coisas molestas, insuportáveis.
                 - De aprender a maravilhá-los com o que acontece.
                 - De compreender e esquecer algumas inconveniências,respeitando a originalidade.
                 - E, além de muito mais, de aprender a ser paciente e a gozar a sua companhia.
              Com os meus bisnetos, vou decerto aprender muito mais.

Para resolver o problema do "deficit" ou a confusão dum secretário de Estado

                Numa explicação muito confusa e pouco precisa um senhor secretário de Estdo das finanças, na televisão pretendeu explicar-nos a benesse concedida ao pôvo português duma parte do IVA pago pelos contribuintes. Consultei a internet e, por essa norma, penso que em decreto, quem paga um refeição num restaurante, uma reparação num oficina, um corte ou arranjo de cabelo, tem direito a deduzir cinco por cento do IVA pago no IRS. Mas tal dedução não poderá ser superior a 250 euros. Assim, segundo entendi, se na factura do que paguei na oficina, estão incluidos 25 euros de Iva, tenho direito a descontar no IRS cinco por cento de 25 euros, ou seja, 1, 25 euros. Reparem como esta medida é improfícua, inútil: se o dono da oficina nos pergunta se queremos factura e dizemos que sim, é quase certo que nos responde: com IVA incluido custa-lhe 13O euros. E então como o IVA pago, relativo aos 130 euros é de 24 euros e estes nos darão um desconto de apenas 0,05x24= 1,2 euros no IRS, resulta que se quero factura e recibo com IVA, (despesa que não poderei apresentar para desconto no valor declarado para efeitos de IRS) resulta que fiz um péssimo negócio: pago 30 euros  mais na oficina quando apenas pagaria menos 1,2 euros no IRS. Evidentemente que não o devo fazer mas quantos não o farâo?
               Se querem evitar que quase ninguém deixe de declarar o IVA das suas vendas, eu sei como é. Não é segredo nenhum, basta saber como o conseguem no Chile desde o tempo de Pinochet, e até hoje. E isso é uma das razões porque ainda mantêem o IVA a 16% naquele país. Em seis meses estabeleceríamoa aquele sistema. E teriam o problema do "deficit"  resolvido.
                Porque não o fazem?            

Subordinados e inimigos

          O meu Pai, um conversador muito apreciado, nas refeições de família, referia-se muito, pelo meio das suas histórias, aos subordinados e aos inimigos. E, nas primeiras aulas de português do segundo ano do curso de liceu, grande foi a minha admiração quando o professor se referiu às orações subordinadas adversativas. Na minha inteligência ainda pouco desenvolvida custava-me a entender e aceitar que duas orações podiam ser subordinadas e ao mesmo tempo adversativas, contrárias , opostas, adversárias, inimigas, só assim o explicava o mestre. Ora o meu Pai, o meu Deus lá em casa, é que falava certo, um subordinado não podia ser inimigo, um subordinado obedece ao seu superior, um inimigo só obedece ao seu superior.
           A grande diferença é que o meu Pai, para explicar o que dizia, contava histórias que todos percebíamos, o professor de português apresentava-nos palavras, tais como subordinado ou como adversativa, apenas nos dando os significados respectivos. Só até aí chegavam as suas lições.
           E nas aulas de história passava-se o mesmo. O professor lia o livro de história adoptado nesse tempo, uma sucessão árida de factos, datas e acontecimentos sem qualquer história ou desenvolvimento, interessante para alunos adolescentes, dêsses factos.
            Por isso o professor Hermano Saraiva, falecido há poucos dias, será sempre recordado. Conseguiu, pelos seus programas na televisão, durante mais de trinta anos, despertar em muita gente desde analfabetos aos mais cultos, conseguiu despertar ou aumentar  o interesse pela nossa história, pela história de Portugal. Um arquivo valiosíssimo de programas  que decerto serão muito recordados e retransmitidos no futuro.