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sábado, 31 de dezembro de 2011

A lebre e o cágado

(Um texto que apresentei num curso de literatura em 2011)

A legre mangava com o cágado,
De vagaroso o chamava,
Lerdo e lento o apelidava
Mas o cágado, esperto e ladino
Propôs à lebre uma corrida
E o vencedor receber, pela vitória,
Mil reais, nada menos, nada mais.

Dado o sinal de partida
A veloz e vaidosa lebre
Deixa o cágado ir,com vagar,
Sorrindo o vê caminhar,
Lerdo e lento para diante
E em bom descanso ela inicia,
Sem se perturbar, um bom sono.

Caindo em bom torpôr
Povoado de bons sonhos
Ao fim de mais de três horas
Acorda, lembrando a aposta.
Retoma então a corrida
E passa veloz pelo cágado
Cinco metros depois da meta.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Chegada a Agola-2

O comboio de Mossâmedes para Sá da Bandeira em 1953 subia a serra da Chela por caminho de ferro de bitola estreita. As carruagens tinham uma largura de dois metros e os passageiros sentavam-se em duas filas separadas por um corredor. As nossas malas e caixotes seguiram numa pequena carruagem de mercadorias e correio.
(O primeiro troço do caminho de ferro de Moçâmedes, 67 quilómetros foi inaugurado em 1907 eo comboio só chegou a Sá da Bandeira( hoje Lubango) em 1923 e este comboio era chamado por "camacouve" até aos anos século passado.)
As sete da manhâ desse dia de Maio de 1953 o comboio partiu da estação de Moçâmedes, cujo edifício ainda se encontra hoje com a mesma fachada que no dia da sua inauguração. Os primeiros sessenta ou setenta quilómetros, pelo deserto de Mossâmedes, foram percorridos em andamento moderado, 40 no máximo 50 quilómetros por hora, valocidade que depois foi diminuindo à medida que a subida da serra era mais e mais íngreme, até que chegámos, já passado o meio dia, a Vila Arriaga, onde almoçámos perto da estação e retomamos o comboio uma hora depois.
Na subida para o Lubango sucederam-se as paragens, mais ou menos demoradas para que a caldeira da locomotiva atingisse a pressão necessária, ou para tomar água. E saíamos do comboio para descançar as pernas. Haviam-nos dito que, quando a lotação era completa, por vezes os passageiros tinham de acompanhar o comboio a pé, nos troços mais íngremes, o que devia ser verdade : naquela viagem e nas duas carruagens de passageiros, seguiamoa apenas oito pessoas, quando poderiam viajar mais quarenta.
E, às vinte e uma horas chegamos finalmente - quase dentro do horário - ao Lubango.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Chegada Ángola-1

Após vinte e um dias de viagem o "Uige" aportou a Mossâmedes numa manhã de Maio de 1953. Levantamos a mala de porão e os caixotes onde levamos alguns presentes do nosso casamento,o capacete colonial, a espingarda vinte e um longo, um faqueiro e serviço Vista Alegre, copos embrulhados em muitos jornais, bujigangas diversas. Um taxi levou-nos á estação de caminho de ferro, comprámos os bilhetes para Sá da Bandeira(hoje Lubango), deixamos os nossos bens no armazem e caminhámos pela cidade. Um desconhecido, homem dos seus trinta anos,falou-nos na rua principal, tinha-nos visto sair do "Uige", no porto, perguntou-nos donde éramos, em Portugal.Quando eu lhe disse que vinha de Portimão, alegrou-se: "eu sou de Lagôa"-disse, e quando eu lhe referi que tinha família em Lagôa, os Ramos, "conheço muito bem essa família", conversa puxa conversa, convidou-nos para uma caçada à noite, no deserto de Mossâmedes. Aceitámos, claro. "Mas, senhor Espinha temos de estar na estação às seis da manhã!" e ele, entusiasmendo-nos,"não há problema, dormirão tres ou quatro horas, não perdem o comboio, às cinco passo pelo hotel e acordá-los-ei".
Foi o nosso primeiro contacto em Angola e a primeira revelação do caracter amistoso, solidário e colaborante das gentes que viviam naquela zona de África.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Excursão

Aguardávamos com ansiedade, não sabíamos ainda o que era a ansiedade, era aquela espera por um acontecimento que sabíamos agradável, nas nossas vidinhas. Não sabiamos ainda classificar o que esperávamos com ansiedade e com alegria, não lhes dávamos qualquer nome dos que conhecíamos para os sentimentos. A expectativa dos castigos, das más classificações nos fins dos períodos, dos tabefes em casa ou nas guerras com os camaradas, essas espectativas, as desagradaveis, passavam por nós com pouca antecedência da sua concretização e não deixavam resquícios, recordações.
Naquele ano do colégio contemplaram-nos com duas excursões. A direcção alugava um carro elécrico da "Carris", um daqueles maiores e onde cabiamos todos os das duas turmas do terceiro ano. Na primeira fomos ao museu dos coches, em viagem directa. Lembro-me que o 82, um dos companheiros na nossa mesa de quatro no refeitório, lembro-me que ele fez inúmeros comentários, "cá vamos cantando e rindo, temos a honra de inaugurar nova carreira de "eléctricos" do Largo da Luz ao Dafundo, com paragem no museu dos coches e saida obrigatória sem direito a fazer chichi", ou então "olha aquela varina, leva peixe espada e carapau do alto!" e ao passarmos pelo Terreiro do Paço "olhar à esquerda,o D.José a cavalo, toda a gente tira o barrete!".
Acompanhava-nos um tenente, homem dos seus vinte e oito ou trinta anos, sempre bem disposto e que, dentro do museu, para amenizar a tristeza do ambiente soturno, o cheiro a velho que todos sentímos lá dentro, e o silêncio que nos calava, das carroças antigas, parecia-nos que a todo o momento aparecessem fantasmas das almas das realezas que percorriam as estradas doutros tempos, naquelas carripanas. Então ele, na falta de melhor cicerone, contou-nos várias histórias, verdadeiras ou não, nunca me interessou sabe-lo, algumas fizeram-nos rir, amenizando o silêncio sepulcral que ali pairava. "Olhem,meninos, neste coche um rei ao descer caíu e partiu o nariz ainda aqui estão no estribo restos da nódoa que o sangue dele deixou", "mas oh meu tenente, então isso já se passou há mais de cem anos e ainda está aí a nódoa?", "oh 327, o sangue de rei prega nódoas muito fortes" e assim calava os comentários mais atrevidos.
Sabia pouco de coches mas sabia bastante de história.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Bem, minha amiga...

A rapariga agarrava-se à correia pendurada no tecto do autocarro "mas ele afinal p'ronde é que foi, não ssbes?","olha Fernanda, desde aquele dia em que estivemos os dois contigo a tomar uma bica que nunca mais lhe pus a vista em cima", "Fátima, o Artur estava tão alegre, eu nem olhei pr'a ele já sabes que sou tua amiga, mas ele só parecia querer ser simpático!","pois, pois Fernanda, eu bem vi os lhos que ele deitava para as tuas mamas, até aproveitou quando se assoou p'ra mexer a cadeira e encostar-se mais a ti","olha Fátima eu não dei por nada, aliás era a segunda vez que o via nem se quer reparei nas calças que trazia, mas lá que vinha bem vestido isso vinha!","sim Fernanda, eu bem reparei como sorrias para o tecto da pastelaria, passando pelos olhos dele","Fátima já te disse que o tipo não me interessa, mas se queres saber até náo é nada p'ra deitar fora, não é nenhum disparate, á alto e bem constituido..:", "vês, Fernanda, afinal tambem reparaste nele como aquela lambisgoia que estava na mesa ao lado da nossa e que só lhe olhava o pescoço e o que estava p'ra baixo, só faltou dar-lhe os bons dias!"," oh Fernanda, não me digas que t'ás com ciumes, o tempo não está p'ra essas coisas, o que te digo é que deves tomar cuidado com ele, o tipo é insinuante e diz umas coisas bem bonitas de se ouvir".

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Não me preguntem

Não me perguntem pelos fins
Pelos meios, nem pelos quartos às escuras
Nem me façam perguntas idiotas
Às quais eu não quero nem sei responder
Dêem-me seja o que for,
Que me vire a vida do avesso
Para ver o que lá tenho, o que lá conservo.
Como eu queria, em menino
Ver a outra face da lua
Que o severo professor
Dizia que estava sempre,sempre
E sempre às escuras.
Eu não acreditava
Na minha ingenuidade
Podia lá acreditar.

Por isso, um dia
Ele deu-me uma nota baixa
Porque eu lhe perguntei
No meio da sua lição,
Quando tinham apagado a luz
Do outro lado da lua.

Célia!

Célia! a empregada domeéstica cortava batatas, nabos, chouriço, a carne aos bocados,os filhos em férias enchiam-na de preocupações,o marido no trabalhosafara-se aos despsdimentos na fábrica e os dois filhos em casa era uma preocupação, a televisão avariada, com q'é que se iriam entreter, lá estava a patroa com as recomendações do costume, sempre as mesmas recomendações, veja lá Célia a última vez que fez o cozido cheirava a bispo, mas o senhor arquitecto, dona Bábara, o senhor arquitecto disse que estava melhor que o da semana passada, ora Célia se não foi o cozido foi outro prato, já não me lembro,ela já disse o que lhe deu na veneta e agora vai gabar-se ao marido que o cozido hoje está como ela queria,eu q'aqui em casa há dez anos nunca deixei queimar nada e ainda por cima sou eu que tenho de pagar a caixa, faço a cozinha, engomo, limpo os quartos todos, aspiro, gasto uma esfregona por semana e ela a poupar na solarina pr'ás pratas e no detergente pr'ás carpetas.
Célia!

Amor

Mais que um fogo
Que transforma chamas em reflexos de exaltação
Mais que uma força
Que cala as palavras dos segredos que nos calam
Mais que um arrebatamento,
Uma tentativa que a garganta prende
Mais que um pasmar
Perante quem amammos
Mais que as palavras
Balbuciantes que nos sufocam
Mais que partir,
Ficando e sentir a tentação.

Quem serás tu ?

Quem serás tu, que lês estes meus versos?
Serás redonda, quadrada, heterosexual,malandro, corrupta, leal?
Abrupta, medonha, de pedra ou sensual?
Vives na vida, na água, no vento?
Trazes o ar da serra?
Os gemidos das flores arrancadas?
O som da brisa que passa naquele lago?
A chama duma saudade que é tormento?
O riso da criança que já foste?
A esperança que paira no meu pensamento?

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Como eu gostaria

Gostaria de escrever poesia sem ser poesia
Nos cânones habituais destas escrituras,
Uns versos sem defenição, sem título,sem estilo,
Sem me subordinar aos preceitos, ao bonito, à rima.

Defenindo pelo tosco o que sinto de indefenido
Apenas ostentando um título inexistente,
Provocando-me sempre sensações impreceptíveis
Com o meu estilo próprio, inqualificavel, incapaz e ausente.

Servindo-me dos enredos, das confusões, do caos,
Cantando os desiquilíbrios,as tentações, a estática,
Sendo apreciado por ignorantes, por iletrados, por analfabetos
E até por verdadeiros apreciadores de matemática.

Os meus versos

Os versos que estou publicando neste meu blog, são de minha autoria. Se transcrevo versos, frases,ou artigos que não foram criados por mim sempre indiquei e indicarei o seu autor,e porei aspas antes da primeira palavra e antes da última transcritas.Por exemplo:
"Entre leigos ou letrados,
Fala só de vez em quando.
Que nós, às vezes calados,
Dizemos mais que falando." (De António Aleixo)

os meus feitos gloriosos

Que quantidade de heróis â minha volta!
Somos um nobre povo de grandes façanhas
Oiço os da minha idade relatarem as maravilhas
Do quefizeram, do que exploraram, do que conquistaram,
Enaltecendo, sem qualquer dose de vergonha,com sorrisos manhosos
As malandrices, as partidas, as trapaças
Que cometeram há muito tempo, sempre há muito tempo atrás
E por vezes só como acções de grandes mariolas.

Mas eu, aqui declaro,aqui o exponho e aqui o deixo
Bem afirmando a quem me lê, ou a quem me queira ouvir,
Que de feitos gloriosos tenho nada
E de malandrices, trapaças e partidas,
Que meti debaixo do tapete do meu passado,
Tenho muitas, algumas bem dificeis de confessar,
Muitas que as perdas da memória e dos sentidos
Me ajudam a esquecer sem eu querer.

Todavia, portque o nosso cérebro é resistente
Resistindo a um milhão de pancadas variadas durante a vida,
Tenho uma memória que não esquece facilmente
Alguns feitos do meu passado mais distante
Que nada me enaltecem ou me maravilham
Nada têm de glória ou de elogio,
Com frequência bem dificeis de confessar
E que nada mais são que lixo pouco facil de varrer.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Carta ao menino Jesus

Menino Jesus:
Tu, que todos os anos trazes aos meninos as prendas que a tua bondade infinita espalha,
Deixa-lhes também na alma o gérmen da bondade;
Tu, que todos os Natais não faltas com os teus guindastes, camionetas e comboios da tua generosidade;
Deixa-lhes também no espírito a semente da boa vontade;
Tu, que todos os dezembros lhes ofereces as belas Brancas de Neve, Pompadours e Antonietas,
Lança-lhes também na mente o culto, o hábito e o respeito pela beleza;
Tu, que todos os invernos lhes repartes os albuns, os livros e as colecções,
Mete-lhes no sangue também o vício da cultura, o prazer da sabedoria e o desejo da rectidão;
Tu, que lhes pões nos sapatos as bolas, os patins e os jogos,
Dá-lhes igualment as tendências para a lealdade, para a honestidade e para a virtuosidade;
Tu, que és pródigo noa papagaios, macacos e palhaços,
Ensina-lhes também a moderar a palavra, a condenar o plágio e a conhecer o ridículo;
Tu, que lhes deixas as fábulas, as narrativas famosas e as histórias valorosas,
Ensina-lhes compreender a verdade, a coragem, a dignidade e a honra;
Tu, que te tormaste no maior de todos os homens,
Faa de cada um deles um HOMEM.
(Alberto Quadros)
(publicado na revista "Egoísta", nº 18, de Março de 2004)

Declamando, debaixo do chuveiro

Vakha.me Deus, atenção
Não invocar o samnto nome de Deus em vão!
O ameu roupão já está curto
Serjá que estou voltando a crescer?
Querias,
Cheura, cheira, às favas com chouriço.
É a idade,
Não me tira o apetite
Raio deste sabonete
Que é mais escorregadio
Que um político comprometido...
Nem me lembrei de trazer
Papel higiénico pr'a cima.
Não gosto deste cheiro a fénico.
O meu amigo Manel
Tem um irmão especialista
Com o curso de economista
Ele diz: p'ra comprar um Rolls-royce
Não dá ao canário a alpista.
Maldita aquela gaivota,
Tanto larga as cagadelas
Um cima do9 meu automovel
Como em cima dum prémio Nobel
Enfim, não é hábito nem mania,
É a plena democracia !

Declamando, debaixo do chuveiro

declamando, debaixo do chuveiro

declamando, debaixo do chuveiro

declamando, debaixo do chuveiro

declamando, debaixo do chuveiro

Prática da vida

Pratico esta coisa da vida, estou nesta coisa da vida, passo por esta coisa da vida como se se tratasse duma caminhada por caminho fácil. Sem grandes escolhos, sem grandes problemas, sem acidentes de maior. Somos meninos não sentimos passar a vida, somos jovens não sentimos que a vida passa por nós, chegamos a adultos, desprezamos a vida.
E quando chegamos a uma idade em que conseguimos pensar um pouco na vida, a vida troça de nós.
E, se somos capazes, se o merecemos,se não duvidamos, só nos resta sorrir.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Classe média alta

As cortinas agitam-se deixando a espaços a luz límpida desta manhã de dezembro entrar pela sala adentro iluminando a poeira levantada pelo aspirador que a Amélia vai levando a todos os cantos.
A família reunira-se no dia anterior,num jantar ruidoso, numa mesa comprida onde, filhos e filhas, noras e genros, netos e netas, cumpriam a praxe de jantar nos sábados de cada semana em casa dos pais. Sentavam-se dezoito à mesa, duas vezes por mês arroz de pato, nas outras duas, cozido à portuguesa. Fruta da quinta, vinho do cooperativa e doces que, por força dos costumes, eram as surpresas que os filhos traziam.
O jantar, como sucedia quase sempre, terminara depois das onze, dos cafés, das anedotas mais recentes, das guerras com os netos mais novos para que caminhassem para o vale dos lençois.
Amélia, nos domingos sempre a primeira a levantar-se, na ausência da empregada doméstica,completava nessas manhãs a arrumação da sala,o seu orgulho era sempre recompensado pela boa disposição da família e ausência de reparos das filhas ou das noras, essas críticas femeninas que por vezes nem precisam de palavras - em particular as provindas das noras.
Eram costumes da então chamada classe média alta.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Dona de casa

Esticou o fio puxando uma das pontas e pendurou a roupa lavada segurando-a com as pinças de madeira. O fio formou um grande arco e ela resmungou "raio de fio o vestido já roja no chão". O marido entretido a ver o trabalho dela não resistiu à crítica "então mulher já te esqueceste das catenárias?" e ela continuando o resmungo " qais catenárias vê se te mexes e m'arranjas um arame forte para pendurar as cuecas e as saias e os lençois|" e o marido, implacável: "andaste tu nos estudos e não aprendeste nada, claro o professor engraçou contigo e passou-te administrativamente" e ela, depois de pendurar mais umas calcinhas "olha, Mariano,também tive melhores notas que tu, mesmo com professoras mulheres"ele não queria a derrota e "mas p´raqé que te serviu o curso, não quiseste trabalhar, na quiseste encontrar emprego"e ela "pois, vocês homens nunca dão valor ao nosso trabalho, quando acabei o curso já me tinhas emprenhado três vezes e o que m'entregavas pr'á casa na dava para ter empregada doméstica, alguma vez reparaste no que eu fazia em casa?e tu aqui, meu lindo, era voltares e encontrares os filhos tratados, a mesa posta e as refeições prontas."
O marido, impávido, dobrou o jornal e exclamou:
-Bem, deixa-me ir lavar as mãos, são horas de almoço!