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quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Melodia de muitos momentos

         Quando alguém quer comunicar comigo pelo telefone, este avisa-me com uma melodia suave.Que me diminui a contrariedade pela interrupção da tarefa em que estava empenhado ou o temor pelo que me vão pedir, avisar ou incomodar. Pelas inúmeras "tangas" que me tentam impingir pelo telefone, criei essa esperança negativa, quando oiço o telefone "melodiar". O telefone deve servir-nos, não deve servir para que outros se sirvam de nós, explorando-nos ferindo a nossa boa fé e boa esperança, estragando o dia. Não deve servir para alimentar o nosso depósito de precauções, que, quanto mais cheio, mais preocupações
influenciam o nosso subconsciente.
          Há dias uma menina de voz muito simpática, telefonou-me, disse chamar-se Ana Dias (aí começa a mentira, nunca dizem o nome verdadeiro), e depois de me perguntar se queria habilitar-me a ganhar dez mil euros (eu já estava avisado desta vigarice), pediu-me mais elementos  e no fim com a justificação de que me enviariam o prémio para a minha morada, pediu-me os meus endereços, postal e de email. Entrei no jogo, dei-lhe um endereço falso de email e disse que morava  na avenida das forças armadas 14-4º dt ou outra qualquer,diferente da minha, reforçando a resposta dizendo-lhe que não se enganasse, que muitas pessoas me enviavam correspondência para o 14 -4º-esq. . Agradeceu com evidente e maior simpatia pela vitória obtida sem muita resistência.
          Evidentemente que forneci dados falsos. E a vigarice, pelo que me  informaram, já consumada bastas vezes, é que daí a dias, depois de bem estudados os hábitos e horários da vítima e família,  batem à porta do contemplado e um tipo disfarçado de polícia, de carteiro ou vestido como um executivo de alto gabarito, aponta-lhe uma pistola e assaltam-lhe a casa.E por vezes fazem pior.
          Pagaria uma taxa adicional para evitar essas chamadas  de patifes,  vazando um pouco a minha caixa de preocupações.

De novo o infinito

          Conhecer o infinito (o positivo ou o negativo) é um dom de que Deus não abdica nem permite que conheçamos.E ainda bem.
          Quando pensamos no infinito associamos logo a ideia dos números, dos conhecimentos da matemática ligados a ele. Mas há muitos mais infinitos, existem uma infinidade de coisas que contem infinitos: o amor infinito, a esperança infinita, a variedade infinita do que nos pode envolver., etc..Porém se tudo fosse infinito sofreríamos muito mais nesta vida, neste planeta onde nascemos. E Deus, na sua infinita sabedoria e bondade não o permite e limita muito do encontramos na vida.As razões, só o saberemos mais tarde, nunca nesta vida. Limita-nos a força, limita-nos o saber, limita-nos a inteligência, limita-nos a vida.
           Não me atirem com os argumentos do costume contra o que disse atrás. Por exemplo, porque deixa castigar, violentar e morrer crianças ou jovens : dizem isto os mesmos que dizem que não se pode atingir o infinito : e como podem atingir, criticar e julgar a infinita sabedoria de Deus ?
           Temos que nos resignar à nossa pequena condição, neste pequeno planeta. Se admitimos que tudo nasce com pais, não podemos deixar de admitir que tudo existe porque tem uma origem.
           Seja pedra, seja alga, seja animal racional.
           O nada é que julgo não ter uma origem.Contudo, ninguém, poeta ou sábio, já o demonstrou.  
  

Orgulho

       O orgulho é a manifestação do conceito que cada um faz de si próprio,  por vezes até desapercebida pelo próprio, e por vezes também pouco exibida pelas atitudes tomadas em resposta a provocações. Com frequência o vemos confundido com  preconceito,que  é um juízo antes formado sem uma fundamentação correcta. O orgulho é pessoal, formado durante parte da vida e fundamentado nos sucessos de quem o sente. Ao contrário do preconceito, não é a sociedade ou a convivência que o forma nem as regras que estas impõem .
       As assembleias e os senados fornecem-nos bons e maus exemplos desses estados de espírito.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Dicionãrio

         O dicionário é uma das melhores ferramentas : para quem lê e para quem escreve. Tem poucos defeitos e muitas virtudes. O defeito maior, talvez o único, é em geral pesar mais do que um quilo. Tornando-se difícil de manusear para os mais jovens.
         Os dicionários são muito mais antigos que a bíblia, parece que os primeiros apareceram na Mesopotamia, 2800 anos antes de Cristo !
         Leva tempo adquirir o hábito de o consultar. Mas pouco a pouco, quem gosta de ler e de escrever, vai usando o dicionário com mais gosto e menor dificuldade.
         Ao mesmo tempo, por vezes, diverte-nos. No final de cada página, normalmente aparece uma palavra cujo significado desconhecemos. O conhecimento básico, em qualquer idioma, é de cerca de  duas mil palavras. E se na nossa língua, segundo dizem, existem mais de 90.000 vocábulos,  se conhecermos metade, isto é 45.000, já não é mau. Portanto, muitos dos que figuram no fim das páginas consultadas são-nos desconhecidos.E eu, depois que conheci o sinónimo correcto da palavra procurada, adquiri o hábito de também conhecer a última palavra da página. Nada custa, por vezes é uma surpresa, outras um divertimento.
 Dou um exemplo.
         Procurando "relaxação", no fim da página encontrei  para "relho" : um açoite feito de couro; uma fivela com que as senhoras apertam os cintos; e também, imaginem, uma espécie de truta, também chamada truta-marisca.
         Experimentem dizer à vossa esposa, em dia de zangas : "não te esqueças de apertar bem o relho".

Divertimentos

      Divertir-se, que é um dos contrários de se acabrunhar ou de se  entristecer ou de se afligir, deverá constar do plano de cada um dos nossos dias de vida.
      Diverte-se qualquer um fazendo o que gosta, participando na felicidade própria ou na dos que lhe são queridos, entrando em jogos de prazer e de alegria, ocupando-se actividades que lhe trazem contentamento ou até que lhe resolvem problemas na busca incessante da sorte.
      Mas existe, para os afortunados como eu e a minha companheira, uma forma de diversão muito peculiar, muito pessoal e muito profunda.Muito peculiar porque contempla a poucos ; muito pessoal, porque ninguém a pode gozar senão quem a desfruta ; muito profunda porque só a sente quem tem bastante sensibilidade.
Refiro-me às mensagens que recebemos dos filhos, dos netos e dos bisnetos. Podem ser simples mensagens de circunstância, ou respostas breves a uma nossa pergunta. Mas sempre nos tocam, talvez porque reforçam os laços que nos unem. E sempre nos divertem.
       Comecei a receber mensagens da nossa neta mais velha, que nasceu e vive no Chile. É escritora, vai no quarto livro (e na segunda filha..).
       E é, também, poeta. Julgo que nada mais preciso dizer.
       Todos os avós, de todo o mundo, me entendem.          

sábado, 11 de setembro de 2010

"Capacidad de asombro"

          "Sabes, a veces tengo la sensacion que las personas pierden - dia a dia - su capacidad de asombro".  Cito a minha neta chilena Clarissa Mingo Quadros, que me enviou uma mensagem cheia de ternura e de sentido. Já é autora de dois livros,recheados de fotos, sobre a vida antiga no Chile, Livros  que o município de Santiago do Chile editou, com fotos que, sem excepção, são agradáveis de ver. Mas fotos de desgraças passadas nesses tempos no Chile, nem uma.
           Aqui, no nosso país, passa-se o mesmo, em relação com o assombro, com maior intensidade que  no Chile. Perdemos dia após dia, o pasmo, a admiração pelo que nos acontece e aconteceu, pelo que se passa e se passou de bom à nossa volta, nas nossas vidas e na vida dos cidadãos.
           Grande responsabilidade têm a imprensa, a televisão. Menos a rádio, conforme tenho reparado. Todos os dias leio e folheio páginas em diversos jornais, todos os dias vejo nas TVs notícias e entrevistas.E quase tudo o que leio ou ouço, são acidentes, desastres, furacões, terramotos, assassínios, corrupções, atentados. Um acidente passado na Malásia é transmitido pelas tvs e rádios passados poucos minutos. E até com frequência crescente, é transmitido ao vivo porque um amador armado de câmara de video estava presente no momento. Qualquer dia, se não existir uma má notícia para difundir, estará preparado um acidente ou desastre, montado e pensado para cumprir a necessidade de preencher esse espaço de tempo obrigatoriamente catastrófico.  
          E por todo o nosso mundo, por todo o universo, há em cada momento acontecimentos agradáveis de conhecer. Exposições, obras, sucessos, acasos felizes, acontecimentos que tornam a vida mais agradável ou de consequências favoráveis para a humanidade. Durante um ano realizam-se milhões de intervenções cirúrgicas. Uma que foi mal sucedida, em geral por uma causa fortuita ou desconhecida, é notícia de primeira página em quase todos os jornais e televisões. E, não sei se de propósito, nunca vi, nem vejo, referido em qualquer jornal ou televisão, a percentagem de sucessos nessas intervenções. Por respeito e consideração pelos profissionais que trabalham nessa especialidade, deveria ser obrigatória essa referência.
         Quando fui operado e me beneficiaram com dois "by-passes", um cirurgião disse-me : 97% destas operações são sucessos.Não me disse, quando assinei a autorização para a operação :  olhe que poderá não escapar, 3% dos operados não escapam.  
         Há excepções : a "Hola", a "Caras" e alguns periódicos por todo o país, dão-nos mais notícias agradáveis, que relatos de desgraças. E ambas essas revistas vendem mais que os periódicos dos países onde são editadas.
         Será que os profissionais da imprensa e da televisão têm uma formação que os encaminha nesse sentido ? Que o que lhes ensinam é que a desgraça é o que aumenta e alimenta as vendas ?
         Porque será que sobre isto não há uma discussão séria e profunda ?

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Relaxação

      Estou entrando na relaxação, estou sentindo-me nessa classificação horrível de frouxo, relapso nas mensagens, dentro do meu compromisso que gosto de cumprir. Gosto que me leiam mas entristece-me que visitem os meus blogs e percam o tempo porque nada mais encontram. Isto é uma declaração de remorso que não apaga o pecado. É uma auto-censura pela desconsideração pelos visitantes deste blog. E deve envolver a promessa de que só por excepção, falharei a mensagem diária. Má ou boa, que vos agrade ou não, que me agrade ou não. Pois se a mim me agrada escrever, não posso ter a lata de me desculpar com as desculpas do costume : não tenho tempo, o que escrevo não presta, pouca gente me lê, não meditei hoje, etc., etc..
      Nem cairei na asneira de auto elogiar-me, de bajular-me.
      Porque já escrevi : quem bajula, desconsidera.        

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Acabar com o dinheiro e diminuir a pobreza

         Vou, vou editar o meu livro. Sem interesse pelo lucro, apenas pelo interesse da mensagem que contem e que julgo original. Enviarei-o grátis a umas cinquenta a cem instituições e pessoas conhecidas e a outras que mo peçam, igualmente grátis. Pelo menos lerão a capa e algumas páginas. Talvez que alguém que o leia comece a pensar no assunto. E ficará na biblioteca nacional e noutras aguardando leitores curiosos .
Agora apenas digo, repetindo-me :
        - Todos os dias o dinheiro origina mais problemas a muita gente.
        - A inflação, declarada ou encapotada, é um roubo a quem trabalha.
        - É uma grande fonte de preocupações, pela escassez  e até pela abundância; como dizia sem ironia, uma senhora riquíssima da minha terra : "pobrezinho de quem tal alguma coisa".
        - É uma grande fonte de conflitos entre herdeiros e familiares, entre amigos, entre sócios ou patrícios.
        - Quem o falsifica - e são mais os que não se descobrem (como todos os crimes) - usufrui de um bem
prejudicando impunemente todos os outros cidadãos.
        - Protege os ricos, pelas corrupções que ajuda a conseguir, desfavorecendo os mais pobres.
        - É uma grande fonte de desemprego.
      Mas só ouvimos e lemos até hoje, referências à falta de dinheiro (desemprego), ao "deficit" das contas públlicas (má gestão dos orçamentos), endividamento crescente (gastos excessivos) etc.. 

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Uma citação

      Apresento-vos uma citação, que julgo oportuna :
       -  " Os movimentos fanáticos estão muito longe de excluir entre aqueles que se fazem seus actores, o ódio, a rivalidade e a desconfiança : homens muito convictos e muito apaixonados suspeitam sempre uns dos outros quando se associam, e isto é uma força ; porque a suspeição recíproca faz nascer entre eles o terror, liga-os como por uma cadeia de ferro, impede as defecções e os momentos de fraqueza. É a política artificial e sem convicção que procede com as aparências da concórdia e da civilidade. O interesse faz nascer o espírito de partido ; os princípios, pelo contrário, dão origem à divisão, inspiram a tentação de dizimar, expulsar, matar os seus inimigos. "  *
        
       *  de Renan em "O anti-cristo" .  

Nova tática

         Quanto mais patifarias faz um malandro, é natural que haja mais vontade de o expulsar da sociedade. Quanto mais incomoda um governo, seja pela má gestão dos negócios do país, seja pelos transtornos e prejuízos que causa aos cidadãos, mais provoca a necessidade de eleições e a vontade de o expulsar do parlamento.
         No tempo dos romanos, resolviam estes problemas apunhalando os senadores.
         Agora não é possível recorrer a uma solução semelhante, é muito menos ortodoxa no nosso país.
         Portanto só resta uma solução, resultante da táctica exposta nas primeiras linhas desta mensagem.
         Que é a solução pretendida pelos seus autores.
         Pouca sabedoria é necessária para se saber porquê.