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sábado, 31 de dezembro de 2016

    Entre os problemas e as ciências da célula, itaentretenho-me a escrever versos.
    Versos sem rima, reflectem liberdade.
     O acordo ortográfico é uma atentado à liberdade de milhões que amam a língua portuguesa.
Entre dois automóveis que por aqui passam, a minha amiga palmeirinha já chegou ao primeiro andar do prédio em frente. E agita as longas folhas recompostas, de contentamento por sentir que  o que escrevo  sobre ela.
      Hoje, 31 do doze do dezasseis, vai-se sumindo mais um ano. Ainda ninguém investigou para onde os anos desaparecem.
      A flexibilidade duma gerigonça iguala a relatividade duma coisa mansa. É como um calhambeque que é tão inutil como um pechisbeque. 
Em qualquer lugar se pode encontrar a sabedoria.
      A mulher e o homem, vestindo-se dos pés  à cabeça, num milhão de anos perderam quase todo o pelo, cabelo e juízo..
      Quase sempre, quem parte decidiu o destino e quem chega quase sempre sabe donde veio. Exceptuando as mulheres e os homens de menos de um ano de idade. Todavia, quando nascemos, nenhum de nós sabe de onde veio e durante a vida, para onde iremos quando a vida acabar.
*
Alimentos das células - 4
O oxigénio que o sangue transporta, se for suficiente, chega às células de todos os organismos do corpo. As células utilizam-no para transformar os alimentos que recebem em energia - para se reproduzirem, para transmiti-la a todos os órgãos do corpo, que a necessitam para exercer as suas funções. Todas as células, todos os órgãos do corpo, necessitam de energia..
Dentro das células, o oxigénio entra em processo muito complicado de trocas, oxidando todos os compostos nutritivos auxiliados por processos enzimáticos muito complexos resultando na energia que todos os amimais, em particular os mamíferos, necessitam. Destas reacções, resultam anidrido carbónico e água que o sangue vai transportando até aos pulmões, onde são eliminados através da hematose e da expiração.
   Será portanto, de fácil compreensão, o resultado, o efeito quase imediato de qualquer produto tóxico que ingerimos na alimentação, ou que introduzimos nos pulmões pela inspiração.
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sexta-feira, 30 de dezembro de 2016


Um celibatário ´
Não é um salafrário
É um solitário
Que eu não invejo
Não sou celibatário
Casei, há pouco tempo,
Há umas dezenas de anos
Nunca me senti solitário
Nem que seja salafrário
Quando era celibatário
Nunca recebi salário
Nem me senti ordinário
Nessa outra condição
De não ser celibatário

Nunca me senti perdulário
Que tanto tu me tens dado
Dessa riqueza imensa
Que me enche o coração

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016


 *
Alimentar as células
Não  obteremos de imediato tudo o que a prática da boa respiração pode proporcionar. Os efeitos começarão a sentir-se alguns dias depois, Aqui valerá muito a força de vontade, a perseverança, a teimosia de cada um, para conseguir bons resultados.
No passeio diário devemos exercitar a respiração, insistir nela quando nos deitamos, o que contribuirá para mais depressa adormecermos. Reparem que durante um dia inspiramos e espiramos entre catorze e dezasseis mil vezes. Nada vos custará fazer exercícios de respiração, durante pelo menos meia hora por dia, inspirando e expirando cerca de vezes. Pensem que a recuperação da vossa capacidade pulmonar aumentará a vossa esperança de  vida, todos os vossos organismos do vosso corpo - bexiga, rins, pulmões, coração , pele, ossos, etc. - obterâo para as suas células um melhor abastecimento de oxigénio, (que foi, insensivelmente, diminuindo ao longo da vossa vida),   resultando no futuro, em menos achaques, menos doenças, menos torturas, menos idas ao médico, menos compras na farmácia.
E confirmem o que disse, perguntando ao vosso médico e consultando a internet.
Mas os vossos triliões de células necessitam de outros alimentos, e de água.
Continuaremos num dia próximo.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

*
*
Os alimentos das células - 2
Não pretendo que o que estou escrevendo ou antes, digitalizando no computador, o que recordo sobre alimentos das células do corpo humano, seja um tratado exaustivo sobre o assunto. Estou expondo o que sei e que julgo que é importante para as nossas vidas na Terra. Apresentarei decerto muitas imprecisões, talvez alguns erros, (que muito apreciaria ver corrigidos pelos leitores). Todavia,
 o que me .importa e mais pretendo, é levantar a curiosidade, o interesse e a atenção dos que leem o que exponho para um assunto que julgo ser vital . Para mais precisão, para completar ou melhorar o conhecimento sobre o assunto, a ciência dispões de inúmeras publicações que, com facilidade poderão ser consultadas  em qualquer biblioteca. E mais, também apresento o que sei, no meu blog e no FB para, de vez em quando, o recordar. A memória de qualquer um de nós, é limitada e por vezes  avara em recordar o que queremos lembrar.
Continuemos o que ontem disse aqui.
Dado que todos podemos constatar que, com a idade, a pouco e pouco, com lentidão, vamos perdendo capacidade pulmonar, aos cinquenta, sessenta, mesmo aos oitenta ou noventa anos de vidas, é sempre boa altura para procurarmos inverter essa tendência, essa perda. E portanto, a prática de exercícios de respiração deverá passar a ser diária. Aumentando-os e praticando-os todos os dias, aproveitando os vossos passeios diários, os vossos tempos de meditação, os minutos antes de adormecer, os minutos depois de acordar, etc.. Inspirando e respirando.
Inspiração - a maior parte de todos nós observou um bébé ou uma criança, quando dorme de barriga voltada para cima. Notámos que, quando inspirava, elevava a barriga,. baixando-a quando expirava. Durante alguns minutos façamos o mesmo, várias vezes ao dia. Com um pouco de persistência, ao fim de alguns dias começaremos a notar que o fazemos automaticamente. E estaremos a aumentar a hematose (a absorção do oxigénio pelo sangue, nos pulmões) todos os dias e a aproximar-nos dos benefícios da respiração em grau mais próximo do que obtínhamos, muitos anos antes. Aparece mais cor na face, sentimo-nos melhor.
Amanhã continuaremos.

 
     
 

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

*   
Os alimentos das nossas células
     O corpo dum humano de estatura media, tem mais de três biliões de células. Cada uma delas, para sobreviver e reproduzir-se necessita de alimento, água e oxigénio. A carência de qualquer um destes três elementos traduz-se em consequências graves para as células, impedindo-as de bem exercer, no corpo e no órgão onde estão inseridas, a sua missão. E ao longo da vida do corpo, os hábitos, os costumes, as tradições, os vícios, as contrariedades e dificuldades, a pobreza e outros factores,  contribuem com frequência que algum ou alguns desses três elementos rareiem ou estejam ausentes na alimentação das células.
      O oxigénio é o elemento que, com a idade do corpo, mais vai rareando. , Um humano de vinte anos, que levou vida saudável, poderá, com facilidade ter pulmões com um volume total de cinco ou mais litros. O mesmo individuo, com oitenta anos e que continuou com vida saudável, terá menos de dois litros, se a sua actividade física for normal e se nada fizer para contrariar a perda de volume pulmonar. Que se constata porque, ao longo da vida, insensivelmente, centímetro cúbico a centímetro cúbico, diminuirá nesses sessenta anos de vida, a capacidade pulmonar para míais ou menos de metade e isso se não é fumador nem tem outros vícios prejudiciais para a saude, se não vive em ambientes poluídos, se faz todos os dias , um mínimo de exercício físico. Portanto, aos vinte anos de idade, o corpo inspira à volta de duzentos e quarenta litros de ar por minuto contendo cerca de quarenta e oito de oxigénio; e aos oitenta anos, de não mais de vinte e quatro litros de oxigénio.
    Muitas células, de diversos organismos, terão de sofrer. Poderá ser o fígado, o estômago ou outro, mas algum terá muitas células em dificuldades, algum apresentará, cedo ou tarde, alguma anomalis.
    Então, o que fazer?
    Amanhã responderei.
 

sábado, 24 de dezembro de 2016











 O mar não é inimigo
O  não é inimigo dos barcos
É inimigo dos homens
Que vão nos barcos, a navegar,
E que deitam lixo no mar.
Mas os barcos não têm culpa
Do que os homens deitam no mar
A mulher, se deita algo no mar,
Só deita cinzas ou flores,
Para sentir ou celebrar
O que quer recordar
Porque sabe que o mar
As sempre guardará




Fingimentos
    Que coisa mais absurda
    Dizer que uma coisa é preta
    De cor preta, negra, azeviche, carvão, 

Eu sei cá lá que mais.
Mas no liceu ensinavam-nos
Que o branco é soma das cores
E o negro ausência delas
Então é cor ou não é?
Dizem: pintaram-me de negro a parede
Pintaram-na duma cor ou não?
Se é assim que falamos, então
Quando digo que barra  é de ferro
É de ferro ou não é?  
E se o ferro é preto, não tem cor?
Mas isto que escrevi não é verso?
Será poesia se não tem verso?
Ou serão versos sem poesia?
Pessoa teve razão: um poeta é um fingidor,
Finge que às vezes escreve versos,
Versos que nem versos são




quinta-feira, 22 de dezembro de 2016


Tanta conversa fiada
Tanta patacoada armada
Tanta tinta escorrida
Tanta retórica sofrida
Será que no teu país
Minha amiga que me lês
Também lá tens quem só escreve
Não com as mãos mas com os pés?
Deus escreve direito com linhas tortas
Parece-me que a Biblia assim reza
Para mim não há horas mortas
Em que escreva o que me desinteressa
Com um poucochito de humor
Vou oferecer-vos um exemplo
Para que apreciem o valor
Do  que às vezes oiço e contemplo:
Uma esfera, meus senhores, uma esfera
É um objecto redondo, liso,
Fora dela tudo existe
E por dentro, notem bem
Pode ser também de tudo
Feita de qualquer material
Que quem a fez num momento
Para ser um rolamento
Uma bola,

Ou um frasco de condimento
De suprema ou minúscula inspiração,
Resolveu que ela seja

De madeira, de ferro,
De prata, titânio

Ou de outra coisa qualquer
Pesa muito ou pesa pouco
Quem com ela na cabeça leva
Fica surdo, tonto e mouco
Se quiserem que eu continue
Com este exemplo bacoco
Pouco a pouco ficarei louco 
E estou farto. 

Depois destas  lérias
Vou escrever coisas mais sérias

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

* O exemplo de Arruda Um artigo de hoje no jornal digital Observador refere os extraordinários resultados dos alunos das escolas daquela região, apontando diversas causas prováveis, desde a genética, até à qualidade dos professores. Em minha opinião faltou referir mais, talvez a mais importante. Que reside na preparação das crianças, desde as primeiras aulas da escola primária no tocante a saberem estudar, aprenderem a pensar e a aproveitar a curiosidade natural de todas elas desde o primeiro dia que frequentam a escola primária. Eu tive um professor de ciências físico-químicas, no liceu que, para muitas aulas levava objectos diversos, desde escadas, diversos animais, autoclismos, banheiras, etc..de acordo com a lição que iria proferir. Nunca mais nos esquecemos de algumas leis da física, das fórmulas de alguns compostos químicos. Um dia a diversos de nós, fez-nos saltar de cima da mesa do professor para o chão, ao mesmo tampo que deixava cair uma maçã,para nos convencer que chegava tudo ao chão, ao mesmo tempo, explicando a gravidade.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Dinheiro Sabem para que serve o dinheiro? Dirão muitos que é  uma pergunta idiota, porque se calhar julgarão que toda a gente o sabe. Toda ou quase toda a gente sabe para que serve, em nosso proveito. .Algum  de vós pensará para que serve o dinheiro, em nosso prejuízo? Olhem os nossos prejuizos: - As moedas podem furar os bolsos. - Dão mau cheiro às carteiras e ás malas das senhoras. - Se é muito, o dinheiro, não cabe no colchão - Se é pouco, é muito comido pela inflação - Se é muito gera inveja, tentação, cobiça, falsas amizades - Se é pouco faz-nos passar fome, dormir debaixo da ponte, vasculhar os contentores - Se é muito temos que o pôr num banco. E lá, com frequência o perdemos todo. - Se há poco, todos os governos de todo o mundo se preocupam: com o "deficit", com os corruptos, com a pobreza, com o desemprego.  - Se têm muito, todos os governos de todo o mundo deixam de se preocupar com o "deficit", com os corruptos com a pobreza, com o desemprego E ninguém contente. Porque há muito mais que muitos não querem ver, falar ou conversar, sobre o vil papel e o vil metal.

domingo, 18 de dezembro de 2016

O senhor obrigatório, dantes muito se falava dele. Hoje continua a ser infObrigatórioluente nos nossos costumes, hábitos, vícios Senão, vejamos algumas das obrigações, o que persiste de obrigatório na vida do cidadão comum, excluindo.se portanto os milionários, os pobres e os políticos:        - Andarmos vestidos. Os políticos também, mas com gravata, com excepção daquele pândego da Grécia, que tem a obrigação de não a usar e ainda não nos explicou porquê. Eu, sem ser político,  não a uso e sei bem porquê: não gosto de nada à volta do pescoço, talvez que me ficou  patente e permanente algum atavismo proveniente sei lá de que antepassado, muito antepassado meu, que foi enforcado em Sevilha, rezam os arquivos da Torre do Tombo.       - Só andar cá pela Terra depois de termos nascido. As excepções são desconhecidas, contrariando a regra. Os políticos por vezes parece que cá nas não nasceram. Os corruptos consideram-se bem nascidos.        - Alimentar-nos, bebendo líquidos. As excepções são para alguns malucos que acreditam nas dietas ou que pretendem ser grevistas da fome - quase sempre com uma ajudazinha alimentar à socapa. Os políticos são a excepção da excepção. Não se importam e sempre se resignam a comer e beber, mas do melhor.       - Escrever depois de pensar. Exceptuam-se os que escrevem transcrevendo a "cassete", moda que parece ter nascido depois os 25 de abril.        - Eliminar a merda. Obrigação também com algumas excepções e por vezes muitíssimo difícil, outras vezes altamente incómoda e inoportuna. Mas ninguém consegue fugir a tal obrigação, sujeitar-se-ia a consequências fatais. Os políticos esquecem-se, com frequência e sem consequências. Portanto entram na excepção à obrigação.. E lembrem-se, ninguém morre, mesmo os mais santos, sem alguma merda dentro. O que deverá contribuir para alguma simplicidade e modéstia de todos. Donde se conclui que por vezes é benéfica. - Proteger o que foi e continua a ser-nos concedido grátis: a Terra, a atmosfera, os mares e os rios, a Vida. Obrigações esquecidas por muitos que esqueceram o que lhes foi dado. Os políticos esquecem porque não querem ou não conseguem legislar nesse sentido. Só por excepção o fazem.      

sábado, 17 de dezembro de 2016

Surgirá Tenham cuidado, o meu supercérebro está surgindo. Veio das trevas e das alturas. Traz um grande saco de ilusões reais, de fantasmas de carne o osso, de prendas para todos, todos vão ficar ricos e aprender a ciência de enriquecer para quando os menos ricos os empobreçam. Não passarão sede, nem fome, não terão problemas a resolver, passarão a ter apenas programas de televisão sem anúncios, sem telenovelas,sem deputados,  surgirão mais alguns santos à nossa volta. Sem que Cristo volte de novo à terra e os convença a dar tudo aos pobres, o que é impossível porque não pode existir um mundo sem pobres, mesmo que Cristo o queira, porque antes o matarão de novo. E então os intelectuais lamentarão que isso aconteça porque então, diriam, o mundo passaria a ser uma grande chatice, sem problemas, sem sindicatos, sem alternativas, sem parlamentos, ,sem eleições, toda a gente feliz, cheia de saúde, o que representará uma nova chatice, sem inconvenientes, sem problemas o que seria da nossa vida, os templos e os hospitais  sempre vazios,  o desemprego subindo em flecha porque as bruxas, os adivinhadores, os espíritas, os oráculos e as pitonisas, os médicos, os enfermeiros,stc., perderiam toda a clientela. Não isso não pode acontecer, o mundo tem de continuar como está, imprevisível, inconstante, sujeito à meteorologia  e à diáfana subtileza das decisões dos governos, sujeito à porcaria dos livros que eu publico e ninguém lê. Já publiquei quatro, vou no quinto e mais meio, mais um, técnico, não sei o que fazer deles, ninguém os quer, mesmo oferecidos, pelo menos poderiam servir para alimentar as lareiras no próximo inverno, que é um destino digno, talvez mais digno que outro qualquer, o fogo pode  eliminar tudo, mesmo o que não presta. Não tenham cuidado, o meu supercérebro ainda não surgiu..     
Se o corpo morre, regressa à terra, decompondo-se, acabando em cinzas. Não mais  poderemos vê-lo vivo, como antes da sua morte, O nosso espírito não, pensamos que existe e que subsistirá após a morte do nosso corpo; que não é possível elimina-lo pelas chamas. Não  se pode queimar um pensamento, não se pode fazer um archote duma ideia, como um combustível que arde,  duma  tristeza, duma alegria, dum pressentimento. Mas o espírito, ainda que não se possa ver, terá forma de manifestar-se, qual será, tentamos  imaginar. Não por fantasmas, duendes, belzebus, mas duma forma que eu penso que pressentimos.  Manifesta.se. suponho, pelo que o nosso espírito atinge se se sintoniza com outro ou outros, tal um rádio ou uma televisão se sintonizam com as emissoras que queremos ver e ouvir.. Outros  espíritos manifestam-se como estações, que sintonizamos no nosso espírito, no teu, no dele, Qualquer  um poderá ser captado pelo nosso interesse, pela nossa atenção , pela nossa vontade, pela nossa vida. Manifesta-se portanto, por indícios não físicos: por pressentimentos, por intuições, por tendências, por certos empurrões da nossa vontade e que, com frequência,  não compreendemos..

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Se o corpo morre, regressa à terra, decompondo-se, acabando em cinzas. Não mais  poderemos vê-lo vivo, como antes da sua morte, O nosso espírito não, pensamos que existe e que subsistirá após a morte do nosso corpo; que não é possível elimina-lo pelas chamas. Não  se pode queimar um pensamento, não se pode fazer um archote duma ideia, como um combustível que arde,  duma  tristeza, duma alegria, dum pressentimento. Mas o espírito, ainda que não se possa ver, terá forma de manifestar-se; qual será, tentamos  imaginar. Não por fantasmas, duendes, belzebus, mas duma forma que eu penso que pressentimos.  Manifesta.se. suponho, pelo que o nosso espírito atinge, se se sintoniza com outro ou outros, tal um rádio ou uma televisão se sintonizam com as emissoras que queremos ver e ouvir.. Outros  espíritos manifestam-se como estações, que sintonizamos no nosso espírito, no teu, no dele, Qualquer  um poderá ser captado pelo nosso interesse, pela nossa atenção , pela nossa vontade, pela nossa vida. Manifesta-se portanto, por indícios não físicos: por pressentimentos, por intuições, por tendências, por certos empurrões da nossa vontade e que, com frequência,  não compreendemos..

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Essa minha tia Aquela mulher, viva, irreverente, destinada a ser bonita, não tinha 47 anos, nenhuma mulher tem 47 anos. De homem com 47, diz o seu biógrafo que, com 47 , estaria na plenitude da vida um Cesar, um Alexandre, um Napoleão. Duma senhora com 47 anos nada consta, não foi uma Cleópatra, Joana d'Arc, uma Tatcher, Nenhuma mulher, hoje viva, nasceu em 1969, nenhuma. Mesmo as mais reles, se alguma o é. Mesmo as mais bonitas, quase todas. Porque antes de morrer qualquer mulher enterra a sua idade, nenhuma diz que já teve 47, outras, muito mais velhas que elas, todas sentem a mocidade, todas são casadas com um marido muito mais novo que 47  . E assim , assim, caramba, assim é que está certo. Qual é o marido decente que é casado com uma mulher de 47 anos? Nem sequer há um homem casado com uma mulher de 47 primaveras. Os números não se inventaram para referir a idade duma senhora, nem a duma mulher, poucas gostam de ser chamadas de senhoras, todas apreciam que as chamem, familiarmente, pelo nome que consta do cartão de identidade. A não ser que seja um nome duma antepassada, posto à nascença, um nome irreverente, que dizem cómico, impróprio para o gosto da própria, Como uma tia minha que no cartão de identidade se chamava Ermengarda, o nome duma célebre minha tia avó. E que só queria que lhe chamassem Mimi. Faleceu com noventa anos, mas nunca teve 47. E com razão. Foi sempre bonita. 

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Disse Desfaço os meus problemas cozinhando-os com um ovo estrelado e batatas "au meunier" não se riam desta ignorância, mas essas batatas fritas são as  mais saborosas batatas fritas que eu ainda não comi porque doutra forma os meus problemas não ficavam em ponto espadana entrariam no rol da roupa suja daquele antigo primeiro ministro que o  proclamou aos cinco ventos, ele sempre gostou de apregoar a sua originalidade aos dois ventos, ou apresentar pizzas de computadores, microfones e televisões, sempre preparadas para que os deputados mais exigentes tenham todos os dias o prazer mundano de deitar qualquer coisa para o lixo. Derivado disso choveram os protestos dos media e dos treinadores contratados que se mostraram elegantemente enxofrados com esse gesto de puro desperdício, esquecendo-se das seiscentas sessões de esclarecimento a que obrigaram os primeiros ministros após o 25 de Abril e como consequência, o desaparecimento de toda a imaginaçsão dos pais e das mães da pátria amada, porque lá em casa já não há coragem, capacidade e destemor para amar  eternamente seja o que for. Disse. 

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Esta maquineta com que escrevo, em que digito Esta maquineta onde e com que escrevo, onde escrevi tanto e onde espero escrever muito mais, não passa duma maquineta, dum artefacto mais ou menos insensível, dum brinquedo mais ou menos útil e que possui como base, minúsculos pedaços de material,  que reagem de forma pretensamente parecida aos nossos neuróneos, os circuitos integrados, os "chips" os trasistores, etc. não me peçam explicações sobre o que são todos estes, a minha ciência não vai nem eu pretendo que vá mais longe, quem queira saber mais consulte a internet, escreva lá "chip" e aquela memória imensa da internet lança-lo ou lançá-la-á nos braços da informática. Mas a mim não me interessa saber mais o que sei sobre isso e o que me parece mais importante saber, é que um computador é uma maquineta que ainda precisa de muita sapiência, experiência e paciência dos inventores consagrados à informática, para conseguirmos construir uma maquineta dessas que  tenha um pedaço de alma, exprimia alguns ténues, vagos e titubeantes sentimentos, consiga abrir a porta da fantasia, da bondade e da sensibilidade e que sorria. Ou até escrever, sem copiar, uma carta de amor, uma daquelas ridículas cartas de amor referidas por Fernando Pessoa.  

domingo, 11 de dezembro de 2016


Há paradoxos da nossa linguagem que lhe fornecem a dose de ridículo que deve exAí está ele, dirão, entrando nos domínios do inusitado, da fantasia, do obnóxio, do insensato.istir em tudo . Ainda bem, Eu não ato com um nagalho os meus desejos de comunicação, os meus pensamentos não se situam dentro de qualquer esfera de orgulhos, deveres, regras, artes de bem viver, Naranãonão, como dizia a minha avó, a materna que a paterna,com grande pesar meu, foi-se embora antes de eu chegar. Aquele candeeiro amarelo não fala comigo, eu sei, sempre soube que os candeeiros amarelos necessitam de companhia, sós, acabam por se endividar - o que, para um patriota é criar riqueza - e querer sair do euro o que, sem sabermos bem porquê, nos lançaria nos braços da ruina, por isso eu tenho dois candeeiros - às vezes, para que se envaideçam, chamo-lhes  candelabros, lustree, castiçais -   valem, são notáveis, pela inveja que têm um do outro,, apagados lutam por parecer mais apagados que o outro; acesos, coisa curiosa, lutam por iluminar mais o que vejo, o que leio; nunca lutam imaginem, nunca lutam por iluminar mais a minha mente, por trazer clarões imaginativos à minha escrita, por encher de luz a minha existência. São, em resumo, uns egoístas, o que lhes interessa são as suas manifestações de sombra e de iluminação.
Até porque perdi o rolo de cordel com que costumo atar os embrulhos que não faço.

sábado, 10 de dezembro de 2016



A razão da minha razão confunde-se com a ração do meu pequeno almoço, hora de comer alguns tremoços. Da mesma forma como uma almotolia se utiliza para nos confundir a fantasia de cavalgar uma nuvem: regando a nuvem com a almotolia cai a chuva da fantasia . Mas  tão diferente dum palimpsesto  como um cesto de costura é diferente dum protozoário. Ainda que este viva num aquário.
São picuinhas provenientes dalgumas sensaborias, dalgumas fumarolas que saem do vulcão das minhas adversidades, sem tradução para o coreano.


Apregoei virtudes, qualidades, condecorações.
Desprezei amores, amizades, sortes
Entreguei-me a vícios, preguiças, ilusões
Virei-me do avesso, ao não amar, ao não te importes
Tirei os cursos da tristeza e o da sensaboria
Faltando às aulas práticas  do mar, do vento, da terra
Esquecendo as qualidades da sabedoria
Nunca pensando que só Deus é que não erra

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016


Só me encontro quando não me procuro, só não penso quando desvario, só não vivo quando não estou, quando me entrego na agonia da apatia ou do tédio, quando não alcanço. E só me entrego quando me querem , nunca quando me querem comprar, nunca quando insistem em elogiar-me. Mas sempre que me abrem alguma porta da fantasia.
A vida tem de ser uma grande patuscada, não deve ser uma pequena história. dentro das convenções, dos horários, dos carimbos, do obrigatório,  dos tempos dos faz de conta, dos lugares comuns. Quero lá saber dos lugares comuns. Irritam-me os lugares solitários, chateiam-me os semáforos, as artimanhas, as reticências, os pontos finais. Basta-me, pelo menos, estando sozinho,  pensar no ponto e virgula,na importância complexa de estarem unidos, o pontos por cima da virgula, sempre machista.
    Não é por escrever muito que fica escrito alguma coisa de jeito. As palavras estão lá, na memória de cada uma ou de cada um. A arte de as selecionar,eleger e figurar numa frase elegante, contendo alguma sabedoria e de expressão concisa, é rara, é privilégio de poucos. Simples, preciso e conciso, deve ser a falação, dizia o meu pai.

Espero ter mais sabedoria que a que possui um ponto final.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

      *
Nascer não fez de mim um devedor   
  Parecerá pura insensatez ou parvoíce contumaz opinar sobre um escrito de Nietsche. Mas não posso deixar de expressar a minha discordância sobre uma teoria que esse autor  nos apresentou e deixou nos fins do século dezanove, e que figura em escritos que agora tenho relido com o mesmo interesse de sempre. Na sua "Genealogia da moral", destaca entre muitos outros assuntos e com insistência, a sua teoria de que todos e em particular os cristãos, somos e sentimos-nos devedores para com o nosso criador para com o grande credor que é Deus. Parece-me que mais não faz que confundir dívida com gratidão..
      Eu não me sinto devedor perante os meus pais, perante qualquer um dos meus antepassados, Todavia não deixo de agradecer-lhes a sua contribuição para a vida que tenho usufruído. Não posso considerar uma dívida o amór que resultou do meu agradecimento, que sinto desde que me sinto.  
      *
Nascer não fez de mim um devedor    
  Parecerá pura insensatez ou parvoíce contumaz opinar sobre um escrito de Nietsche. Mas não posso deixar de expressar a minha discordância sobre uma teoria que esse autor  nos apresentou e deixou nos fins do século dezanove, e que figura em escritos que agora tenho relido com o mesmo interesse de sempre. Na sua "Genealogia da moral", destaca entre muitos outros assuntos e com insistência, a sua teoria de que todos e em particular os cristãos, somos e sentimos-nos devedores para com o nosso criador para com o grande credor que é Deus. Parece-me que mais não faz que confundir dívida com gratidão..
      Eu não me sinto devedor perante os meus pais, perante qualquer um dos meus antepassados, Todavia não deixo de agradecer-lhes a sua contribuição para a vida que tenho usufruído. Não posso considerar uma dívida o amór que resultou do meu agradecimento, que sinto desde que me sinto.   

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

*
Sobre o que me vem à cabeça
Oxalá que à minha cabeça não venha mais que o normal: cabelo, pequeno almoço , almoço  e jantar, ar puro na medida do possível, água do banho e da chuva, aos ouvidos a conversa de quem me queira bem. E que não me cheguem à cabeça coisas mais importunas, agressões de vária ordem, inclusive a conversa dos políticos na assembleia e muito menos as que eles, os mesmos nos pespegam fora dela.
Desde que eu soube que Rousseau, o Jean Jaques, nos convenceu, (para muitos senvenceu) que o que importa são as ideias, mais o espírito, mais o intelecto que se traduz, que eu aprecio, com constância modelar, as ideias que me vêm à cabeça, essa parte fundamental do corpo humano que tanto gostamos de proteger da chuva, das correntes de ar, dos maus cozinhados e das falações desvairadas, insensatas e relapsas duns tantos chatos a que a misericórdia divina, a delicadeza e a democracia nos obrigam a suportar.
Reza a anatomia que nas pontas ou cabeças dos dedos se reúnem  diversos feixes de terminais de nervos daí que essas zonas são de grande sensibilidade ao tacto..Eu julgo que a cabeça que ostentamos, mais ou menos bem tratada, reúne, no interior, a maior concentração de nervos de todo o corpo, no fim da espinal medula. Daí resultam o conhecimento das, sensações, dos juízos, das ideias e das decisões que afluem ao nosso bestunto ou ao nosso genitunto.

Vou ali e já venho

Salta-me a boca para a mentira, tenho uma língua de trapos que vou usar para proteger os estofos poídos do meu carro, já os virei, como dantes faziamos aos casacos e aos sobretudos, naqueles tempos precisávamos de algo que puséssemos sobre tudo, inclusive os tapetes que se usavam igualmente para cobrir tudo, cruelmente e com desfaçatez. Aqui há uns trinta anos apareceu um político a fazer propaganda com o "slogan" " vou tirar o que está debaixo do tapete",  as intenções desse cavalheiro eram as mais sinceras.  até hoje ele continua tirando, não conseguiu  acabar de cumprir a promessa, até hoje continua a encontrar o que está debaixo do tapete .No dia em que um político cumpra as promessas, acaba-se a paródia ou acaba a política. Não queremos nem uma coisa nem outra, isso de alternativas democráticas estamos conversados, mas os grandes inventores da democracia, os gregos mais veneráveis, nem pensavam em alternar, por isso é que o alterne doutros assuntos é uma invenção do século XX, conservadora no XXI.










terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Sobre a responsabilidade
Quando virá o tempo em que surgirá um código simples, prático e eficaz sobre a responsabilidade incluindo a de quem ocupa um cargo político?
Numa família normal e sã, o pai e a mãe poderão agir,  segundo um código voluntário baseado na honestidade, lealdade, interesse pela harmonia e bem estar. E se os chefes da família gastam mais do que ganham e do que podem, se participam em actividades ilícitas, se entram e participam nas acções de grupos considerados perigosos pela lei e pela sociedade, se cedem à corrupção, são apontados como irresponsáveis e, o pior de tudo, põem a família em condições degradantes ou caminhando para a ruina.
Julgo que duma grande família como a dum país, poderemos pensar de forma semelhante sobre os seus governantes e procurar um código decente para a sua actividade na condução dos negócios do
país que governam.
Se qualquer responsável por um cargo público sofresse uma sanção severa quando prejudicasse muita gente, a política seria diferente. Errar é humano. Mas ser corrupto, não deverá ser. Todos podemos seguir, por vezes, o pior caminho. Mas quem vai decidir o destino, melhorar ou piorar a pobreza, projectar e executar as mudanças no país, deverá conhecer quais os limites que a responsabilidade lhe impõe. Nem que seja por decreto. Pruncipalmente por decreto.
Quem duvida da responsabilidade e a não quer, ou não a tem, que pensaremos deles?          

Divirto-me rindo de mim. A memória dá-me esse prazer, do ridículo de certas situações em que me meto. E  ainda mais, das que criei, pensando. Por vezes, quando passeio, desato à gargalhada provocando e aguardando o sorriso condescendente, piedoso, comiserativo e compreensivo, da sujeita que se cruza comigo. Entre a crítica das minhas atitudes e a análise das minhas opções, pretendo sentir a vaidade das certezas, o acerto das decisões, alguma grandeza nos ideais que sinto. Uma atitude necessita do amparo da vontade para concretizar-se,  uma opção precisa de alguma sabedoria para firmar-se. E a certeza com vaidade situa-se ao lado da petulância, do descaro, é insolência.

domingo, 4 de dezembro de 2016


Aos bons entendedores
Vou ver se me entendo. Porque isto de entender-me não é para qualquer um. Curiosamente acontece que é só para um. Um único, indubitável, um só, indiscutivelmente só, em resumo: um chato. Porque, concordarão que todos os solitários são chatos. Os elefantes solitários, os leões solitários, as pobres das pacaças solitárias e feridas, todos esses animais são chatos, perigosos.no trato e na compreensão da nossa presença. E os senhores que aqui me observam já encontraram, por acaso, um homem solitário que não seja chato, inerte e inerme dentro dos putativos (palavra na moda, tinha que a meter aqui) reputados cavalheiros da nossa praça? Eu, fico-me na minha, entendo-me bem! Pois é, dizem que por vezes sou chato, por isso é que não evito os erros chatos.

sábado, 3 de dezembro de 2016

*
O óbvio e o ilusório
        O óbvio, ,para muitos, compreensivo para tantos, que parece evidente a quase todos, com frequência se transforma em ilusório, na presença dum facto subtil que poderá provocar uma reacção inesperada; por vezes bastará uma mudança ténue no clima para o passar à categoria de ilusório, de falso, de enganoso - como o prestidigitador que parece serrar a rapariga que se encontra dentro da caixa fechada.  É também o caso do governante que se serve de estatísticas falsas e tendenciosas, de promessas a prazo, de retórica clamando ao patriotismo, de apoios ambiciosos e oportunistas com pele de cordeiro.
       A a imagem, o conhecimento, a consciência  do obvio é ofuscada muitas vezes na mente da maioria do povo, pela ignorância, pela fraca cultura, pela fraqueza mental da muitos. Porque a liberdade é encarada por muitos como ausência de responsabilidade, como um poder que permite a demagogia, como uma arma que seduz os mais desprevenidos, estes pouco atentos ao ilusório canto de sereias.           

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016


Será?

Já me sinto capaz de não pensar. Será isto o "trânsito nas alturas" ou será o "embalar cabisbaixo e meditabundo"ou ainda o "poder inusitado do inútil"?

O que a vida nos



Se a vida é uma coisa, um assunto, um problema sério, temos de nos resignar a ser sérios, circunspectos, sisudos, concentrados no além, escolhendo experiências  mais ou menos ditosas do passado, engendrando situações mirabolantes para o futuro, lamentando a chateza do presente? A vida, em resumo, é uma coisa séria?  Foi-nos concedida pensando o Criador que a passaríamos com seriedade, sisudez, pacatez, vergonha pelos pecados cometidos, raivazinhas pelas perdas de tempo no passado, ansiedades pelo que  passaremos no futuro, nervosismos pelo que o destino nos concederá ?  Não, nunca me convencerei de nada disso, nunca aceitarei que o destino é um pôço de artimanhas, que somos fantoches em experiências miríficas, inesperadas, obrigatórias. Antes creio que aqui nos colocou o criador dando-nos a alegria de viver, o sorriso de te ver, o agrado de sentir e por vezes, o amor.
Nem nos gorilas, nem em todos os outros animais, desde a alforreca ao elefante e à baleia, vemos um sorriso. Poderão ter manifestações de agrado, como um cão abanar o rabo ou o ronronar do gato. Mas nem dos macacos obtemos um sorriso.
Provas de amizade de alguns, pela lealdade, sim. O que é muito, mas daí pouco passam. Talvez.

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Sei não

       Vou deixar de fazer aquilo - tanta coisa! - que não fiz, aplicar-me com denodo às batalhas perdidas e nunca travadas, estou nesse campo com o meu cavalo pigarço, a galope suave ou a trote modesto, a caminho do passado, sem qualquer incómodo, sem pensar no futuro e apenas esquecendo outra vez, tudo o que esqueci no dia de amanhã.
As circunvalações do cérebro, não sei se sabem, são tantas como as dos intestinos, as reacções aos alimentos espirituais são semelhantes às reacções aos alimentos que a mesa familiar, o orçamento e as decisões da nossa chefa de família, decidem.
Não pretendo dar uma lição de anatomia; mas não se esqueçam que para um rio ter água, esta terá de nascer ou cair de algum sítio, nem que seja do regador que o nosso Criador empunha de vez em quando, sempre que está bem disposto. A que vem tudo isto a propósito? Sei não, como dizem os angolanos. Ou os brasileiros.
          As expressões que o povo inventa para facilitar a compreensão dos artistas e dos patrícios, têm sempre a base da experiências mais ingénua, por vezes até derivando da língua de trapos duma criança, tantas vezes arremedada pelos amigos ocasionais, pelas amas, pelos pais, estes em jeito da gracinha dos meninos.

terça-feira, 29 de novembro de 2016



A arte de defenestrar

Para que saibam os meus desconhecidos leitores e os ignorantes comentadores do alheio meu, vou ocupar-me despreocupadamente - lindo adverbio de modo (insano) - em defenestrar das minhas águas furtadas ( tenho três assoalhadas , três casas de banho e uma esposa linda), em que vivo, como ia dizendo, como soe dizer-se ou como queiram dizer sem ser para aqui chamados, ditos ou mal pagos, todavia (porque será que deixaram de usar esta proposição digo preposição, proposição é uma coisa feia quando é feita fora do lar conjugal,ou estarei enganado?)fiquem sabendo, já que falaram disso, eu devo alguma coisinha a alguém e a modos daquele grego  Tsipras ou como raio se chama , a modos dele eu vou-lhe exigira pagar-lhe o que lhe devo até ao ano dois mil cento e quarenta e três nesse ano comemoraremos a nossa independência e a minha dependência da minha esposa e dos meus descendentes que, segundo a pitonisa que eu sempre consulto, segundo ela terei nessa altura, comprimento e largura de vistas, mais ou menos 2748 descendentes e eles terão um antepassado vivinho e fresco porque sempre fiz a dieta da beterraba, do manjericão e do tal do chocolate que tenho sempre na gaveta da mesa de cabeceira para o que der e comer. E , como ia dizendo, ao meu credor pedirei mais uns cobrezinhos emprestados, exigindo-lhe que me perdoe a dívida antiga e esta de agora e que não me fique devendo o que lhe peço emprestado, não queira ser apontado como antidemocrata. 
E descansem, satisfazendo a vossa curiosidade, informo-vos que jamais defenestrarei o defenestrado.    

segunda-feira, 28 de novembro de 2016



Dizer asneiras
Tenho esta mania de fazer ou dizer asneiras, aparafusar para a esquerda, martelando no dedo, perdoar a quem não me ofende, entrar pela porta para dentro, andar à chuva sem e molhar, escrever chucha em vez de chuva como antes ia fazer, mas não gostaria eu de amgora ter e agarrar a chucha, uma chucha das antigas, não eram de plástico os plásticos ainda estavam dentro dos petróleos e os petróleos à espera de que aparecesse aquela telenovela sobre a vida exemplar dum magnata do petróleo, onde é que eu ia, ah! já sei, ia na chucha, esta mania que tem a gente de pensar e lembrar a chucha, na realidade estamos bem necessitados de ser governados por um Stipras ou lá que raio de nome

grego tem aquele grego que quis saber com um referendo quantos gregos são patriotas e nada mais que pouco mais de sessenta por cento deles assim o são, cá na nossa casa portuguesa com certeza, eu e o meu parente Costa, temos um mesmo trisavô, ou seria um pentavô? isto de altos pergaminhos a mim ninguém me vence, mas como ia dizendo sobre andar à chuva e não fechar a porta para entrar isso é cá comigo, se quiserem eu pedirei um subsídio para a formação de desempregados, porque formar empregados é muito fácil, difícil, difícil é formar desempregados para que facilmente continuem desempregados, deveria ser promulgada uma lei que obrigasse e impusesse a

obrigação( que são coisas diferentes) de qualquer governo estabelecer cursos superiores de desemprego, cumprindo o estabelecido num decreto impar( ou par, para variar) do parlamento europeu, entre outros artigos e dois preâmbulos de 739 páginas, uma de cada um dos deputados daquele parlamento,  que definisse em quarenta e sete directivas esse curso de cinco anos do desemprego básico, com um estágio obrigatório no fundo de emprego chinês. Mas, voltando à vaca fria(vejam na Internet o que é isto da vaca fria) esta mania de não asneirar que não é o mesmo que não fazer asneiras, deixa-me hesitante, se hei-de levar a minha sombra à frente da tua ou ao lado da outra.
Há por aí quem me dê emprego? Sei fazer uma data de coisas com as mãos, algumas com os pés, poucas com a cabeça, tirei uma data de cursos não digo quais para que não me chamem de petulante, vaidoso, ou "mentiroso relapso e contumaz" como um dia chamaram a um distinto senhor que não tinha ou não tem culpa de o ser.
Isso de ser político tem as suas vantagens.

Vou remar contra a maré? que disparate.! Eu aproveito todas as marés, as da vida, as da alegria, as da saúde. Para quê essa hipocrisia de remar contra a maré, como o outro Não, não remarei contra a maré, vou plácido e sereno,  na corrente, assim entro no porto descansado, refrescado, fresco de corpo e de espírito, sem preocupações, que são ocupações muita néscias, muito parvas, quase sempre com o carimbo de inutilidades perversas . E não há menor prazer, maior sensaboria que entretermos- nos com inutilidades, quase sempre o reverso perverso  de nada.
Mas também não quero pertencer ao universo da Maria vai com as outras, antes encontrar uma Maria que vá comigo, não, esqueçam isto. isto não se confessa nem se deve hipotesar - que tal acham este verbo que inventei agora, na moda em que estamos de acordos ortográficos a torto e a direito, ponham lá, se fazem favor, mais este verbo no dicionário, não confundindo com hipotecar, uma palavra vetusta, antiga, de pergaminhos consagrados no auxílio de gregos e de troianos e portugueses para remendar as finanças depauperadas pela gozo da vida alegre a que todos, mas todos sim senhor, temos direito.
Está na hora da maré virar, das reinvindicações. Vou aproveitar.
Hipotesar: verbo transitivo, levantar hipóteses, vem do latim hipotesae ou hipotesabus, também se diz da pessoa que está com hipo, com garganta ou falar desonesto.. Verbo proposto à Academia das Ciências em Portimão, na data de onze de Julho de 2015, com 40 graus à sombra.

domingo, 27 de novembro de 2016


      
      Sei não
      Vou deixar de fazer aquilo - tanta coisa! - que não fiz, aplicar-me com denodo às batalhas perdidas e nunca travadas, estou nesse campo com o meu cavalo pigarço, a galope suave ou a trote modesto, a caminho do passado, sem qualquer incómodo, sem pensar no futuro e apenas esquecendo outra vez, tudo o que esqueci no dia de amanhã.

As circunvalações do cérebro, não sei se sabem, são tantas como as dos intestinos, as reacções aos alimentos espirituais são semelhantes às reacções aos alimentos que a mesa familiar, o orçamento e as decisões da nossa chefa de família, decidem.

Não pretendo dar uma lição de anatomia; mas não se esqueçam que para um rio ter água, esta terá de nascer ou cair de algum sítio, nem que seja do regador que o nosso Criador empunha de vez em quando, sempre que está bem disposto. A que vem tudo isto a propósito? Sei não, como dizem os angolanos. Ou os brasileiros.

sexta-feira, 25 de novembro de 2016


Estranho e mau exemplo para a juventude é a actuação dos sábios bonzos  da União
Europeia. Nada de admirar porquanto a constituiJção em que se apoiam parece-me que tem qualquer coisa como quinhentos e trinta e nove artígos. Portanto para resolverem seja o que for, levam dias a consultar a dita constituição e nada resolvem, e quando querem resolver algo, não a consultam.
Os americanos, promulgaram a deles com, se não estou em erro, com vinte e três artigos, completados posteriormente com algumas, não muitas, emendas.  Dessa forma, em poucos minutos resolvem o que têm de resolver. A Europa não. Entre outras curiosidades fundaram o banco europeu com nada menos de vinte e nove administradores, duvido que a razão de tanta gente na administração é a de o presidente alegar não ter tempo e paciências de os ouvir quando quer tomar  uma decisão. Quando nada tem que fazer e quer passar o tempo, consulta-os em reuniões intermináveis.
Por tudo isto, agora não se entendem e preferem ver-se livres da Grécia por cinco anos.
O que talvez seja melhor para os gregos. Ainda não demonstraram o contrário. Aquela constituição permite sempre que se siga o sim ou se opte pelo não. Ou nem por um nem pelo outro, deixando passar o tempo confiados que  este, sem constituição, sempre resolve tudo.

terça-feira, 22 de novembro de 2016


Aguardo com ansiedade que o espírito dum poeta aumente a riqueza da minha criatividade

Passo os dias ansiando
Esta fome mitigar
 Eu sempre ando pensando
Sair deste triste lugar 

E se eu tiver a sorte de ele andar por aqui

Nessa hora eu dir-lhe-ei
Dê-me num dos seus papelinhos
Conselho que eu seguirei
Em qualquer dos meus caminhos

E no papelinho que me deu eu li uma quadra da autoria de F.Pessoa :

"Tivesse eu conseguido
Nunca saber de mim
Ter-me-ia esquecido
De ser esquecido assim"

segunda-feira, 21 de novembro de 2016


Sim
O que me importa fora de tudo o que não me importa
O que prevalece dentro de tudo, o que me envaidece
Sempre que as circunstâncias do momento forem circunstanciando
É a finura  do trato do animal que aparece à minha porta
Seja macaco, crocodilo, leão, elefante ou cidadão
Que eu tenho sempre a porta aberta p'ra quem vem por bem
Sempre tenho a mesa coberta de acepipes e outras iguarias
Sempre prezo a convivência de quem me traz  outras alegrias
(da autoria do, mais conhecido, outro eu, não dirias)

domingo, 20 de novembro de 2016


Estou assim a pairar
Bem só, dentro de mim
Porque não hei de ficar
Se eu fico bem, mesmo assim

Essa flor é doirada
Pela luz do teu olhar
E a minha alma magoada
Por não me quereres amar

Custa-me passar a vida
E a vida por mim não passar
Não sei se me é querida
Se gosto por ela andar

Parece-me que sinto a dor
Dessa pedra que eu pisar
Julgo não sentir o amor
Que agora estou a amar

Dizes-me coisas bem lindas
Mas a mim tu não me enganas
Sejam de oiro ou prata fina
Da mais pura filigrana

Pouco me queres ouvir
O que te quero dizer
Vou passar dizer a rir
O que dizes tu querer


sábado, 19 de novembro de 2016


"Dizer adeus à vida", expressão exquisita que parece fazer pouco sentido. No entanto ouve-se bastas vezes proferir, no jeito de resignação para o que acontece a quem o diz. espera viver mais, não se passar, o que significa esquecer-se de tudo, em Normalmente contem ou pressupõe uma certa dose de esperança de melhoria, no destino do próprio. Um moribundo nunca a diz, um moribundo, por mais moribundo que esteja, sempre particular do presente, sem ter adormecido.
É provável que estas sejam considerações que me desconsideram, arroubos de fantasias mal dissimuladas.    

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

      A dor, por maior que seja, cada dia que passa diminui um pouquinho.x

Sendo assim, sou alguem


Pois eu sou alguma coisa, sou alguém, alguém   que ama a vida, tanto, tanto, que continuo a criar personagens nos meus contos, nos meus versos, nos meus pensamentos. Por vezes encalho, por vezes hesito, por vezes distraio-me, sinal de que os meus personagens foram dar uma voltinha, no seu direito democrático, na sua liberdade. Porque eu dou inteira liberdade aos meus personagens, respeito as suas preferências, as suas birras, as suas idiossincrasias, a sua criatividade, mesmo as suas preferências por algum dos leitores. E sou amigo deles, embora alguns sejam marotos, alguns sejam patifes, outros  muito descarados. Mas onde não os encontramos ?   Isto de criar não é só criar na barriga de mãe. Notem que é gente mais ou menos etérea que é detestada por muitos, amados por outros. Bem sei que vão ao encontro de ti e de mim, através dos livros. Mas quem, ao longo da vida não odiou o primo Basílio, quantos não se entusiasmaram com o conde de Monte Cristo, quantos não amaram  a Lady Chaterley ?   

 
Burocracia
A arte de realçar o inútil. È um dos ramos da preguiça. É uma amostra do faz de conta, da ausência da criatividade. E estranha forma de ocupar o tempo.



quinta-feira, 17 de novembro de 2016



Vou pregar uma partidinha aos que estão lendo esta mensagem.  Não vou escrever nada. Mas talvez encontre alguma coisinha para vos interessar. Sim, porque o interesse, ( as heranças, a corrupção, a política e outros interesses cavalheirescos não são aqui chamados) que me move desde que aprendi a escrever não é o de angariar leitores, já angariei muita coisa desde que aprendi a mamar, acumulei farta experiência quer no mamar em mama alheia até às belas provas de vinho tinto ou de peras descascadas com algum "chantilly"( tá mal escrito mas, quem o provou, me entende) que, no fim de contas à grega, ou seja, bem feitas, no fim de contas também( o chantilly") também é um derivado, como diria o meu colega Lobo Antunes, da mama duma vaca engordada com os saborosos pastos da Normandia ou seja, daquela região onde desembarcaram os aliados para se encontrarem daí a alguns dias com o exército russo, em Berlim, sem consideração para com(ume forma de mal escrever, esta) o senhor Hitler, aquele senhor austríaco que governou a Alemanha no tempo da segunda guerra mundial, digo isto para elucidação das gerações  novas, nascidas no século vinte e um e que poderão pensar, cativados pela propaganda nessa época futura, poderão pensar que esse senhor, eleito democraticamente, era uma pessoa sensata . E no nosso Portugal, basta de sensatez, basta do ralerrão em que vivemos, basta de hipocrisia, de falinhas mansas, de mentiras, de aproveitamento da ingenuidade do povo. Tanto precisamos de outro Nuno Alvares como doura padeira de Aljubarrota.
Com veem, cumpri a minha palavra, nada escrevi.
(Cumprir a palavra dada, nestes tempos, é um eufemismo, uma metáfora, ou lá o que poderá ser, respeitada a sintaxe e a semântica.)  







quarta-feira, 16 de novembro de 2016


Personagens
Os meus personagens, os que eu crio, são uns valdevinos anónimos  quando fui eu que dei com eles e lhes ofereci a honra emérita de figurarem num meu próximo romance, nos meus livros passados. Coloquei-os com todo o conforto dentro das muitas páginas já lançadas no mar deste tempo infinito. Sem qualquer consideração por mim, resolveram entrar em greve e ir dar umas daquelas curvas tão usuais em qualquer personagem que se preza. Porque estes só dão curvas, as rectas são para a geometria, as curvas para os poetas. Recta é recta, daí não passa, sempre subordinada às namoradas paralelas, curva tem muitas variantes poéticas, pode ser na onda, na hipérbole, uma assíntota mais ou menos sinusoidal, numa parábola hipersensível com tendências estranhas para o infinito e fugindo à vulgaridade  tão limitada da circunferência ou da elipse.
Mas os personagens que saltam do cérebro mais ou menos fecundo de qualquer escriba, são assim: ingratos como muitos filhos saídos do ninho, inconstantes como o amor e irreflectidos, como o transeunte que atravessa a rua lendo o jornal.
Hoje tenho de os agarrar e cumprir as minhas recomendações, como dizia a minha tia.

terça-feira, 15 de novembro de 2016


Encontrei-os de novo
 
Encontrei de novo os personagens que criei. Convidei-os a entrar em mais uma página do meu livro. Parece-me que entraram a gosto, sem mesuras, sem reticências, desprezando oNão os vou largar tão cedo.s lugares comuns, não abusando das metáforas nas suas conversas, tomando o rumo que eu os aconselhei, sem brincar com as coisas hilariantes e rindo das coisas sérias da vida.
Não.  

segunda-feira, 14 de novembro de 2016


Vou indo
Esgravatando no futuro, ausente do presente, entusiasmado com o passado, confiante na vida. Sem me perturbar com as eleições, respeitando o coração, sem me amesquinhar com a dor, sem dizer mal do que me perturba, sem esquecer a razão.

Dinheiro, dinheiro,dinheiro,dinheiro, dinheiro, dinheiro, dinheiro, dinheiro,dinheiro, dinheiro.
Dinero.
Money, money, money, Money, Money, Money, Money, Money, Money, Money, money
Plata,  plata, plata, plata, plata, plata, plata, plata, plata, plata, plata, plata, plata, plata.
Denaro
Pecunia
Argent
A principal notícia do dia.:
no#«*%&/"@$(no planeta agora descoberto, o 754/4/b ou lá o que há de ser).

domingo, 13 de novembro de 2016


Jenny


No título desta mensagem apenas pus o nome de Jenny para suscitar a vossa curiosidade. Também é o nome duma senhora que foi a esposa de Marx, Karl Marx. E o título dum livro que aconselho. É  baratinho, cinco euros. E vos aconselho a  vós e a outros incultos como eu, a conhecer, nesse livro, bastante do  que foi a vida desse génio.  Que foi devasso, devorador e gastador de fortunas, beberrão inveterado, fiel e infidelíssimo no casamento, amante imenso da sua namorada Jenny, quando perto dela. Foi preso porque a polícia o encontrou andrajoso, nunca entrou na casa dum operário, frequentou intensamente os salões mais aristocráticos. Mas, foi um génio. A esposa, antes de o conhecer, namorou e esteve prometida como noiva dum aristocrata, de alta posição no exército, que "dançava bem, patinava bem, beijava bem mas pensava mal".
Amigo de Engels, este o possuidor de muitas fábricas em Manchester onde a maioria dos trabalhadores eram crianças.
E enrtre muita obra, escreveu "O capital".      

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

O cinzentão

O cinzentão, este parece-se com as palavra escritas só pela metade, que por vezes têm um significado, inserido ou não, na trama do texto. Por vezes queremos escrever sintomas e fica apenas o sin no papel, que nem sequer é uma palavra portuguesa embora se pronuncie com a intenção duma afirmativa. Isto tem um nome, que não recordo, não é possível recordar tudo o que li, nem sequer tudo o que aprendi. A memória não tem limites mas como tantas outras coisas, vai-se diluindo. Eu fui apresentado, durante a vida a 38.764 indivíduos, parece-me que mais do sexo feminino que do outro, o macho. E só me lembro  prá-i duns 17.364 .  Mas, voltando ao cinzento, que vem de cinza, que é una outra coisa, é aquilo a que a mim, a ti ou a outro nos reduzirão se um dia o nosso corpo for cremado ou se um incendio nos apanhar a dormir dentro duma floresta ou dentro doutra coisa menos poética, de modo igual redutível a cinza, que é uma das formas que a natureza tem de nos reciclar. Mas, pensem o que quiserem eu antipatizo com as cinzas, antipatizo com todas as situações que podem ser mais ou menos, falando à maneira dum matemático, que tendem para o limite superior do preto ou para o limite inferior do branco, num intervalo de incerteza que sempre me parecerá fútil. E para mim, em minha opinião - como dizem agora os políticos que não se querem comprometer mas que estão ávidos da fama intelectual - na minha opinião, o cinzento nunca se define, nunca se revela com propriedade concreta, nunca opta, fica sempre pelo meio, pelo quarto ou três quartos ou por outra fracção do branco ou do preto.
Mas eu, que sou de pele  castanha e mente incerta, onde me situam?

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

    Um pensamento poderá ser a descrição duma atitude, duma revolta, duma indisposição, de desprezo, de louvor, de súbita inspiração. Terá contornos muito diferentes, de acordo com o lugar;  o salão, a reunião social, a cama, a igreja, lugares que implicam ânimos diferentes no espírito de quem o profere e nos dos que o escutam. Até varia com a meteorologia. Por conseguinte é muito difícil pensar sempre o mesmo, em todas as situações diferentes de lugar, disposição, seja do que for.

Sonho bom       
 
  Estava muito satisfeito a sonhar dentro duma sala com ar condicionado, repleta de estamos felizes, contentes, agradados, .de iguarias frescas e gente decente.

Quando estamos felizes, contentes, agradados, procuramos sempre mais, mais,mais..

Por isso, procurando melhor, resolvi sair pela porta dos fundos,  e fiquei envolvido pela nuvem cinzenta da realidade. Lá atrás, como sempre, o arco iris da esperança. 
          A ganância é um pecado mortal, maléfico, contundente. Até a sonhar.
       Parece-me que isto foi um aviso para que,  enquanto não for milionário, não querer mais.

quarta-feira, 9 de novembro de 2016


Alguns nuncas, alguns nãos e um só pouco

Não me assaltam  náuseas pela vida, nem me preocupam pesares do futuro.

Há faróis de entendimentos acesos em permanência, poucos sobressaltos no presente e muitas prisões à esperança.

Nunca disse adeus à vida, isso é missão de quem criou o nosso espírito.

Nunca exijo nada à vida, isso seria petulância minha.

Nunca trai  a vida, isso seria blasfemar contra quem no-la  deu. 

Por tudo isso e por muito mais, pouco penso sobre a minha vida.

A não ser no tudo que ela me concede.
A minha sondagem
Como vêm a minha empresa de sondagens acertou. Bateu todas as americanas , europeias e portuguesas. Trump foi eleito presidente dos USA.
Quando quiserem encomendar uma sondagem, sabem quem acerta.

terça-feira, 8 de novembro de 2016

A eleição de amanhã  e outras previsões
       Pois cá para mim, a propósito da eleição  de amanhã para a presidência dos Estados Unidos a  empresa de sondagens que eu dirijo, prevê:
     1- fará bom tempo ou mau tempo em todos os estados dos U,S.A..
     2 - votarão todos os eleitores que entregarem o voto e não votarão os restantes.
     3 - embora me pareça que a Clinton vai ganhar a sondagem diz que ganhará o republicano ou a democrata. A sondagem foi efectuada boca a boca sobre um universo ilimitado, porque o tempo urgia, não houve tempo para mais. O erro possível é de cem por cento.
     4 - No meu entender é possível que não haja abstenções, porque continua a haver cem por cento de indecisos.
     5 - Esta sondagem mantem-se válida após o fecho das urnas, devido à ausência de mortos para as ocuparem.


É muito mais fácil apagar a luz, que tentar produzi-la.
É muito mais difícil a riqueza levar à pobreza, que esta à fortuna.
É muito mais fácil conseguir o que queremos que guardar o que não temos.
É muito mais difícil encontrar os sonhos que sonhar

 

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Nietsch é um pândego.Ele não gostará do que estou escrevendo, mas segundo a rainha do reino desta casa, eu sou bastante como ele - iconformado, sempore no contraditório, não me importando de pisar o risco que outross desenham normalmente sem qualquer fantasia, que também é o cloreto de sodio do pensamento e da dialética.. Ñão senhor ele, ali onde está, ao virar da esquina - que ele frequentava todos os dias - até dirá: ora aqui está um outo pândego!

Lamentos pelo que fazemos


Nada faço lamentando o trabalho que tenho. Tudo me agrada fazer desde os trabalhos caseiros, aos normais da vida. Sempre me habituei a faze-los sem  esforço, embora por vezes fique a suar,  sem sentir obrigação. Se são ocupações que fogem à rotina da vida mas que sinto a necessidade de os efectuar, de imediato penso que terá de ser como tantas outras coisas ou actos a que me habituei: tomar banho todos os dias, vestir-me e calçar-me, respirar, andar, etc. que um dia, no passado, começaram a ser para mim uma ocupação natural de parte do meu tempo. O que oiço a muita gente dizer, que lá em casa, que maçada, todos os dias teem que lavar a louça, um dia por semana lavar a escada com a esfregona, todos os dias ou umas tantas vezes por semana ir ao supermercado comprar isto ou aqueloutro que faz falta na dispensa, que chatice hoje é o dia de visitar aquela familia,   são frases que me parecem ridículas, porque essas mesmas pessoas todos os dias andam dum lado para o outro, todos os dias se vestem e atam os sapatos, todos os dias dão a comida ao gato ou ao cachorro, muitos dias limpam o cócó destes no tapete da sala, todos os dias fazem uma data de coisas sem sentirem que a vida as obriga mais ou menos, sem se lamentarem nem sequer pensarem no que custa fazer.



domingo, 6 de novembro de 2016


    O que disse Licoln sobre o dinheiro

    Sabem o que disse Lincoln em 1886 ? Aqui vai: "O dinheiro rapina a nação em tempos de paz e conspira contra ela em tempos adversos. É mais déspota que a monarquia, mais insolente que a autocracia e mais egoísta que a burocracia. Denuncia como inimigos públicos todos os que questionem os seus métodos ou alumiem os seus crimes. Eu tenho dois grandes inimigos, o exército sulista à minha frente e os banqueiros atrás de mim.. Dos dois o meu pior inimigo é o que está às minhas costas"
    (Extraido dum artigo de Stefhen Lendeman, artigo intitulado "O banco central dos Estados Unidos. O templo e os seus segredos sujos) 
             E até hoje só um ou dois disseram ou discutiram um pouco mais sobre esta condenação.

sábado, 5 de novembro de 2016

Os relógios dão-nos uma noção grosseiríssima do tempo.
Todos nós, todos vós, todos os animais, o mar, os rios, as flores, representam a noção real e mais completa, do tempo.
Os relógios dão-nos uma noção grosseiríssima do tempo.
Todos nós, todos vós, todos os animais, o mar, os rios, as flores, representam a noção real e mais completa, do tempo.


O que faz girar o mundo actual é o dinheiro, não é o amor. São os bancos e os seus donos que teem o poder de tirar ou aumentar o dinheiro em circulação, o que lhe dá um poder imenso, que domina os políticos, pela persuasão ou pela corrupção, os povos pela necessidade e até os ricos pela ganância. Tirando dinheiro da circulação, aumentam os juros devido à sua escassez. Aumentando o dinheiro em circulação, provocam inflação que, como se sabe há muito, sempre prejudicam mais os mais pobres.
Tenham isto e muito mais que noutros dias explicarei, tenham isto em conta, quando votarem.

sexta-feira, 4 de novembro de 2016


    A minha conclusão de hoje

Hoje cheguei à conclusão agradável de que sou milionário. Não, não queiram tirar

partido disso, nem pedir-me emprestado algum dos meus milhões, nem sequer ainda chamar-me coisas bonitas para me comover. Mas se, honestamente me perguntarem como consegui essa fortuna, eu passo a explicar.
Tenho na minha arca da memória o milhão de beijos que dei e que recebi. Mais os abraços que me enviaram e que somados aos que recebi, ainda não os contei bem mas somam mais que um milhão. Bem, deixo mais para depois, se não me acreditam, para outras coisas que me fazem milionário.

Poderão pedir-me um empréstimo. Façam o requerimento respectivo com cópia para a tesouraria da minha casa.







quinta-feira, 3 de novembro de 2016


Umas coisinhas importantes

A maioria das pessoas pouco ou nada sabem sobre dinheiro e banca, muitos pouco se importam, nem fazem ideia de como os banqueiros influenciam as suas vidas. Nos cursos de economia omite-se em geral a natureza sinistra e o real funcionamento do sistema bancário. Ninguém pode pensar que os bancos foram instituídos para funcionarem em nosso benefício. Só mais umas linhas para aflorar o problema: os escândalos financeiros, em Portugal, o dos depósitos dos pequenos depositantes. E, pelos vistos, a procissão vai no adro. Vamos a ver se o nosso Criador não perde a paciência dentro de pouco tempo.
A maioria das pessoas pouco ou nada sabem sobre dinheiro e banca, muitos pouco se importam, nem fazem ideia de como os banqueiros influenciam as suas vidas – repito, porque toda a gente me diz que é verdade. Nos cursos de economia omite-se em geral a natureza sinistra e o real funcionamento do sistema bancário: repito, porque ninguém me diz que seja mentira. Ninguém pode pensar que os bancos foram instituídos para funcionarem em nosso benefício. Só mais umas linhas para aflorar o problema: os escândalos financeiros, em Portugal, os dos dois maiores bancos, o BPN e o BES. O primeiro causou um prejuízo aos cofres no nosso estado de mais de nove biliões de euros, prejuízo coberto com os impostos pagos pelos portugueses. O BES vai em mais de três biliões, valor que pela certa aumentará no fim das contas , se a engenharia financeira e contabilística não branquear e aldrabar as contas. E quem paga? Os contribuintes. Sem quaisquer compensações, antes com a erosão de milhares de economias dos pequenos depositantes. E, pelos vistos, a procissão vai no adro. Vamos a ver se o nosso Criador não perde a paciência dentro de pouco tempo. Olhem que ele tem tempo para tudo.


























quarta-feira, 2 de novembro de 2016


    Convite
      Mas então quando vens a Portimão? Poderás vir no meu jactíssimo particular, tenho uma reserva para o investimento nessa aeronave, de 4,89 euros, no meu cofre particular. Ou, se preferem vir por mar, tenho um bote de casco truncado, pintado de branco, com coletes salvavidas, telefone, sonda e farmácia, para a lotação e transporte de seis pessoas. Ou então venham a pé que é muito mais salutar, engorda, aumenta a barriga, nem imaginam o apetite que se adquire, eu andei durante dois anos quatro quilómetros por dia e engordei sete quilos e meio. De família podem trazer todos os antepassados e todos os antepresentes, que eu não sei o que são mas falou neles o Fernando Pessoa e eu sempre acreditei no que ele não disse.
Veem ou não veem ?
(escrevendo segundo a parvoíce do novo acordo ortográfico luso-brasileiro: vêm ou não vêm, é do verbo ver ou do vir? A tradução está antes dos parêntesis)











































































































































































segunda-feira, 31 de outubro de 2016

E afinal
   Afinal em que ficamos? Gostam mais de ser milionários como eu me sinto ou da outra forma, a materialista? Vá sejam sinceros, digam, não venham com a treta do costume, que o dinheiro faz a felicidade, não podemos viver sem ele, etc.. E se pudéssemos um dia estar noutro sistema, sem os males que este vem causando desde que existe? Pensem que um dia vos poderá acontecer o mesmo que àqueles que trabalharam durante dezenas de anos e, de repente, ficam sem nada, sem esperança, sem meios de remediar esse mal, sujeitos a pequenas esmolas. E refiro ainda: vendo que os responsáveis, repimpadamente sentados nas suas cadeiras , usufruindo uns míseros cinco ou mais milhares de euros mensais, nem teem responsabilidade alguma no que permitiram e só acrescentam politiquices aos seus méritos.


domingo, 30 de outubro de 2016


As mágoas que esta vida me tem dado
Ao ver tanta miséria neste mundo
Admiro a sorte que me entregaram,
Os prazeres na lembrança conservando
Se virtudes possuo não as sentindo,
Os defeitos sempre me  lembrando.
Que devo viver sem compensações
.

Não sou traficante de maldades,
Tenho santos de paredes meias,
Não me importa a minha idade.
Abro portas, busco fantasias,
Parto tetos, encontro realidades.
E perturbando o o meu dia a dia,
Rôo as unhas sentindo tanta saudade.














Vou passeando
. Pela estrada da vida, pelo calor dos teus afagos, pela ternura dos teus carinhos.
VouVou andando, seduzindo-me pelas flores, pasmado com a luz, encantado com as brisas.
Vou voando, nas asas da esperança, seduzido ao teu amor, no ceu da minha paixão
Vou percorrendo alguns passos do passado, pisando firme os mistérios, tomando o rumo desse encanto.

sexta-feira, 28 de outubro de 2016




Ainda nenhum distinto economista me explicou com argumentos válidos porque é que a deflação ou a estagnação dos preços, é prejudicial.A deflação é a estagnação ou a diminuição dos preços de tudo o que compramos, em particular daquilo que não podemos deixar de adquirir para viver em condições razoáveis de decência. É do agrado de todos

os que têm fracos rendimentos, em particular dos pobres e dos mais pobres. Ou seja: pelo menos no nosso país, em Portugal, a maioria da população. Então que palhaçada de democracia é esta que não respeita os desejos da maioria?

A deflação não agrada, sobretudo aos bancos e aos agiotas: provoca baixa dos juros.

Visita do PR a Cuba

O presidente da republica visitou Cuba
Em viagem oficial o senhor presidente da nossa republica visitou Cuba.
Respeitando a instituição participou activamente no  folclore local, cantando e batendo palmas perante um grupo de baile . E visitou Fidel de Castro que se faz substituir pelo seu irmão para continuar a ditadura.
       O senhor presidente da republica de Portugal regressando, declarou que a visita foi um sucesso.

quinta-feira, 27 de outubro de 2016



Ando à procura de mim. fugi por entre a multidão dos sonhos e das fantasias que me fazem cócegas na esperança, na minha presunção, não aquela que acompanha a água benta saída da fonte da desconfiança mas a outra, a que emana da saudade.  
Porém, qualquer procura pressupõe uma necessidade. Acontece com muitas coisas como acontece com o ar: quando escasseia, quando nos falta, passamos a buscá-lo com ânsia. E acontece que muitos de nós não sentimos outro muito que temos à nossa amor disposição e que não sentimos porque não escasseia, nem nos falta. Acontece p.ex. com o que alguém nos dedica : mais sentimos a sua ausência quando desaparece ou se dilui com a distância.














A violência da palavra, acompanhada pelo alarido e pela maledicência, é a ferramenta que um mau político emprega, convencido que o público é o que aprecia.

A hipocrisia oculta na suavidade da palavra, vem ocupando lugar à volta do conhecimento, que deverá ser um núcleo do saber e da sabedoria. Impedirá que este se enriqueça.

São duas ferramentas intelectuais, a violência da palavra e a hipocrisia, entre muitas, que muitos utilizam para atingir objectivos menos dignos, menos cavalheirescos, impróprios dos que pretendem singrar no caminho da verdade.

Não me debruçarei sobre as ferramentas que se destinam a suavizar ou a efectuar qualquer trabalho, são do conhecimento geral. Tem aqui mais importância as que são intelectuais ou que se destinam ao intelecto e que não são de ferro ou de qualquer outro material, empregam os recursos da mente em ideias , em objectivos do intelecto para atingir conclusões que emanem do raciocínio. A memória é a ferramenta mais importante, aplicada na utilização das ferramentas de diversas profissões – o martelo, a bigorna, a foice, etc., mas também muito contribuindo para as aplicações intelectuais da mente. A imaginação, a criatividade, e a sabedoria, entre muitas outras, são ferramentas imprescindíveis para o bom artesão das coisas do espírito A bondade e a maldade são utensílios da mente que definem e caracterizam o carácter do utilizador.

A manifestação duma virtude ou dum defeito, pelos actos, não pela palavra, são ferramentas subjectivas que de igual forma definem carácteres e tendências.

E pouco se faz, quase nada se consegue sem a utilização de todas.

terça-feira, 25 de outubro de 2016

O tempo


O tempo

Para Aristóteles no tempo poderiam ser distinguidas três partes, duas extremas e uma central: passado, presente e futuro; qualquer das partes com duração desconhecida. E, em seu entender, o tempo seria uma entidade potencial, cada instante podendo-se traduzir em acção, num acto. Dizia “ o tempo não é, porque ele será, ou já foi”.

Para cada um de nós o tempo passado e o tempo futuro, é permanentemente acrescentado e interrompido pelos agoras, pelos infinitos agoras que juntos nos vão fornecendo os tempos futuros e os tempos passados.

Quando dois indivíduos se encontram podem dizer: agora vamos ali. Mas, se estão separados, não poderão dizer o mesmo, como verdade. O simples facto de que o som dessa palavra tarda uns segundos a chegar aos ouvidos do outro, invalida a possibilidade de terem dito a palavra no mesmo momento.

Outra particularidade interessante do tempo é a sua volubilidade e inconstância.

Mais que na meteorologia – esse tempo prevê-se hoje com razoável grau de acerto -, o tempo genérico percepcionamo-lo de forma muito diversa, muito de acordo com as circunstâncias. O tempo decorre, o tempo passa para um estudante mais lento ou mais veloz durante as aulas, durante um exame, durante um beijo. Um minuto em cima de uma chapa fria chateia-nos, temos mais que fazer; um minuto em cima duma chapa em brasa parece que nunca mais acaba.

E se nós não existíssimos, haveria tempo, existiria o tempo?

No silêncio

Deus está no silêncio donde viemos e naquele para onde todos iremos.
Mas não é assim tão simples o que se passa ou o que se passou onde estávamos, quando viemos. Porque é uma falácia tomar como verdade que viemos de qualquer lugar determinado. E poderá ser uma pretensão vã dizer que não viemos de qualquer ponto no espaço do passado.
A ausência de som é uma definição do silêncio que nos parece incompleta. Porque depende do estado do nosso aparelho auditivo que sem excepção, com a idade perde qualidade, na avaliação da intensidade, da altura e do timbre do som. Por perfeito que seja o exame, não se pode avaliar por completo, como estão os nossos ouvidos. Os exames por exaustivos que sejam não registam a percepção de variações infinitesimais dos sons. Portanto não se pode estabelecer os limites a partir dos quais deixamos de ouvir – ou ouvimos menos bem ou ouvimos um pouco melhor.
Quando tiro os aparelhos que uso para melhorar a audição, ouço pior, mas ainda ouço.
Só com um medidor de decibeis podemos dizer que há silêncio. E, mesmo nesse caso, podemos dizer que pode haver um som duma fracção dum decibel, fracção que o medidor não regista.
Mas também nada sabemos sobre para onde iremos quando abandonamos o universo que econtrámos quando nascemos. Se ali há sons ou silêncio. Nem sabemos se é o mesmo lugar, o mesmo espaço, o mesmo universo donde viemos.
Uma coisa é certa: tomamos consciência dos sons depois que nascemos. A consciência depois que nos finamos será a mesma? Duvido, porque dentro da consciência universal é mais provável que exista um número infinito de consciências diferentes. É um domínio de incógnitas das quais apenas conhecemos uma e onde não temos qualquer possibilidade de escolha.
Viémos de lá, para lá iremos, o silêncio é um mistério tão grande como o da fé.











7 Sobre tudo


  Não vou escrever sobre a teoria de tudo, da teoria unificada ou unificadora expandida por cientistas do século passado de Faraday a Einstein que começaram por unificar no tudo a teoria da relatividade geral e o electromagnetismo. Não me envolvo em tais campos porque a minha bagagem de física é muito pobre. Ainda que procure mais tarde satisfazer a curiosidade nesses campos da ciência não tenho intenção de chegar tão longe nesse estudo. Interessa-me agora o resto desse tudo, aquilo que eu possa referir respeitante ao tudo do espírito.
Na prática do nosso dia a dia pensamos e procedemos de acordo com o que somos.
Mas não somos tudo, tudo não podemos ser. Não somos, o nosso espírito não é uma peça solta duma máquina, peça que actua como sobressalente ou que se coloca ali ou acolá, ou que alguém dispôs numa prateleira aguardando outro dia. Mas como sendo e fazendo parte dum todo universal, físico e espiritual, de todos, a máquina universal.
Esse tudo que antes do Big Bang era ou poderia ser pouco mais que um ponto . O mistério tem sido, para muitos, para sábios e para leigos, quem fez explodir ou implodir esse ponto .E daí partindo para outros mistérios, fora da nossa dimensão do conhecimento e da natureza. Não estou falando de resignação, mas da profunda convicção da nossa origem, da origem de tudo o que nos rodeia, de tudo o que conhecemos - e de tudo o resto do tudo que desconhecemos.
       Pensamos e procedemos segundo o que sentimos. Intimamente ligados a tudo o que acumulamos num todo donde deriva tudo o que sentimos, tudo o que resulta, segundo a segundo, no nosso procedimento, nas nossas reacções, nas nossas decisões.
Acrescentamos momento a momento e na memória, pormenores  com maior ou menor influência no espírito, modificando este de forma contínua, melhorando ou prejudicando-o mas sempre alterando, ainda que de maneira indelével, as decisões que tomamos daí em diante.
E esse tudo contido no espírito conserva-se sempre disposto aceitar variantes guardando-as na balança da inteligência, bem classificadas e atento a qualquer solicitação da memória
E continuamos sem saber tudo.Nem ter a pretensão, a desfaçatez de conhecer tudo.
Ainda bem.













8 Sobre Deus


     Ainda desconhecemos quais as razões porque a Santa Sé não publica o que tem guardado, oculto, fechado a sete chaves. sobre a vida de Cristo entre os seus dezasseis e trinta e cinco anos de idade - sabe-se que nesse período, andou pelo Nepal, pela India, que visitou os monges lamas. E que, quando regressou a Israel, começou a pregar. Não se referia ao deus da bíblia, criado nos séculos posteriores pelos autores da mesma bíblia. Mas referiu-se sempre ao Deus universal, ao Deus de todas as coisas, aqui na Terra e nos milhões de galáxias de todo o universo. Nunca se referiu a um deus vingativo, cruel, implacável, como o da bíblia. Cristo sempre disse, segundo creio, que Deus está em tudo <<<,o que existe, portanto é tudo o que existe no universo. Fazemos parte dele, sejamos bons ou maus na avaliação que outros façam de nós.
      Por mim, sinto que existe algo muito distinto de qualquer coisa, pessoa ou animal,algo que nos rodeia. Sinto-o nas belezas que a Natureza nos concede, nos meus anseios, nos meus pressentimentos.
      Sinto-o num sentimento que nunca me abandona em todos os momentos, suavizando-me os maus, acalmando-me, os bons.  E que respeita toda a vida que me rodeia. Tudo o o que podemos sentir e perceber . Não sabemos se existem outras formas de vida, outra entidade diferente no tempo e que as regule, como o tempo regula a nossa.
A humanidade mais antiga, na pré-história, começou por adorar o fôgo.
Ainda na pré-história parece que a mulher foi adorada como deusa mãe, deixaram-nos algumas estatuetas de mulher a que chamavam venus.
Mais tarde veio a adoração do Sol e a adoração de deuses simbolizados em figuras humanas. E só no poucos séculos antes de Cristo, começou a adoração de Deus, como criador de todas as coisas, de todas as vidas, do universo em que estamos, onde surgimos sem conhecermos a nossa situação antecedente, sem desvendarmos a força universal que determina os nossos destinos e os destinos de todos os seres vivos na face da Terra ou possivelmente sobre outros planetas nesta ou noutra dimensão, se é que existem outras dimensões.
Deus. O nosso Deus criador, de dimensão infinita, é-nos inantigivel, invisível e imperceptível. Uma bactéria, uma alga, uma formiga não nos veem, não se apercebem da nossa existência. Se tocamos com um dedo numa formiga, sem a matar, a sua reacção é semelhante à nossa quando uma pedra roça por nós, quando o vento sopra sobre nós: desviamo-nos ou continuamos, impávidos, a percorrer o nosso caminho.
Um cientista israelita, consultado sobre a existência de Deus, respondeu que Deus não existe, que não acreditava que Deus existe. O simples facto de ele ali estar, a pensar e a responder sobre Deus foi sintomático, provou-me a existência de Deus.







9 Intenções


Vou abrindo a alma com a chave da dúvida e libertando-a das grilhetas do pensamento.
Esta frase minha ainda que incluindo algumas metáforas, também representa uma intenção, um propósito, uma aplicação da atenção . E por mais que se especule, falando de intenções, aparece sempre o aforismo “de boas intenções está o inferno cheio”. Que também não é justo, em muitas situações. Se a palavra tem o propósito de exprimir dolo, ou intenção de matar, deveremos acompanhá-la doutra que complete o juizo. Neste caso, o da intenção de matar, a expressão latina “animus necandi”, exprime bem essa intenção.
Qualquer intenção pode ser o resultado da vontade. Porém quando é um desejo escondido diz-se que existe uma segunda intenção, segundas intenções ou uma intenção reservada. E usa-se a expressão ”faço tenção” para confirmar uma intenção reservada.
Para reforçar e valorizar um desejo, anunciar boa fé, bom desígnio ou conselho de sossego, emprega-se a expressão ”com as melhores intenções”.
Servimo-nos desse recurso íntimo para realizar o que planeámos e nada fazemos de concreto se não completamos as intenções com actos.
Qualquer intenção reservada está guardada em banho maria. Porém, o tempo perturba quase sempre as intenções, umas vezes fazendo esquecer as boas, outras vezes suavizando as más.
Também há intenções independentes da vontade. Quase sempre expressa por actos institivos, reacções sem controle, intempestivas, perante situações ou agressões inesperadas.


















10 Se a idade perturba ou mais uma amenidade



Se a idade bem perturba
Quem de pouco se amofina
Vou dar uma grande curva
Deitar águas na sentina



Se a idade bem perturba

Transforma fortes em fracos

Ñão é coisa que me iluda

Sei sempre juntar os cacos




Quem de pouco se amofina

De trabalhos não se livra

Não é em qualquer cantina

Que como uma boa corvina




Vou dar uma grande curva

Nunca irei em linha recta

O vinho que está na cuba

Faz de mim grande profeta



Deitar águas na semtina

É sempre uma obrigação

Essa é constante sina

Após boa evacuaçãoi