Número total de visualizações de páginas

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Os carapaus

A senhora do primeiro direito deu um arranjo no cabelo, envergou o robe amarelo de trazer por casa, encostou-se ao corrimão da varanda pondo o cotovelo no queixo, ajeitou os óculos no nariz adunco, e continuou a observação do dia anterior à mesma hora das dez da manhã.E vendo o marido na rua : - Ó Eleutério, encontrastes os carapaus? - Siiim,siiim - uns sins displicentes, carregados de resignação. - Atão porque não trazes já p'ra casa o pêxe ? - Vou jáaaa, mulher - com um encolher de ombros,levantando as sobrancelhas e olhando para o amigo com quem continuou a conversar. Mas ela não desarmava : - Olha lá, Elutério traz-me tambem duas caxas de fósforos, tás a ouvilr? - Siiim, Odete - o peso dos 32 anos de casamento arrastando a resposta. E o amigo Salvador: - Olha eu também tenho de passar pela venda, vou contigo. E Odete levantando mais a voz : - Ó homem na te vás embora traz-me primero os carapaus ! - Mas atão queres os fósforos ou queres os besugues ? - Cais besugues ? - as palavras dela caindo como um raio, da varanda. - Ná havia carapaus, só besugues,Odete - e os besugues e os carapaus saindo da garganta do Elutério e subindo a custo até à varanda. - Tá bem, vai lá buscar os fósforos. - Ó Salvador tás a ver com'e ela é , ora quer iste, ora quer aquilo ! - Quéque tás prá'i dezendo, vê lá se t'avias, anda pr'a cima ! - Já agora, Odete, vou comprar os fósforos... E o Eleutério começou a descer a rua com o amigo. Mas a Odete não se deu por vencida : - Ó Salvador, dexa ai os besugues na porta q'eu vou-me lá abaxo . Mas os amigos já se afastavam depressa. E a Odete, chegando à porta: - Naquerem lá ver, raisparta o homem, nem carapaus, nem fósforos, nem besugues, más ca grande sina a minha ! Pub

domingo, 29 de setembro de 2013

Em cada minuto

Cada minuto que vivemos foi mais um minuto que vivemos.Aproveitemo-lo Nem que seja somente gozando o despertar Cada minuto que vem aí, será mais um minuto que a vida nos dá.Não o desperdicemos . Nem que seja somente para gozar a água que nos cai do chuveiro Cada minito que está a decorrer, são 60 segundos de vida. Sintamo-los bem . Nem que seja somente para recordar um abraço E dentro de cada minuto, aproveitemos e agradeçamos a oferta Nem que seja somente retribuindo um beijo. E pelo menos com um sorriso. .

sábado, 28 de setembro de 2013

Permitam-me interrogar(outra vez sem acentos tonicos) Tera grande importancia que sejamos seres inteligentes ou seres amorfos, seres emtisiastas ou seres tristonhos, seres de principios ou seres insensiveis ? se aqui fomos colocados com a missao de propagarmos a especie e os que nao a podem propagar terao aqui maior significado ? o que e mais importante, ser-se mosca ou ser-se leao. qual se sentira mais realizado, o passaro ou a flor, a gazela ou o crocodilo? E no fim (ou seja, talvez no principio de tudo o que e importante), onde se encontrarao todos ? Que iimporancia tem a nossa apreciaçao de todos eles, quais serao as virtudes que serao apreciadas, se o leao mais forte mata o mais fraco para so ele ficar com a femea e so ele poder propagar a especie ? E porque continuamos todos os que vivem no universo, continuar a viver, depois de propagar a especie ate onde possam ? E terao alguma importancia, daqui a alguns minutos, todas estas interrogaçoes, ainda que alguns as leiam ?

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Escolher

Escolher um facto, um acontecimento, um heroi desconhecido. Comecemos por um heroi desconhecido. Quando criamos um heroi para um conto, estamos criando um herói. Fictício? Porquê fidtício ? O universo é tão grande, não poderá existir nele o que quer que seja trazido pela nossa imaginação. Se resultou da nossa fantasia, houve uma razão para tanto. Tão poucos têm imaginação e fantasia porquê? se essa criação do nosso espírito surgiu temos de admitir ou podemos admitir, que surgiu porque um poder supremo a fez brotar de nós. Poderíamos ter imaginado um infinito mar de ilusões, de fantasias, de ideias novas, originais. A probabilidade de nos surgur para revelar um heroi, entre todas as ideias que nesse segundo me poderiam aparecer, é inferior a um milésimo de milésimo. E daqui a um segumdo poderei criar um seu adversário e descrever a trama em que os envolveram outros inimigos .E basta por um nome a cada um e partir dessa primeira página para a aventura que culminara na 300ª ou 400ª com a morte do traidor inimigo do heroi, e a vitoria dos bons, se me resignar a um finel feliz ao modo dos filmes americanos de meados do século passado e assim toda a gente saia feliz no fim do livro ou do fillme que o adaptou e o colocou à vista com a animação do livro ou da película. Escolher ou imaginar um facto ou um acontecimento.A única diferença é que os actores principais serão diversos, poderão ou não ser humanos, ser ou não ser herois ou vilões, poderão ser tudo o que a natureza e as circonstâncias nos proporcionarem para construir mais uma outra história. Real ou imaginária. Terminando por reticências ou "et cetera".

terça-feira, 24 de setembro de 2013

No mar

Não me posso gabar de obter privilégios Nem de ser assistido pelos acasos benévolos Nem sequer de ser um que a sorte frequenta Nos seus devaneios, rebeldias e surpresas Sempre avaras para quem as anseia Sempre pródigas para quem as despreza Quem nos dirige, quem distribui os destinos Perdoa os que dele se alheiam Quem castiga os nossos desatinos Deu-nos olhos que o não veem Mas se tento esburacar o futuro Se pretendo reviver o bom passado E se me fico pelo meio dos dois Deito-me no mar da minha alma Sinto-me envolvido pela minha calma.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Pois, COM FRNQUEAQA, EN NÃO SEI O QUE ACONTECEU aos autarcas da cidade onde nasci, PORTIMÃO. Da cidade limpa, razoavelmente em boas condições de habitabilidade, os meus patrícios razoavelmente contentes com a cidade, em poucos anos em particular nos últimos dois, passou a seu uma povoação onde não nos agrada passear, nem reparar no estado das ruas e dos passeios, o desleixo em que se encontram todos os canteiros e pracetas, a o lixo abundante em qualquer ponto, excepto por cima do alcatrão. E este semeado de buracos e irregularidades. Os senhores autarcas deveriam ir até São Miguel, nos Açores e indagar como ali os autarcas conseguem manter as povoações, os caminhos, todos os lugares públicos num aspecto exemplar. Neste fim de semana, estiveram dois paquetes, um o maior fundeando ao largo da Praia da Rocha, o outro ancorando no porta da cidade. Centenas de turistas desembarcaram e repararam decerto, com as ruinas do convento, logo um pouco para cá do porto e no estado eme que se encontra a cidade. Sendo a dívida do município, segundo é voz corrente, de muitas dezenas de milhões de euros, onde foi aplicado todo esse dinheiro?

sábado, 21 de setembro de 2013

Fui a São Miguel, essa ilha maravilhosa que o Atlàntico nos ofereceu. Em toda a ilha - percorremos a maior parte dela - vimos uma casa com as paredes sujas e um edifício, o edifício da alfândega, um edifício antigo e lindo mas com ar abandonado, pardes por pintar e reparar, De resto, em toda a ilha, nas estradas, nos caminhos, nas pracetas, nos canteiros, nem restos do que quer que fosse, nem papeis, nem sujidades de qualquer ordem. Só vendo se acredita. E aquilo não é só arte de quem ali dirige a cidade principal, Ponta Delgada e todas as povoações por onde passei. È também virtude das gentes de lá. O jardim botânico na zona das furnas, deve ser o melhor jardim botânico de Portugal; todas as árvores bem limpas, não se vê um ramo pelo chão. não passamos por um caminho mal conservado, parece que a mão dum gigante se encarrega de manter tudo impecável. E todas as estradas são ladeadas por maciços de hortênsias raramente interrompidos. Só indo lá se acredita naquela beleza tão bem conservada pela mão dos seus conterrâneos. (E não falei da beleza das suas lagoas, a das sete cidades, a do fogo, a das furnas, as nascentes de água fervente, o esplêndido cozido à portuguesa, feito em grandes panelões metidos na terra das furnas, durante seis horas.)